10 de Dezembro, 2024

Praça das Redes

Jornalismo cidadão | Redes e Comunidades

Cestaria de Gonçalo

Quando se evoca Gonçalo podem emergir inúmeras referências à cabeça, desde Gonçalo M Tavares da arte da escrita até Gonçalo Guedes da arte do pontapé na bola. E claro Gonzales Pérez o Secretátio Real de Carlos I e Filipe II de Espanha que no entendimento de alguns poderá estar na origem desta denominação tão peculiar para uma localidade situada nas costas da serra.

Capital da cestaria

Gonçalo ostenta o título de Capital Europeia da Cestaria. O seu passado como território marcado pela produção de cestaria não deixa dúvidas: mais de 250 pessoas trabalharam anos a fio na cooperativa que organizava a produção local e que transformava esta arte em mais – valias económicas e sociais para a população local. Mas as coisas mudaram. Hoje são apenas alguns veteranos que mantêm activa esta relação criativa com o vime e a verga e que prologam um passado glorioso que marcou a vida e as famílias da terra.

O Helder, com idade menos avançada que os restantes, não perde a esperança e apresenta projectos de formação e produção de cestaria para pessoas com mobilidade reduzida. Apoiado por um projecto dinamizado pela ADM Estrela no âmbito do programa transfronteiriço POCTEP vai frequentar uma acção de formação com outros cesteiros da zona raiana e terá por missão recuperar algumas dinâmicas do passado.

Memórias

A paixão pela cestaria, na terra, é grande. Basta ouvir todos aqueles que este sábado dia 18 de agosto de 2018 participaram nas Oficinas que tiveram lugar no Festival da Cestaria de Gonçalo – Cultura e Arte. As memórias atravessam todos os agregados familiares e mesmo para aqueles que partiram para outras terras declaram de forma categórica “Há coisas que não se esquecem!”.

O futuro da cestaria em Gonçalo, que se encontra numa fase de transição, vai depender do esforço dos actores do território que necessariamente terão que desenhar uma nova estratégia que terá que passar pela Cooperação (principalmente com as actividades turísticas) e pela introdução de mais – valias nos produtos que deverão passar a integrar a sua dimensão identitária na relação com os potenciais clientes.

Carlos Ribeiro, 20 de Agosto de 2018

 

 

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado.

Copyright © CAIXA MÉDIA | All rights reserved. | Newsphere by AF themes.