Promover a diversificação das aprendizagens

INOVAÇÃO | Mesa Redonda em Barcelos – SCMB, 29 de junho 2022

A Santa Casa da Misericórdia de Barcelos organizou uma Mesa Redonda com o tema Formação e Inovação por ocasião do lançamento do seu projeto de Academia de Formação que se enquadra numa rede de estruturas formativas dinamizada pelas instituições de natureza e identidade similares. A Caixa de Mitos participou no segundo painel da sessão tendo sido acompanhada por entidades com experiências relevantes no domínio centra do painel.

A preocupação dos oradores e dos envolvidos nesta iniciativa consistiu antes de mais em afirmar que o mais importante de todos os elementos de uma estratégia de desenvolvimento de uma entidade formadora é aquele que coloca no centro de todos os processos AS PESSOAS.

Sabemos que esta visão, profundamente humanista, incorpora elementos de inquestionável potencial para o desenvolvimento humano, mas carece de ser explicitada. De alguma forma é a partir da própria clarificação dos mecanismos previstos para assegurar esta abordagem estrategicamente determinante que se pode, ou não, validar as intenções declaradas.

No caso, desde o início da sessão, surgiram sinais evidentes de coerência e consistência com o propósito enunciado, mesmo sendo principalmente de natureza simbólica. De fato, como tivemos oportunidade de destacar na nossa comunicação, não é fácil encontrar dirigentes de organizações que na apresentação de resultados façam questão de personalizar os protagonistas dos êxitos obtidos, nominalmente e relacionando opções e contributos dos colaboradores e das colaboradoras que asseguraram a coordenação e a dinamização das ações. Quando os êxitos ocorrem, tendencialmente, os dirigentes gostam de se armar em Louis XIV e esquecem as formiguinhas que são as obreiras dos processos e dos resultados. Não foi aqui o caso e esse sinal deu-nos alento para arriscar algumas abordagens sobre a citada explicitação da estratégia “as pessoas no centro”.

Um posicionamento claro

Desde logo o posicionamento face aos destinatários das ações a empreender e à natureza dos serviços a realizar:

  • Prevalece uma atuação baseada na procura ou na oferta?
  • Os serviços são pré-definidos e procuram-se os potenciais e eventuais utilizadores ou a relação é de negociação e de ajustamento na conceção e desenvolvimento de soluções formativas que respondam a diversas especificidades em presença?
  • O conceito orientador dos processos formativos é a competência na sua estruturação multidimensional e exigente em termos de integração de variáveis, e consequentemente associada a experiências e a demonstrações na ação, ou os conhecimentos, as habilidades e as atitudes são campos separados de “formação” muitas vezes encobertos por denominações com as famosas variações hipermodernas das skills?
  • Os processos de apoio ao desenvolvimento de competências incorporam um subsistema de acompanhamento que lida com a poder de agir dos intervenientes?
  • Resumidamente, o que se denomina por formação situa-se no terreno do “aprender sobre” ou no de “aprender com”.

Um arsenal metodológico adequado

Neste terreno que tem mais a ver com a cultura e a experiência de cada organização importa sinalizar os campos de progressão em primeiro lugar dos próprios dinamizadores das ações que serão implementadas:

  • Um perfil de facilitadores e de mediadores de aprendizagens como ponto de partida para metodologias adequadas ao posicionamento adotado;
  • Uma dinâmica de auto-formação e de aprendizagem colaborativa dos profissionais que pode em última análise situar-se no campo das Comunidades de Prática ou de modelos baseados na inteligência coletiva em detrimento da formação estruturada pelo modelo escolar.

Estes apontamentos são mera bases de reflexão o seu aprofundamento e desenvolvimento implicam abordagens mais consistentes:

  • ao conceito de formação
  • ao conceito de competência
  • ao desenvolvimento do tema da inteligência coletiva
  • às experiência de Comunidades de Prática no campo de desenvolvimento de competências dos profissionais
  • às dinâmicas de cooperação e de rede estruturadas para o desenvolvimento e a inovação.

Carlos Ribeiro 30 de junho de 2022

Carlos Ribeiro
Debate sobre os Centros Qualifica e a educação de adultos. Vamos a isso?

EDUCAÇÃO DE ADULTOS | Convenção dos CQ Norte | Profisousa | 2 de junho 2020 Paços de Ferreira

Três notas relacionadas com o rescaldo da IIª Convenção dos Centros Qualifica da Região Norte realizada em Paços de Ferreira, no dia 2 de junho 2022.

NOTA 1 – O evento e o modelo participativo

DEPOIS DA CONVENÇÃO DA PROFISOUSA SERÁ LEGÍTIMO DECLARAR “CONFERÊNCIAS PARA IR OUVIR GRANDES DISCURSOS NUM ANFITEATRO, NUNCA MAIS!”

UM MODELO FACILITADOR DA PARTICIPAÇÃO

Os passos e as caraterísticas do modelo aplicado na Convenção, na qual tivemos o prazer de participar, a convite da Profisousa, como dinamizadores de debate no painel ou Mesa Redonda.

1 – Recolher junto dos inscritos dos temas e assuntos concretos a serem tratados pelos dinamizadores temáticos da sessão;

2 – Sistematização das solicitações enviadas com as inscrições por um Moderador;

3 – Envio pelo moderador, para os dinamizadores da sessão – painel / Mesa Redonda – da sua sistematização destacando os temas críticos;

4 – Na sessão UM discurso institucional é suficiente para enquadrar os grandes temas e atualizar informação (no caso a Filipa de Jesus da ANQEP fê-lo muito bem, de forma sóbria mas precisa);

5 – O arranque do debate realiza-se em Mesa Redonda, com um papel fundamental do moderador e, logo de seguida, a palavra é dada aos participantes para reagirem (papel desempenhado com eficácia por Germano Borges);

6- O debate desenvolve-se de forma interativa Mesa / Participantes;

7 – A composição da Mesa redonda é sempre a mesma até ao final da Sessão, com esta opção o aprofundamento do debate é assegurado;

8 – Uma intervenção institucional de encerramento.


Voilá. Simples como tudo. Os inscritos e participantes NÃO SÃO ESPETADORES!!!

Bravo à Equipa PROFISOUSA : Jorge Diogo de Oliveira E TODOS OS RESTANTES ELEMENTOS (Germano Borges, Manuel Leão …e outros nomes que não consigo citar).

E claro, valorização dos elementos da Mesa Redonda – Filipa de Jesus, Paulo Feliciano, João Carlos Caramelo, Olívia Santos Olivia Santos Silva, Clara Ferraz – que facilitaram muito a concretização de um modelo arriscado mas profundamente respeitador de que vem e participa numa sessão temática com questões práticas à mistura.

NOTA 2 – Primeiras reações

CONVENÇÃO DOS CENTROS QUALIFICA EM PAÇOS DE FERREIRA

Há um novo quadro de atuação que as portarias mais recentes vieram configurar. O campo não-meramente certificador vai alargar-se um pouco.

Em que medida será possível trabalhar num registo mais territorializado e articulado com o desenvolvimento local? E a formação dos profissionais será desenvolvida na base de comunidades de prática e em torno dos problemas concretos das equipas?…

NOTA 3 – O grande debate.

O DEBATE SOBRE O FUTURO DA EDUCAÇÃO DE ADULTOS PRECISA DE SER PARTICIPADO POR TODOS OS ATORES DO SISTEMA

– Profissionais da educação de adultos

– Equipas locais

– Associações nacionais, regionais e locais

– Instituições relevantes da educação – formação

– As estruturas promotoras das políticas públicas

– As entidades europeias da sociedade civil com ligações à educação

Talvez a primeira tarefa deva ser a formulação das 4 ou cinco perguntas desafiadoras, ligadas às questões críticas e determinantes.