29 de Março, 2024

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Reinventar a proximidade

@Praça das Redes | 1 de junho 2020 | com Rosa Vieira, EPATV

Quando começou a tempestade COVID-19 todos sentimos que não sabíamos o suficiente para enfrentar todos os desafios que surgiram com a nova situação de confinamento e com a reformulação do quadro profissional individual e das equipas de trabalho. Mas uma coisa é ter consciência dessa realidade, outra é escrever sobre ela. Na Comunidade de Prática que estruturámos para nos apoiarmos uns aos outros, na área da educação de adultos, fomos conversando sobre situações insólitas e exigentes que tivemos que ultrapassar. Vamos dar voz a quem as viveu na rubrica Histórias de Navegadores Confinados começando pela Rosa Vieira coordenadora do Centro Qualifica da EPATV em Vila Verde.

“Vivemos tempos novos. E os desafios também surgem à medida que somos confrontados com novas realidades. Considero-me uma pessoa com um nível de literacia digital bastante aceitável, mas, nos últimos dois meses, tive de reequacionar aprendizagens no campo das novas tecnologia

Março agitado

Como coordenadora do Centro Qualifica da Escola Profissional Amar Terra Verde, tornou-se forçoso agir perante o imprevisto. Entramos em confinamento. Não podemos parar. Março foi marcante e agitado. A equipa do Centro mobilizou-se para dar resposta aos adultos que queremos manter ativos no que respeita à sua aprendizagem ao longo da vida.

Ajuda mútua

Vamos trabalhar a partir de casa. Como comunicar constantemente de forma eficaz e motivadora? Vamos usar uma plataforma. Partilhamos conversas, trabalho e ajudamo-nos mutuamente a ultrapassar o confinamento.

O trabalho tem de continuar. Como vamos motivar os nossos adultos mantendo a proximidade: uma plataforma. Fazemos videoconferências e entramos nas suas casas. Os contextos de partilha são novos, mas eficazes. Os nossos espaços de trabalho e partilha são virtuais mas desafiadores. 

Computador por companhia

Sentimos necessidade de ver o mundo dos outros, de saber como fazem. Vamos unir-nos a outros profissionais. Vamos partilhar e aprender. Realizar um webinar! Que desafio. As plataformas digitais já estão entranhadas no nosso dia-a-dia. Nos últimos dois meses, não saímos da frente do computador, nosso mais presente instrumento de trabalho e companhia. 

Mas a oradora do webinar sou EU?! Falar não constitui problema, mas vou falar para uma câmara. Não vejo os rostos! Como avalio as suas reações? Como preparo uma apresentação cativante? A ausência de comunicação não verbal exige um esforço acrescido no tom de voz.  Eu falo muito com as mãos e, numa videoconferência sentada, não é confortável nem funciona bem perante a câmara. Conseguir manter o auditório atento à mensagem com estas condicionantes, exige ainda mais do palestrante. 

Convívio e conversa em falta

A verdade é que não foi tão difícil como esperava. Sentimos falta da presença física das pessoas, mas sentimos que estão lá. E, depois de trinta minutos de discurso, estamos esgotados. Sim, as conferências online são muito mais desgastantes.

Durante estes dois meses, acredito que me reinventei. Se, há uns meses, me perguntassem se me via a trabalhar a partir de casa: respondia que não. Tenho espirito de convívio, gosto de partilhar ideias e conversar. Sinto falta dos meus colegas de trabalho, de alguma agitação. Mas, na verdade, conseguimos reajustar-nos e reinventar novas formas (diferentes) de estar próximos. 

No fundo, é primordial que saibamos ajustar-nos para dar uma resposta à altura dos exigentes desafios com que nos deparamos!”

©foto Rosa Vieira

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