Haverá sempre um antes e um depois

Jorge Diogo Oliveira, Coordenador do Centro Qualifica da Profisousa, 15 de Abril 2020 | Edição Carlos Ribeiro | Praça das Redes.

O Centro Qualifica da Profisousa, em Paços de Ferreira, que desenvolve a sua intervenção territorial em todo o Tâmega Sousa, já interagia com os adultos da região através de meios de comunicação muito diversificados. Mas, como afirmou Jorge Oliveira recentemente a uma televisão local, “nessa fase tudo começava com uma relação presencial, só posteriormente realizávamos o acompanhamento a distância em várias modalidades. O nosso problema não é tanto dar continuidade aos adultos que já estão em processo ou formação, as dificuldades irão surgir com os novos participantes”.  E aqui está uma excelente problematização de um novo quadro de relacionamento que o Coordenador do Centro aqui nos apresenta.

Haverá sempre “um antes e um depois” do Covid-19 – é o que me ocorre quando reflito acerca das vicissitudes que vivemos hoje. Assim será também com o Centro Qualifica que coordeno e com todos os outros, com as nossas equipas, com o trabalho que desenvolvemos antes, durante e depois desta crise. Assim será com os formandos e formandas, que apostam, ou pretendem vir a apostar, no aumento das suas qualificações.

Experiência com emigrante

O Centro Qualifica da Profisousa procurou desde o início dar continuidade ao acompanhamento dos candidatos em processos de RVCC neste formato a distância, com o mesmo rigor e empenho com que sempre trabalhou. A transição fluiu com alguma naturalidade, pois já era habitual a troca de documentos, orientações e informações por via eletrónica. Também já estávamos a experienciar o acompanhamento a distância com uma candidata que emigrou. Contudo, era apenas uma experiência, que não tinha em vista a substituição de todo um processo.

Uma realidade diferente

Até então não havia algo que nos fizesse crer que seria assim do início até ao fim. Haveria de chegar sempre o dia em que nos reuniríamos, presencialmente, sem “tropeções” pela falta de sinal de internet, pela câmara que não funciona, pelo facto de o filho precisar do computador à mesma hora que a mãe, porque tem uma aula síncrona… Hoje, a realidade é diferente! Vivemos cada vez mais o momento presente, pois o futuro é incerto, prevalecendo a esperança que em breve tudo voltará ao “normal”.

Maior autonomia e responsabilização

Não obstante as dificuldades que a formação a distância possa apresentar, e embora surja para muitos apenas como uma resposta em tempos crise, o seu potencial é inegável e não estamos a fazer nada de novo: “a roda já foi inventada!” Esta experiência forçada poderá levar a uma mudança de paradigma e justificar ser uma alternativa a manter, para quem não tem tanta disponibilidade para se deslocar às entidades promotoras de formação, pois confere uma maior autonomia aos participantes, por um lado, e uma maior responsabilização sobre os processos que abraçam, por outro.

Complementaridade

É preciso, pois, muita disciplina de ambas as partes: do técnico/do formador e do formando. Na minha opinião, mas é só a minha opinião (a opinião de quem prefere o contexto de sala de formação), o espaço virtual não substitui nem pode substituir o espaço físico. Porém, convivo plenamente com a sua complementaridade, se de alguma forma for possível.

Trabalhar com a diversidade

Do ponto de vista de Isabel Amorim, TORVC no CQ da Profisousa, “o papel do técnico sempre se caracterizou por uma flexibilidade e plasticidade notáveis. Sabemos que trabalhamos com pessoas com pontos de partida, recursos, rotinas, disponibilidades e aspirações diversas. Como já vem sendo habitual, temos de adaptar e redirecionar a nossa ação e orientação no sentido de melhor correspondermos à situação que o momento exige, assim como às projeções de futuro dos nossos candidatos. A intervenção do TORVC deve, obviamente, manter a proximidade, a disponibilidade e a empatia para com o candidato que orienta”.

Isabel Amorim – TORVC

Empoderamento

E Isabel Amorim destaca “O empoderamento do candidato é muito importante, daí que devamos reforçar sempre a sua autonomia, para que possa aceder às ferramentas necessárias e se apropriar de forma significativa da construção do seu trabalho e da(s) mudança(s) que pretende para si. Estas premissas são mantidas, agora, obrigatoriamente, mediadas por outros meios e recursos mais tecnológicos.”

Acreditamos que neste esforço conjunto continuaremos a assegurar um trabalho de confiança, consistente e fidedigno no que toca à educação e formação de adultos.

Jorge Diogo de Oliveira

Coordenador do Centro Qualifica da Profisousa

15 de Abril de 2020

Tenho ganho outra perspetiva da vida

Carlos Ribeiro | Praça das redes | 7 de Abril de 2020 |

Susana Silva é categórica na afirmação que a participação no processo de RVCC no Centro Qualifica Arrábida está a ajudá-la a ultrapassar as dificuldades desta fase difícil dominada pelo COVID-19 e pelo confinamento. Desde logo porque não está isolada mas também porque a actividade para atingir as metas traçadas proporciona-lhe um sentido para o seu dia-a-dia a par de cuidar das suas filhas. O seu testemunho é o seguinte:

O processo de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências para mim está a permitir-me chegar mais além do alguma vez imaginei! Passei a encarar muito melhor e de forma mais consciente a importância da aprendizagem ao longo da vida.

Será que vai valer a pena?

Sabia que não ia ser fácil, mas era mesmo o que queria e disse para comigo mesma se queria ficar com as minhas filhas, teria que fazer tudo por tudo, para alcançar esta meta. Muitas vezes pensava ou dizia para comigo mesma, coisas do género, antes de iniciar esta etapa: “Será que vai valer a pena?” ou “Olha que não tens idade, vai demorar muito e no final não vai dar em nada…” Mas, o que é certo, é que ao longo do percurso tenho ganho outra perspetiva da vida.

Está a ajudar a ultrapassar esta fase

Para mim, iniciar e desenvolver o processo de RVCC tem-me ajudado, em cada problema, em cada dificuldade, ou até mesmo ultrapassar esta fase em que estamos encerrados em casa por causa desta pandemia chamada COVID-19.

Qualificações para o emprego

Está a ser uma fase de muito trabalho na minha vida, mas igualmente desafiante abrindo-me, assim, outras possibilidades de crescimento, de independência ao longo da vida já que, anteriormente, eu sabia que não tinha qualificações suficientes para arranjar, sequer, um emprego e dar uma vida estável às minhas filhas.

Voltar a acreditar

Numa fase da minha vida em que tudo eram obstáculos e o dia de amanhã era sempre mais difícil que o dia de hoje, o RVCC, o trabalho desenvolvido com o Centro Qualifica Arrábida, contribuiu muito para eu voltar a acreditar que ainda era possível mudar a minha vida e dar-lhe o rumo que eu realmente quero. Permite-me encarar o Futuro com novas perspetivas junto com as minhas filhas.

Cuidar dos fins e não apenas dos meios

Carlos Ribeiro | Praça das Redes, 7 de Abril 2020 | baseado no texto do Centro Qualifica de Alenquer – Artur Vieira

CUIDAR DOS FINS E NÃO APENAS DOS MEIOS

Aqui está uma pista bem interessante inscrita na informação adiantada pelo Centro Qualifica de Alenquer e que importa explorar e aprofundar. Depois da primeira fase de organização dos recursos humanos, materiais e logísticos importa não perder o rumo e não eleger os meios e soluções tecnológicas como centro do processo de adaptação em curso.

FERRAMENTAS

Utilizar a capacidade instalada. Relembrando algumas ferramentas: Google Calendar, Meet, Drive, Classroom e Forms.

PRIORIDADE

Manter equipa activa e unida e os grupos em formação activos e ligados

MENSAGENS SIMPLES MAS ESSENCIAIS

Há dúvidas e reflexões a fazer e refazer.

Não perder de vista a especificidade do RVCC.

Aprender com os outros. Reaprender o que se julgava saber.

Enfim, cuidar dos fins e não apenas dos meios

E O TEXTO DO CENTRO QUALIFCA – ARTUR VIEIRA

Nós, por cá…
… não estamos parados. Passado o primeiro embate com a nova realidade, foi tempo de adaptação e reação rápida, mas sem deixar de gastar tempo a pensar…Uma opção: aproveitar as sinergias da capacidade já instalada quanto a ferramentas de comunicação e interação a distância: as Apps do universo do nosso domínio: Google Calendar, Meet, Drive, Classroom e Forms, para já. Requisitos de eficácia.Prioridade: manter ativa e unida a equipa, em contacto quase permanente; manter ativos e ligados os grupos em formação e os candidatos em estados adiantados dos seus processos. Não parar.Reuniões da Equipa, treino das ferramentas, formação interna marcada para amanhã. A FCI de nível básico interrompida já está reativada. Sessões de validação e certificação remarcadas. Em 22 de abril, mais três candidatos em certificação (estava marcada para 25 de março). Validação em 15 de abril. FCI do grupo NB8 já recalendarizada, reiniciando este mês. O grupo da itinerância do Sobral de Monte Agraço (teve sessão de informação sobre o Programa Qualifica no dia 11 de março) termina o Acolhimento e avança para diagnóstico, já esta semana. Tudo sobre rodas?Não! Há dúvidas e reflexões a fazer e a refazer, é necessário não perder de vista a especificidade do RVCC e do seu público… Cuidar dos fins, não apenas dos meios. Atentos à nuvem e a Juno…E aprender com os outros… Há tanta gente a reaprender o que já julgava saber. Assim nós. Saúde e recolhimento!

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