Debate sobre os Centros Qualifica e a educação de adultos. Vamos a isso?

EDUCAÇÃO DE ADULTOS | Convenção dos CQ Norte | Profisousa | 2 de junho 2020 Paços de Ferreira

Três notas relacionadas com o rescaldo da IIª Convenção dos Centros Qualifica da Região Norte realizada em Paços de Ferreira, no dia 2 de junho 2022.

NOTA 1 – O evento e o modelo participativo

DEPOIS DA CONVENÇÃO DA PROFISOUSA SERÁ LEGÍTIMO DECLARAR “CONFERÊNCIAS PARA IR OUVIR GRANDES DISCURSOS NUM ANFITEATRO, NUNCA MAIS!”

UM MODELO FACILITADOR DA PARTICIPAÇÃO

Os passos e as caraterísticas do modelo aplicado na Convenção, na qual tivemos o prazer de participar, a convite da Profisousa, como dinamizadores de debate no painel ou Mesa Redonda.

1 – Recolher junto dos inscritos dos temas e assuntos concretos a serem tratados pelos dinamizadores temáticos da sessão;

2 – Sistematização das solicitações enviadas com as inscrições por um Moderador;

3 – Envio pelo moderador, para os dinamizadores da sessão – painel / Mesa Redonda – da sua sistematização destacando os temas críticos;

4 – Na sessão UM discurso institucional é suficiente para enquadrar os grandes temas e atualizar informação (no caso a Filipa de Jesus da ANQEP fê-lo muito bem, de forma sóbria mas precisa);

5 – O arranque do debate realiza-se em Mesa Redonda, com um papel fundamental do moderador e, logo de seguida, a palavra é dada aos participantes para reagirem (papel desempenhado com eficácia por Germano Borges);

6- O debate desenvolve-se de forma interativa Mesa / Participantes;

7 – A composição da Mesa redonda é sempre a mesma até ao final da Sessão, com esta opção o aprofundamento do debate é assegurado;

8 – Uma intervenção institucional de encerramento.


Voilá. Simples como tudo. Os inscritos e participantes NÃO SÃO ESPETADORES!!!

Bravo à Equipa PROFISOUSA : Jorge Diogo de Oliveira E TODOS OS RESTANTES ELEMENTOS (Germano Borges, Manuel Leão …e outros nomes que não consigo citar).

E claro, valorização dos elementos da Mesa Redonda – Filipa de Jesus, Paulo Feliciano, João Carlos Caramelo, Olívia Santos Olivia Santos Silva, Clara Ferraz – que facilitaram muito a concretização de um modelo arriscado mas profundamente respeitador de que vem e participa numa sessão temática com questões práticas à mistura.

NOTA 2 – Primeiras reações

CONVENÇÃO DOS CENTROS QUALIFICA EM PAÇOS DE FERREIRA

Há um novo quadro de atuação que as portarias mais recentes vieram configurar. O campo não-meramente certificador vai alargar-se um pouco.

Em que medida será possível trabalhar num registo mais territorializado e articulado com o desenvolvimento local? E a formação dos profissionais será desenvolvida na base de comunidades de prática e em torno dos problemas concretos das equipas?…

NOTA 3 – O grande debate.

O DEBATE SOBRE O FUTURO DA EDUCAÇÃO DE ADULTOS PRECISA DE SER PARTICIPADO POR TODOS OS ATORES DO SISTEMA

– Profissionais da educação de adultos

– Equipas locais

– Associações nacionais, regionais e locais

– Instituições relevantes da educação – formação

– As estruturas promotoras das políticas públicas

– As entidades europeias da sociedade civil com ligações à educação

Talvez a primeira tarefa deva ser a formulação das 4 ou cinco perguntas desafiadoras, ligadas às questões críticas e determinantes.

ApprEUnance, projeto para melhorar a formação em alternância

PROJETOS EUROPEUS | 16 de maio de 2022

O projeto ApprEUnance enquadra-se no Programa Erasmus+ na vertente parcerias estratégicas e reúne 6 parceiros europeus com a finalidade de melhorar a formação em alternância, quer em escolas profissionais, quer ainda em centros de formação com as diversas nuances que podem ser tidas em conta nesta relação formativa que se apoia nas práticas de terreno para implementar programas de formação com sentido profissional.

A diversidade de estruturas formativas poderá ser uma mais-valia para encarar as metodologias e as técnicas que são aplicadas nos diversos países, no caso, na Bélgica, na Irlanda, na Eslovénia, em França e em Portugal.

A especificidade do modelo das MFR – Maisons Familiales Rurales em França e no mundo surge também como um ponto forte do projeto. A instituição com sede em Paris que dinamiza pólos do seu modelo pedagógico em aproximadamente 700 escolas, das quais 400 em França, apresenta uma profunda ligação com o mundo rural e uma forte relação com as práticas concretas das atividades agrícolas ou locais ligadas às tradições familiares . As MFR são um caso a estudar!

A Escola de Segunda Oportunidade de Matosinhos, por sua vez, surge como um exemplo de flexibilidade pedagógica e organizativa, sendo princípio da instituição respeitar a autonomia e as opções do jovem formando e consequentemente realizar um acompanhamento ao ritmo do próprio jovem. A escolha e a liberdade de optar e de mudar de enquadramento temático são variáveis centrais de uma relação pedagógica que se encontra em permanente negociação e gestão da instabilidade.

Os restantes parceiros europeus desenvolvem modelos com fortes dinâmicas de adaptação e de apoio aos percursos formativos dos seus formandos ou alunos, o que constituirá matéria fundamental no desenho de novas soluções que tenham em conta uma maior abrangência do processo educativo em termos individuais, coletivos, organizacionais e territoriais.

A AppreEUnace assenta nesta variedade de fontes e processos de aprendizagem sendo necessário aprofundar os sistemas de interseção e de acompanhamento para otimizar as novas formas de aprendizagem.

O projeto

Alguns elementos sobre o projeto europeu e de forma mais específica sobre o Encontro de Matosinhos nos passados dias 2,3 e 4 maio.

Está a decorrer um Inquérito sobre o funcionamento destes subsistemas de alternância para colher dados sobre as práticas de terreno e sobre as opções metodológicas de cada país, escola ou centro de formação.

Um dos objetivos das atividades a serem realizadas num futuro próximo consistirá no aprofundamento, através de entrevistas e de focus grupos, das informações colhidas através de questionário.

Uma outra meta a ter em conta é o envolvimento dos jovens e dos alunos neste processo de auscultação, matéria que será tema de um dos encontros de parceiros num dos países de origem dos parceiros.

O perfil de quem acompanha

Uma das vertentes mais exigentes deste processo de pesquisa e desenvolvimento prende-se com as funções e atividades dos profissionais que acompanham os jovens nas escolas de segunda oportunidade, nas escolas profissionais ou nos centros de formação

Um ponto de partida para esta abordagem reflexiva será o Relatório Anual de Atividades dos atuais técnicos de acompanhamento ou monitores que podem revelar não sá as ações levadas a efeito como também apontamentos sobre as modalidades de acompanhamento e sobre situações peculiares às quais foram dadas respostas adaptadas.

As funções destes profissionais neste contexto de acompanhamento surgem como muito diversas e até podem cobrir áreas surpreendentes de grande responsabilidade institucional como é o caso dos juízes sociais.

Um laboratório de Inovação para a alternância

Neste processo de investigação Importa trabalhar as relações entre a escola e os espaços existentes noutros contextos formais, informais e não-formais, que surgem como facilitadores das aprendizagens, de forma a que sejam os próprios jovens a determinar o potencial de cada modelo e que forneçam elementos para os ajustamentos ou mudanças que possam surgir como necessárias e serem ativos nos processos de co-construção que serão levados a efeito..

A Associação Kelvoa, que desenvolve uma ação de facilitadora nos processos reflexivos, de redes de profissionais e de comunidades de prática sobre o acompanhamento a pessoas , organizações e comunidades desempenhará um papel de apoio ao projeto procurando contribuir para que as soluções que vierem a ser sistematizadas constituam uma mais-valia nos subsistemas que incorporam a alternância, ou seja um regime dual, na sua estrutura pedagógica e de apoio ao desenvolvimento dos alunos ou formandos.

ENCONTRO DE MATOSINHOS

Reunião de parceiros | Encontro temático

Carlos Ribeiro | KELVOA, 16 de maio de 2022

Carlos Ribeiro | KELVOA
Valorizar a missão mediadora nos territórios, na educação de adultos

COMENTÁRIO PÓS-WEBINAR da Comunidade de Prática de 15 de junho 2021. Carlos Ribeiro | Caixa de Mitos | EPALE

Não atender à diversidade de situações que existem nos territórios relacionadas com a panóplia de percursos de qualificação e com as mais variadas necessidades dos adultos em matéria de educação-formação é restringir o investimento público em dispositivos de apoio de base territorial a uma missão única e unilateral: recuperar os baixos níveis de escolaridade da população portuguesa que são consequência dos tempos do regime salazarista inimigo declarado da educação para todos e dos períodos crónicos de elevado abandono e insucesso escolar.

Educação de adultos e dinâmicas dos territórios

Para um país com recursos limitados e com profundas necessidades de ajustar as suas competências coletivas aos desafios de uma economia local mais verde, mais criativa, mais sustentável, mais relacionada com as dinâmicas do desenvolvimento local dos territórios, com temas como a comercialização de produtos locais em circuitos curtos, a ecoconstrução, o turismo sustentável, a produção local com incorporação de mais-valias de design e de bases identitárias locais, é um LUXO andar a tratar de recuperação e remediação fechando os olhos à realidade existente. Veja-se a dinâmica da Dieta Mediterrãnica no sul; as rotas turísticas naturais, a nova restauração baseada nos produtos locais; os espaços comerciais partilhados- as pop stores-, o turismo literário, a recuperação de património esquecido, as dinâmicas cidadãs locais…

Podem as políticas públicas de educação de adultos de um país alhearem-se disto tudo?

Será que isto pode continuar?

Podem os profissionais desta área de atuação sentir uma verdadeira realização profissional e viverem num sistema que não interage com as dinãmicas inovadoras e criativas dos territórios?

Podem os adultos que poderão sentir um novo impulso pelo valor das aprendizagens manterem-se afastados destas oportunidades?

Será legítimo negar ou excluir dos benefícios do financiamento publico em educação a esmagadora maioria dos adultos dos territórios em nome de uma missão que importa cumprir mas não eleger como única e até canabilizadora das energias locais para iniciativas de aprendizagem?

O financiamento e as políticas públicas

O que impede que haja equilíbrio e espírito de inclusão neste terreno de difícil gestão e de dinamização que inclui à partida as escolas, os diversos estabelecimentos de ensino , as bibliotecas?

A existência de uma estrutura cuja missão poderá ser a de uma plataforma de incentivo, de prática e de animação de processos educativos de base local que se articule com trabalho, cultura, cidadania ativa, animação digital e que estabeleça pontes com todas as entidades da educação-formação e de cultura e recreio locais, impõe-se!

Até agora foi sempre declarado pelos decisores, não há dinheiro para tudo e para esta tarefa de elevar os níveis de qualificação dos portugueses e de trabalhar fundamentalmente para a Certificação tem financiamento comunitário. Há dinheiro de Bruxelas para isto e é isso que se faz!

O que fazer?

Com o PRR e as verbas adicionais que serão colocadas à disposição de Portugal para educação-formação admitia-se que o argumento do dinheiro e de quem paga sairia enfraquecido. Mas não. O reforço orçamental é para aumentar o número de certificados!

Resta saber se as associações que existem neste campo sistematicamente secundarizado nas políticas públicas de desenvolvimento do país se vão manter silenciosas e a gerir pequenos projetos locais ou se admitem que a Grande Coligação pela Educação em Portugal terá que fazer-se com a educação de adultos e com os adultos portugueses e juntar as entidades representativas das Coletividades de Cultura e Recreio, as Universidades e Academias Seniores, o INATEL, os Clubes de Leitura, as Cooperativas Culturais, das Bibliotecas e assumir que a construção de territórios aprendentes carece de INVESTIMENTO PÚBLICO pelo menos igual ao das empresas e dos negócios

Existe um Programa de Valorização do Interior! Pois que avance um Programa de Valorização das Competências Coletivas, com Unidade de Missão, com fase-piloto, com financiamento intensivo e apoio do Conselho Nacional da Educação!

Impõe-se pois um serviço público de educação! Já não se trata de educação de adultos mas de DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO PAÍS!

Carlos Ribeiro, 21 de junho 2021

Manifesto pela Educação para a Cidadania e Desenvolvimento

PR | 04-09-2020 | Manifesto subscrito por associações, entidades e individualidades diversas da sociedade civil. Subscrito também pela Caixa de Mitos e Carlos Ribeiro.

Cidadania e Desenvolvimento: a Cidadania não é uma opção!

Vivemos num mundo com problemas globais como as alterações climáticas, os extremismos, as desigualdades no acesso aos bens e direitos fundamentais e as crises humanitárias, entre outros, em que a solução passa por trabalharmos em conjunto, unindo esforços para encontrar soluções para os desafios que ameaçam a humanidade.

O futuro da Terra, em termos sociais e ambientais, depende da formação de cidadãs e cidadãos com competências e valores não apenas para compreender o mundo que os rodeia, mas também para procurar soluções.

É conhecida, a partir de documentos produzidos por organizações internacionais, a importância da Educação para a Cidadania e dos Direitos Humanos em todos os níveis de ensino. Esta importância encontra-se plasmada no Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória (2017) fruto de um saudável consenso quanto à importância de a Escola organizar os vários conhecimentos numa perspetiva holística.

É neste âmbito que se deve entender a criação da disciplina Cidadania e Desenvolvimento, cujo conteúdo principal se relaciona com os Direitos Humanos e os domínios que com eles estão interligados, como a sustentabilidade ambiental, a interculturalidade, a saúde, a segurança rodoviária, a igualdade de género. Trata-se de uma disciplina obrigatória ministrada no 2º e 3º ciclos do Ensino Básico.

Recentemente levantaram-se no espaço público, dúvidas sobre se esta disciplina deveria ter um caráter facultativo, argumentando que as famílias deveriam ter a possibilidade de “objeção de consciência”, dado o caráter “ideológico” destas matérias.

Por relação às questões suscitadas, os subscritores do presente texto vêm manifestar a sua posição e defendem o seguinte:

a) A ciência e a ética na base da Educação. O facto de a Declaração Universal dos Direitos Humanos garantir aos pais a opção pelo “género de Educação que devem dar aos seus filhos” não se aplica no caso vertente, dado que não se trata de um “género de Educação” mas sim de um conjunto de conteúdos suportados ética e cientificamente;

b) Ideologia versus Conhecimento. A Educação para a Cidadania e para os Direitos Humanos não pode ser classificada como “ideológica”, uma vez que ajuda os alunas e alunos a distinguir entre o que é “ideologia” e “conhecimento”. A produção científica das Ciências Sociais, das Ciências Naturais, Ciências Jurídicas, Medicina, etc.– têm produzido abundante conhecimento sobre Direitos Humanos e este conhecimento não pode ser menosprezado nem considerado como uma ideologia.

c) Responsabilidade individual e bem-estar coletivo. Não é razoável nem aceitável que um conhecimento básico sobre os Direitos Humanos e a Cidadania de todos os humanos seja considerado opcional. Como ainda recentemente aprendemos com a pandemia SARS-Cov-2, precisamos cada vez mais de medidas que impliquem toda a sociedade porque só assim poderemos criar ambientes humanos saudáveis, equitativos e justos. Deixar que o conteúdo dos Direitos Humanos fique reservado apenas para uma parte dos discentes contribuiria para aumentar a desigualdade face a um conhecimento cívico essencial. A Responsabilidade individual é um dos pilares mais importantes na garantia do bem-estar coletivo.

d) Uma base de conhecimento comum e socialmente partilhado.Os conteúdos da cidadania devem continuar a ser competência do sistema educativo. Sabemos que na escola não se aprende tudo e que as famílias, os encarregados de educação, as instituições e as comunidades também têm um importante papel no desenvolvimento de conhecimentos, competências e atitudes nestas áreas. No entanto, deixar estas competências exclusivamente ao encargo das famílias aprofundaria o fosso entre os alunos, não os fortalecendo com uma base de conhecimento comum e alimentando ciclos de ódio e violência.

Desta forma, consideramos que a disciplina Cidadania e Desenvolvimento deve continuar a fazer parte integrante do currículo, formando jovens conhecedores da importância da participação política através do voto. Reafirmamos que a aprendizagem dos Direitos Humanos e da Cidadania não é um conteúdo ideológico.

É uma disciplina que permite que todos conheçam os seus direitos, respeitem os direitos das outras pessoas e conheçam quais os deveres que coletivamente têm para construir uma sociedade que a todos respeite.

Se quiser subscrever este manifesto envie um email para:educacivic@gmail.com

LOCAL | Cidadania Lab em Aveiro

PR | 04-09-2020 | Iniciativas locais de cidadania ativa | Aveiro

Hoje começa oficialmente uma bela aventura cívica com a abertura da votação das propostas do OPAD – https://opad.cm-aveiro.pt/ – do Município de Aveiro! São 11 iniciativas e o Cidadania LAB é uma delas com o número p12. Votem Cidadania Lab e em mais duas iniciativas que gostem. Partilhem e falem deste laboratório cívico municipal aos vossos amigos, colegas e vizinhos! 🙋‍♀️🙋‍♂️🧪@cidadania_lab

🔛 Sobre a votação no Cidadania Lab:

➡️ Quem pode votar? Quem estiver recenseado em Aveiro e tiver mais de 18 anos.

➡️ Como votar? https://bit.ly/3hNVW2K

➡️ Quero votar no site: https://bit.ly/3gOfd2y

➡️ Quero votar por SMS:
Não têm de se registar no site. Enviem um SMS para 4902.
Introduzam o texto: OPAD p12 (introduza o número de mais 2 propostas em que quer votar), o seu nº de Cartão de Cidadão e a sua data de nascimento. No final da mensagem é obrigatório inserir a palavra: aceito.
Exemplo de SMS: OPAD p12 p… p… 123456789 19801203 Aceito Ver menos

O que vai mudar na economia local?

Praça das redes | 30 de junho 2020 | Fonte : site Futuros Alternativos

O QUE PODE MUDAR NA ECONOMIA LOCAL DEPOIS DO PERÍODO DE CONFINAMENTO IMPOSTO PELA PANDEMIA COVID-19?

  • O domicílio vai passar a estar no centro dos serviços e do comércio local?
  • Novos  serviços às pessoas e às empresas prestados através de plataformas e de sistemas logísticos de base local vão ser dominantes no futuro?
  • A cooperação entre pequenos produtores na comercialização dos seus produtos locais e a sua relação direta com os consumidores podem afastar as multinacionais agroalimentares da sua posição dominante?
  • A reformulação da economia local pode ter impacto no modelo vigente da economia global?

Estas e outras  interrogações estarão no centro do debate com os dinamizadores de experiências  solidárias recentes nestes domínios que irão participar num dos primeiros momentos de reflexão pública no quadro de um ciclo de debates on-line que se inicia com o tema das «Redes de Apoio à Economia Local». O evento, com transmissão na página https://www.facebook.com/futurosalternativos, irá ocorrer  no próximo dia 1 de julho, entre as 19:00 e as 20:30 com o objetivo de compreender:

  • Que contributo indispensável trouxeram os projetos solidários surgidos durante o confinamento?
  • O que se vai perder se esses projetos desaparecerem?
  • Que semente de «futuro alternativo» eles contêm?

A sessão terá como participantes

A moderação será feita por Carlos Ribeiro da Caixa de Mitos e José Carlos Mota da Universidade de Aveiro e a Maria Isabel Lima será a relatora das conclusões.

Mais informação: https://www.facebook.com/events/628879071063470/

O QUE JUSTIFICA ESTE CICLO DE DEBATES?

A situação excecional de confinamento provocada pela pandemia Covid19 gerou respostas coletivas indispensáveis ao bem estar das comunidades, feitas com poucos recursos, num contexto de emergência social.

Em Portugal, foram muitos os exemplos inspiradores no cuidar dos idosos, na logística ao domicílio, na produção e venda locais, no sentido de vizinhança, na digitalização de serviços, no trabalho e ensino à distância e nas ofertas culturais. Estas atividades apelaram a diferentes formas de colaboração, mobilizaram milhares de voluntários, abriram as instituições, colocaram organizações a falar umas com as outras, horizontalizaram relações, aproximaram os responsáveis públicos dos cidadãos.  

Nestes últimos meses, experimentámos  “futuros alternativos” tantas vezes anunciados, mas nunca concretizados. Naturalmente, algumas das iniciativas irão desaparecer pela natureza da resposta e mudança do contexto. No entanto, outras, válidas e essenciais para as comunidades, correm o risco de desaparecer por falta de apoio.

O projeto «Futuros Alternativos» (https://futurosalternativos.com/ | https://www.facebook.com/futurosalternativos/) desenvolvido a partir das experiências Frena La curva e Achata a Curva (https://frenalacurva.net/ &  https://achataacurva.com) visa procurar registar, mapear e analisar as práticas promovidas no país e em cada uma das nossas comunidades, com o objetivo de criar conhecimento, organizar reflexões e produzir recomendações para a atuação do poder público e da sociedade civil. Apesar do enfoque nacional, este esforço articula-se com iniciativas internacionais promovida a partir de Barcelona (https://www.solivid.org/) e está na linha do debate europeu que a European Sociological Association está a promover (https://www.europeansociology.org/about-esa-2021-barcelona/theme).

Nas próximas semanas serão realizados mais dois encontros:

  • 8 julho – Desafios do Cuidar: Redes de vizinhança surgidas no confinamento
  • 15 julho – Desafios do Digitalizar: As rede de apoio ao tele-ensino, tele-informação e tele-arte surgidas durante a pandemia covid19

Futuros Alternativo

Comunidade Futuros Alternativos

Email: futurosalternativos.geral@gmail.com

COVID-19, Iniciativas cidadãs nos territórios (I)

@Praça das Redes | 4 de maio 2020

O período de confinamento e de sucessivos estados de emergência em consequência da pandemia COVID-19 foi marcado pelo surgimento de inúmeras iniciativas solidárias e cidadãs que assumiram o caráter de resposta da sociedade civil a várias necessidades e situações de urgência sobretudo nas comunidades locais. Estas ações foram sendo identificadas, registadas, mapeadas, analisadas e até avaliadas em diversas plataformas e grupos de trabalho, constituindo um capital social relevante que importa acompanhar e explorar num sentido progressivo do quantitativo para o qualitativo.

Da curva ao alternativo

A organização de informação sobre o que foi levado a efeito está a decorrer em diversos quadros organizativos desde o académica ao associativo. De entre as démarches em curso importa sinalizar uma rede informal que foi progressivamente ganhando capacidade de registo, de divulgação e de promoção de iniciativas, com origem em Espanha, a Frena la Curva, que reúne países como: Colombia, México, Costa Rica, Polónia, Equador, França, Brasil, Uruguay, Argentina, Peru, Portugal, Venezuela, Chile, Bolívia e Alemanha.

Futuros alternativos

Em Portugal esta dinâmica teve expressão no movimento Achata a Curva e tem agora continuidade nos Futuros Alternativos que, para além de uma ampliação do universo de registo e de mapeamento das iniciativas que foram concretizadas em Portugal nestes domínios, desenvolve agora uma abordagem mais reflexiva e tendencialmente orientada para processos de sistematização de experiências. A possibilidade de serem produzidas recomendações para a construção de soluções mais estruturais no plano do desenvolvimento sustentável não está posta de lado.

Por sua vez noutros quadrantes geográficos que não os mencionados surgiram também processos agregadores dos quais fazemos aqui algumas referências.

Comecemos pela Rede LDNet (cujos conteúdos reproduzimos parcialmente e na língua de origem)

A REDE LDNet, levantamento e sistematização

Quem está a organizar dados e que tópicos estão a ser abordados:

RSA:

The RSA is collating multi-disciplinary resources and evidence on how regions, cities and industry are dealing with the impact of the COVID19.

URBACT:

URBACT has developed a map illustrating how cities are responding to COVID-19. 

ENRD:

ENRD has published examples of projects and initiatives primarily launched by rural communities in coping with the COVID-19 emergency.

FARNET:

FARNET is offering a rolling coverage of efforts and actions carried out by FLAGs and other bodies to support the fisheries and aquaculture sector overcome the challenges presented by COVID-19.

AEIDL:

Several AEIDL collaborators share their thoughts on the unprecedented crisis that we are going through, and express their vision and expectations, for better or worse, for the future.

OECD:

This OECD newsletter has a number of relevant items under “Tackling the COVID-19 crisis together: our policy responses”, including:

  • From pandemic to recovery: Local employment and economic development
  • Tourism Policy Responses
  • SME Policy Responses
  • Cities Policy Responses
  • Territorial Policy Responses

2. An LDnet selection: Local development in the COVID-19 era 

Contributions from Peter Ramsden, Alistair Adam-Hernandez, Stefan Kah, Robert Lukesch, Jean-Pierre Pellegrin

The COVID-19 Pandemic and Its Implications for Rural Economies
An interesting paper by Jeremy Phillipson et al presents a rapid assessment of current and likely future impacts of the COVID-19 outbreak on rural economies given their socio-economic characteristics – click HERE or HERE.

COVID-19, Territorial Inequalities and Spatial Justice

A first contribution from the Horizon 2020 IMAJINE project, which has been exploring the dynamics of territorial inequalities in Europe and investigating how these can be most effectively addressed by policy interventions, drawing in particular on the concept of spatial justice. The COVID-19 crisis and its uneven impacts add another layer to the complex inter-play of factors that shape spatial variations in the distribution of wealth and wellbeing, raising questions about the extent to which structural inequalities have been reflected in the geography of the outbreak; whether the crisis will reinforce existing territorial inequalities or produce new territorial inequalities; and how experiences of the pandemic will change people’s perceptions of spatial justice and injustice, and their attitudes towards solidarity and regional resilience – Click HERE

This #FridaysForFuture, discover the story of this migrants’ cooperative that has become key for food provision in #Italy during the #pandemic. Raised fist Herb #ClimateJustice through a #RightToTheCity lens: #UrbanRuralLinkages with #SocialSolidarityEconomy – Click HERE

Check out the 1st UrbanA Community Conversation with João Dinis, from Cascais, Portugal, who gave an insightful presentation on creating a local climate adaptation plan. It was followed by a live exercise in creating an actual plan – Click HERE

COVID-19: Share your initiatives!:  Wishing to share local initiatives in the fight against coronavirus, the French government has turned to Carrefour des innovations sociales, a platform in which AEIDL participates – Click HERE

Rennes – citizen factory platform and a reading corner full of publications, An online platform is now offered to residents to shared good practices to improve people’s lives during confinement. @metropolerennes   #coronavirus #COVID19 #FlattenTheCurve – Click HERE

Which of our #Mayors are doing best during the #CoronaVirus emergency? What did they do and what can we learn from them for those that are not doing so well?  Tweet your suggestions using @LDnetNews  we will disseminate.  @URBACT  @post2020regions @EUROCITIEStweet  @ICLEI   @CCRECEMR

The @LarderLancs is a social enterprise providing meals for homeless, elderly and other groups in Lancashire during the #CoronavirusPandemic Bravo @LDnetNews

Keeping collective culture alive: Rotterdam’s virtual music – Click HERE

Nantes – To support economic actors from artisans to small enterprises, Nantes is taking a range of actions including tax exemption, a single information point, and funding solutions – Click HERE   #COVIDnewsCities #covid19  @NantesMetropole 

Distributed production comes of age with the use of 3d printing to make urgently needed respirators. Who knew that it would take the #coronavirus crisis to make 3d printing socially useful? Can we find more examples of digitally driven local development@LDnetNews

The French people made more than 1.9 million contributions in two months and held more than 10,000 community meetings.” @pcoullomb of  @OpenfieldDesign shares examples of successful participative #democracy initiatives in the Spring 2020 issue.

See also:

Three initiatives in Tsalka municipality in Georgia received EU funding to effectively address health and education problems posed by the spread of Covid-19 pandemic. The initiatives were selected from a total of 17 applications received within the rapid response grant competition “New Challenges, New Opportunities” announced by Tsalka Local Action Group (LAG).

Mapear futuros alternativos

José Carlos Mota |

A energia colaborativa gerada durante o atual cenário de pandemia resultou em muitas respostas coletivas importantes em prol do bem estar das nossas comunidades. Ao longo destas semanas de confinamento, experimentámos “futuros alternativos”.

Há o risco de muitas dessas respostas desaparecerem por falta de apoio ou pela mudança do contexto de exceção. O seu potencial de transformação e aprendizagem justificam um esforço coletivo de identificação, mapeamento e análise das práticas promovidas. Se faz parte ou está envolvido na organização de algumas destas iniciativas pf preencha este formulário: Mais informação:/ ou através de correio eletrónico.

Hier jacobins, demain girondins

Christian SAUTTER et Catherine CADOU    | vendredi 1er mai 2020

0 Capitalismo tem a pele dura. Enquanto que a catástrofe do “coronavírus” varre os países ricos do planeta, os mercados financeiros não perdem o sangue-frio. Depois de um momento de estupor e de queda profunda, eles voltam a levantar a cabeça, como se, para eles, o pior já tivesse passado.

(segue artigo em francês)

Le capitalisme a la peau dure. Tandis que la catastrophe « coronavirus » parcourt les pays riches de la planète, les marchés financiers ne perdent pas leur sang-froid. Après un moment de stupeur et une chute profonde, ils redressent la tête, comme si, pour eux, le pire était passé.

New York est une des métropoles les plus touchées par la pandémie, mais Wall Street est plutôt avenante. Les Échos écrivent en s’étonnant que « Wall Street semble marcher sur l’eau » (30 avril 20).

La première raison est que la crise profite aux géants du numérique, les fameux GAFAM (Google, Apple, Facebook, Amazon et Microsoft). L’essor soudain du télétravail, le bond du commerce en ligne, l’intensification des liens et spectacles virtuels profitent à ces colosses, qui représentent désormais 22% du marché des actions (Standard and Poors 500). On apprend que Microsoft pèsera bientôt autant que l’ensemble de la Bourse française (CAC 40). L’indice américain, S&P500, après avoir perdu un tiers de sa valeur depuis le pic en mars, a progressé de 27% depuis le fond de la crevasse, tiré par les cinq cavaliers du numérique.

La deuxième raison est que les capitaux apatrides commencent à paniquer et cherchent refuge dans le port qu’ils jugent le plus sûr, l’Amérique, et s’amarrent au quai le plus solide, les géants de la côte Ouest. Ceci explique que la Bourse américaine ait connu une convalescence plus rapide que les Bourses européennes. Le 29 avril, par rapport au niveau 100 de la fin de l’an dernier, Wall Street est à 89, l’indice européen est à 83, et le CAC 40 à 77. Le quotidien économique note l’heureuse exception danoise : la Bourse de Copenhague, après un fort coup de yoyo, a retrouvé son niveau de début d’année ; l’explication donnée, que nous pourrions méditer, est que cette économie de petite taille a tôt su se spécialiser dans des industries d’avenir : la pharmacie et les énergies renouvelables.

Il existe une troisième raison, inavouée, pour laquelle le capitalisme est plutôt optimiste. La crise va éliminer les entreprises faiblardes, de même que la migration des gnous africains laisse en chemin les animaux les plus fragiles. Ce système économique et social est très darwinien !

Et il est aussi d’un parfait cynisme. Vous pourriez penser que la fabrication d’un vaccin contre le coronavirus ferait frétiller les géants de la pharmacie, mais vous seriez dans l’erreur. Citons le New York Times du 29 avril : « Les grandes sociétés pharmaceutiques ne voient d’habitude aucun profit à tirer des épidémies, qui touchent surtout les pays en voie de développement et qui s’épuisent avant que le vaccin puisse arriver sur le marché ». Le même article félicite un chercheur britannique, le professeur HILL, qui a fondé à Oxford un centre de recherche à but non lucratif sur les vaccins, et qui serait déjà en train de tester un vaccin prometteur, avec l’appui de multiples mécènes, dont la Fondation Gates. Mais, explique ce savant qui cherche des industriels pour produire ensuite des millions de doses, les Américains boudent et posent comme condition d’avoir l’exclusivité mondiale du futur vaccin (pour en tirer un bon profit, on ne se refait pas !).

Quant aux emplois que la paralysie de la machine économique anéantit par millions, les grandes entreprises privées américaines ne se sentent pas concernées. Dans le même numéro des Échos, nous lisons que Boeing a annoncé la suppression de 16000 postes, soit 10% de ses effectifs, en combinant « des licenciements volontaires, le roulement naturel et des licenciements involontaires si nécessaire ». Et la grande firme de Seattle « semble plus désireuse d’adapter ses effectifs à une baisse durable de la demande que de bénéficier des aides publiques. »

Les cinq grands pétroliers (il y a trente ans, on parlait des « Sept sœurs ») ne font pas pitié : leurs revenus vont baisser de 1000 milliards de dollars avec la chute de la consommation et celle du prix du pétrole, mais, « résilients » (le mot est très à la mode), ils maintiennent leurs dividendes et vont tailler fortement dans leurs futurs investissements d’exploration (tout en espérant que les odieux petits concurrents américains et canadiens exploitant les schistes prendront le bouillon !).

Que conclure de ce panorama peu encourageant ? Que la crise du coronavirus ne va pas abattre le capitalisme financier. Et qu’il est urgent d’agir fortement en France et en Europe, si nous voulons éviter une nouvelle explosion du chômage de masse ; si nous en profitons pour muscler l’industrie et la réorienter vers des secteurs d’avenir. Si, enfin, nous voulons éviter que les firmes géantes, américaines et chinoises, et divers fonds « vautours » viennent faire leur shopping pour acheter nos plus brillantes entreprises dont les prix sont actuellement bradés.

Grand-papa Marx nous expliquait à la fin du XIXème siècle que la dynamique du capitalisme était mue par la recherche du profit. Papa Keynes nous démontrait dans les années 1930 qu’il pouvait en résulter un équilibre stable de sous-emploi et qu’il revenait donc à l’État de soutenir la demande par de grandes dépenses d’investissement. Pour éviter un chômage durable, l’Europe et la France doivent donc investir massivement à l’initiative des autorités publiques, sachant que les investissements privés dans de nouvelles usines et de nouveaux emplois seront médiocres pendant quelques années, faute de débouchés assurés et très rentables.

Investir, c’est facile à dire, mais où, comment et combien ? Faut-il suivre le conseil d’un Fonds d’investissement, Fidelity, cité par Les Échos, et dédaigner ce qu’il appelle « la vieille économie » : finance, industrie, matériaux, énergie » ? C’est cette logique obsessionnelle de la start up Nation, selon laquelle seul le numérique avait droit de cité, qui a détourné l’attention et laissé dépérir ces secteurs créateurs de richesses et d’emplois. Mais, dans ces secteurs dits traditionnels, il ne faut pas investir comme avant. Il faut aider leur reconversion pour les inscrire dans une dynamique de développement durable : rentabilité raisonnable et usage frugal des ressources naturelles. Promouvoir une finance patiente et accroître la finance solidaire. Soutenir les industries stratégiques : la pharmacie comme au Danemark, l’automobile sobre et recyclable (plutôt que les SUV), les énergies renouvelables (plutôt que le dispendieux nucléaire), le bâtiment à énergie positive, les biens d’équipements et robots (made in France plutôt qu’importés)

Les prêts publics, voire les prises de participation publiques au capital dans les « entreprises de taille intermédiaire » (ETI) et les grandes sociétés comme Airbus, Renault ou Air France, doivent être conditionnés (par des contrats de plan à moyen terme) à des progrès réels dans la moindre combustion d’énergies fossiles, au maintien ou au développement de l’activité et de l’emploi en France (c’est cela le vrai « patriotisme économique » !), à la promotion des fabrications nationales de biens d’équipement ou de composants.

Cela s’appelle une « politique industrielle », française et européenne, qui rappelle les années de reconstruction et la période pompidolienne.

Deuxième volet de l’effort d’investissement nécessaire pour dégripper la machine et repartir dans la bonne direction : l’économie de proximité. Elle comprend les activités situées en-dessous du radar national mais que connaissent bien les Conseils régionaux et les Communautés de communes. Un sursaut massif est nécessaire pour transformer enfin l’agriculture (40% du bio est importé !!), pour isoler les bâtiments (logements sociaux, écoles, usines, bureaux, ateliers) afin d’y limiter le chauffage y compris l’électrique, pour développer les services de santé, du grand âge, de culture, d’éducation. Répétons qu’il ne s’agit pas de tout décréter depuis la capitale ni même depuis la quinzaine de métropoles. Les projets devraient être proposés par les citoyens et les élus des territoires, validés par les experts (régionaux, nationaux et européens) et financés par chaque niveau, y compris par l’épargne solidaire de proximité.

Ce nouveau développement serait clairement contractuel et non octroyé par des élites parisiennes croyant savoir mieux que personne comment faire le bonheur de citoyens médusés devant leur télévision. Une logique de réseaux plutôt qu’un ruissellement pyramidal !

Terminons par une bonne nouvelle. Dans le futur programme européen d’investissement 2021-2027, provisoirement appelé Invest EU (un jour Green New Deal ?), un quatrième volet a été créé, en sus des trois traditionnels : PME, Recherche-Développement et Infrastructures. Ce nouveau venu est intitulé Social Investment et résulte d’un lobbying réussi des banques publiques européennes d’investissement à long terme (la Caisse des Dépôts pour la France), s’appuyant sur le rapport Prodi-Sautter déjà cité. Mais, suspense, le montant n’est pas encore décidé.

Aux Régions européennes de s’emparer de ce levier pour soulever les nombreux projets jaillissant de leurs territoires ! Aux armes, girondins !