À generosidade só podemos responder com gratidão
A propósito da COP Comunidade de Prática – Educação de Adultos
por Carlos Ribeiro
Sentimos, uns mais do que outros, mas apesar de tudo de uma forma generalizada, que o sistema no qual realizamos a nossa ação profissional não assegura um acompanhamento técnico nem garante as bases mínimas para um desenvolvimento profissional que nos permita estabelecer uma ligação dinâmica com a progressão das nossas competências e, consequentemente, sentirmos alguma realização profissional.
Constatámos esta grave lacuna de forma mais dramática por ocasião da pandemia de COVID-19 e foi essa a razão que nos levou a impulsionar a COMUNIDADE DE PRÁTICA que hoje procuramos que tenha a mesma utilidade de sempre: realizar com os adultos que participam no sistema processos que tenham qualidade e que sirvam o seu desenvolvimento, viabilizando simultaneamente o nosso que, como adultos, apesar das funções que desempenhamos, somos tão aprendentes quanto eles.
Está claro para todos nós que a abordagem que é realizada no sistema sobre os processos que procuramos implementar é burocrática ou seja não tem ligações intrínsecas com o desenvolvimento das pessoas, dos grupos, das comunidades e dos territórios.
Apesar de termos consciência desta realidade fomos decidindo trabalhar nas margens possíveis. Somos realistas nas tarefas principais que se relacionam com as metas, mas não deitamos a toalha ao chão em matéria de desenvolvimento profissional. Naquilo que for possível e compatível com as responsabilidades das equipas, procuraremos ajudar-nos mutuamente, tentaremos inovar e partilhar soluções e iniciativas que comprovadamente resultam.
Nesses termos torna-se imprescindível que o relacionamento neste quadro da COP seja considerado num plano totalmente horizontal, sem hierarquia e sobretudo com uma clara opção de interagir entre pares com uma finalidade única: o apoio mútuo em processos de desenvolvimento profissionais totalmente informais.
Todos podem avançar com iniciativas baseadas em problemas reais que possam ser reconhecidos por terceiros dentro da Comunidade e consequentemente realizarem-se tentativas de resolução / evolução.
Todos os intervenientes nesta dinâmica de cooperação realizam as suas ações de forma totalmente voluntária. Aqueles e aquelas que procuram dinamizar e todas e todos aqueles que têm dado contributos nas várias iniciativas que foram levadas a cabo.
A participação neste quadro colaborativo deverá antes de mais partir da interrogação inicial: como posso, com a minha experiência concreta, contribuir para que sejam encontradas soluções?
Quando outros partilham experiências e ideias trata-se de generosidade pura. E, à generosidade só podemos responder com gratidão.