Vida e morte do DLBC (3) – Como se trabalha em rede?

A dinâmica central do trabalho em rede é a interacção entre membros da própria rede para a acção. Agir de forma colaborativa para ter melhores resultados, aprender mutuamente e desenvolver competências colectivas.

Neste domínio a auto-organização é essencial e as relações democráticas determinantes.

Três casoa de PROCESSOS COLABORATIVOS no trabalho em rede impulsionados com membros da rede DLBC.

MEMBROS DA REDE DLBC LISBOA AUTO-ORGANIZADOS EM TORNO DE PROJECTOS – projectos europeus

O CASO DO PROJECTO URGENT

Como teve início?

O CONVITE À PARTICIPAÇÃO

CONVITE ENVIADO AOS MEMBROS DA REDE DLBC A 11 DE AGOSTO DE 2016
O Projecto URGENT que decorre com o apoio do Programa Europeu EUROPA PARA OS CIDADÃOS e é coordenado pela ALDA – ASSOCIAÇÃO EUROPEIA PARA A DEMOCRACIA LOCAL depois de uma primeira reunião em ESTRASBURGO na qual participaram três entidades membros da REDE DLBC Lisboa : a Câmara Municipal de Lisboa, o CEPAC  e o Centro Interculturacidade vai agora avançar para uma fase de concretização de alguns objectivos que desejamos partilhar com TODOS OS MEMBROS DA REDE com interesse e prática nas áreas das MIGRAÇÕES, REFUGIADOS E IMIGRAÇÃO.

O Programa vai sobretudo servir para uma partilha a nível europeu relacionada com as práticas e as orientações visando a promoção de estratégias inclusivas  e cidadãs na acção com os migrantes.

VIMOS CONVIDAR  todos os membros da Rede com estes interesses e ligações para uma REUNIÃO DE MEMBROS DA REDE DLBC LISBOA que se realiza no dia 15 de Março de 2017 `entre as 14h30 e as 16h30 no CAT – Centro de Acolhimento Temporário de Refugiados de Lisboa, na Quinta das Camélias – no cruzamento da Alameda das Linhas de Torres com a Avenida Rainha D. Leonor.

Para aceder à documentação do projecto podem consultar a pasta do DRIVE https://drive.google.com/drive/folders/0B0WfDIElNHgVQVFjTjRJUHkwOEE?usp=sharing
Para esclarecimentos e outras informações podem dirigir-se a valentimribeiro@gmail.com.

CONTAMOS CONSIGO no dia 15!
Até lá
Carlos Ribeiro
Caixa de Mitos | Redes na Rede
(quinta-feira, 11 de Agosto de 2016 às 01:26:45 UTC+1, Carlos Ribeiro escreveu)

Quem está a participar?

CEPAC – Centro Padre António Correia

Câmara Municipal de Lisboa – CATR

Centro Interculturacidade

Caixa de Mitos

CPR – Centro Português para os Refugiados

Cruz Vermelha Portuguesa

Fundação Aga khan – K´Cidade

ALCC – Associação Lusofonia Cultura e Cidadania

EPAR

Culturfaceis

Teatro Umano

PROSAUDESC

Rede de Jovens Para a Igualdade de Oportunidades entre Homens e Mulheres

O Grupo Coordenador é constituído pelo CEPAC, pela CML (CATR,) pelo Centro Interculturacidade e pela Caixa de Mitos.

Quais foram as últimas decisões tomadas neste quadro de REDE e de AUTO-ORGANIZAÇÃO (18 de Outubro no CATR)?

  • Concretizar o Plano de ação Local através das Oficinas do Mundo
  • Participar na próxima reunião do projecto em MOSTAR na Bósnia com 3 representantes da Rede URGENT que desenvolvam as acções das Oficinas do Mundo na Ameixoeira e na zona de S.Bento/Poço dos Negros.
  • Estabelecer as ligações operacionais com o Plano Municipal de Integração de Imigrantes de Lisboa.
  • Dinamizar o site do projecto com a participação dos membros da Rede migrantesecidades.pt

Um segundo CASO

MEMBROS DA REDE DLBC LISBOA AUTO-ORGANIZADOS EM TORNO DE PROJECTOS

O CASO DO PROJECTO – WISE

 

Caros membros da Direcção e dos restantes Órgãos Sociais da Rede DLBC Lisboa

Dando continuidade aos esforços colectivos de muitos membros da REDE DLBC Lisboa para que exista um funcionamento em REDE, colabotrativo e de aprendizagem mútua e se dinamizem projectos  com interesse para as diversas organizações da REDE, venho informar que o projecto europeu WISE, cuja candidatura foi apresentada pela ALDA – Associação Europeia para a Democracia Local e que envolve uma REDE de CIDADES europeias FOI APROVADO (ver lista anexa) sendo a REDE DLBC Lisboa o parceiro nacional.

Anexo textos de informação. Brevemente será divulgado o projecto na sua totalidade e será realizado o APELO À PARTICIPAÇÃO NA REDE WISE-EUROPA  para que seja constituída a Rede do Projecto e sejam definidas as bases da sua AUTO-ORGANIZAÇÃO.

Entretanto fico à disposição para todo e qualquer outro esclarecimento.

Carlos Ribeiro
Caisxa de Mitos
Membros da Direcção da Rede DLBC Lisboa


Um terceiro CASO

MEMBROS DA REDE DLBC LISBOA AUTO-ORGANIZADOS EM TORNO DE PROJECTO

O CASO DO PROJECTO

Volunteer Management in Europe’s Youth Sector

COMUNICAÇÃO ENVIADA QUE DÁ NOTA DO PROCESSO COLABORATIVO E AUTO-ORGANIZADO, com a coordenação da Rede Portuguesa de Jovens para a Igualdade entre homens e mulhers.

Cara Catarina

Vice-Presidente

Rede Portuguesa de Jovens para a Igualdade de Oportunidades entre Mulheres e Homens

Caros restantes membros desta parceria, membros da Rede DLBC Lisboa

Foi com imenso prazer que recebi a informação da aprovação do projecto projeto Erasmus+ de capacity building, “Volunteer Management in Europe’s Youth Sector” que vai proporcionar novas oportunidades a vários membros da rede DLBC Lisboa que tiveram o sentido de cooperação e de partilhar riscos e trabalho neste processo de candidatura com outras organizações europeias.

O convite de organizações dos Balkans membros da ALDA – Associação Europeia para a Democracia Local que oportunamente divulguei na Rede DLBC Lisboa foi acolhido pela  Rede Portuguesa de Jovens para a Igualdade de Oportunidades entre Mulheres e Homens, pela Lusofonia Luso, pela CulturFACE – Associação Cultural para Desenvolvimento e pela A Fundação Portuguesa “A Comunidade Contra a Sida” que agora irão desenvolver o projecto em cooperação.

Julgo ser mais um bom exemplo da cooperação entre membros da Rede DLBC Lisboa que partilham interesses e motivações em área muito específicas (aqui a gestão do voluntariado no sector da Juventude)  e que consideram a rede como um espaço de DESENVOLVIMENTO E DE COOPERAÇÃO  e não apenas como um agrupamento de entidades para “usufruir de fundos públicos”.

Fico à disposição para, como membro da Direcção da Rede DLBC, para colaborar no que for conveniente com a toda a parceria e ainda com a entidade sua representante a Rede Portuguesa de Jovens para a Igualdade de Oportunidades entre Mulheres e Homens.

Cordiais saudações

Carlos Ribeiro

Caixa de Mitos

Membro da Rede DLBC Lisboa

 

Vida e morte do DLBC (2) – As redes

Uma condição para haja desenvolvimento local de base comunitária é a existência de redes locais, de pessoas, de organizações, de clubes , de colectividades, de autarquias, de centros culturais, de grupos informais de cidadãos, de associações de moradores, de jovens, de escolas e universidades, de empresas enfim, um quadro dinâmico e colaborativo que crie condições para que um objectivo comum seja atingido: agir de forma integrada e articulada no território para melhorar globalmente as condições de vida, de todos e dar passos no sentido de um desenvolvimento mais sustentável.

Mas as redes que devem ser base (e a condição) das iniciativas e acções de baixo para cima têm que ser redes autênticas. Redes com dinâmica de rede, com interacções abertas, não tuteladas nem condicionadas, com uma horizontalidade sem constrangimentos ou barreiras. O objectivo é tirar o máximo de partido das sinergias resultantes das interacções entre os membros da rede, mas é também a aprendizagem do poder partilhado, da auto-organização, da cooperação envolvendo sempre os destinatários das iniciativas que são levadas a efeito.

Os casos bem caricatos das redes que existem e alegadamente funcionam quando estão reunidos técnicos e dirigentes, ou seja, a rede ….é a reunião da própria Rede…deveriam inspirar uma alteração radical no sistema de governança e de dinamização da acção colectiva.

Nesse sentido o próprio sistema de organização e de funcionamento interno da rede tem de basear-se em princípios de flexibilidade, de informalidade, de espontaneidade e até de liberdade porque pode e deve aplicar-se nas redes a regra simples mas essencial para a gestão das questões de poder “entra-se e sai-se quando se quer”.

Mas não é esta a visão aberta, democrática e funcional que tem prevalecido na construção das redes que dão suporte ao DLBC. As redes são propositadamente confundidas com as lógicas associativas, instalam-se mecanismos de poder para perpetuar o domínio de alguns sobre muitos, retira-se aos membros a capacidade de se auto-organizarem e consolidam-se relações de poder baseadas no dinheiro e do direito de o distribuir.

Esta matéria está bem patente no processo interno da Rede DLBC Lisboa que paulatina e progressivamente foi adquirindo um perfil de associação dominada numa primeira fase por algumas organizações e numa segunda controlada por técnicos assalariados da própria instituição ou técnicos representantes de entidades dos órgãos sociais,

O debate e os resultados das sessões de trabalho em torno do modelo proposto pela Caixa de Mitos há mais de ano, quando o assunto se colocou ao núcleo de organizações que então participavam activamente na construção da Rede, foram progressivamente abafados e esquecidos. Através de pequenas objecções, sistemáticas, aparentemente inocentes, sobre este ou aquele domínio, foram remetendo para as calendas gregas as decisões sobre as áreas de auto-organização e foram introduzindo o seu modelo de paixão “o modelo da governação pelos técnicos”, modelo bem conhecido e bem representado em muitas das redes que funcionam de “cima para baixo”.

Será possível colocar debaixo da responsabilidade de grupos de associados todas as áreas assumidas na “Equipa Técnica” de forma individual? Claro que sim. Não há razão nenhuma para que os projectos, a animação territorial, a comunicação, a gestão financeira, etc não sejam geridos por grupos de associados, colectivamente e de forma colaborativa.

E, para além das áreas mais especializadas, a principal função de Animação da própria Rede poder ser desempenhada, de forma rotativa, por períodos até seis meses, por grupos de associados, auto-organizados para aquele efeito.

Outro modelo é possível e desejável.

Por isso a Caixa de Mitos se opôs ao modelo de recrutamento e de constituição da actual equipa técnica da Rede DLBC Lisboa.

Uma solução ideal, com um sistema hiperflexível, descentralizado e de base colaborativa também não seria compatível com a origem dos principais recursos financeiros que a Rede irá dispor nos próximos tempos. Mas seria desejável uma solução mista que desse sinal que uma nova abordagem ao sistema de governança estaria em curso. Mas na verdade não há nem sinais, nem intenções de o instalar.

Não é por acaso que a Rede DLBC Lisboa surge no esquema explicativo da Câmara Municipal de Lisboa na apresentação da estratégia BIP-ZIP nas Boas Práticas URBACT como uma ferramenta da Câmara e como apêndice num sistema de governação liderado, não pelas organizações que dinamizam o BIP – ZIP mas antes pela própria Equipa Técnica da Câmara.

Será difícil perceber que se impõe uma Assembleia das Organizações que dinamizam projectos BIP-ZIP com poderes sobre o Programa? E responsabilizar essas organizações pelas metas do desenvolvimento sustentável no território e não apenas no âmbito restricto da sua área de intervenção?

Não é uma questão fácil de gerir, mas é possível e desejável ir mais longe. Nas opções a tomar neste domínio há inegavelmente muitos riscos.

O pior é nem sequer os equacionar e fingir que se está a mudar, a mexer, para que tudo fique na mesma.

VIDA E MORTE DO DLBC – Os princípios e os GAL

Morte ao DLBC! Viva o DLBC! O Desenvolvimento Local de Base Comunitária morreu antes de nascer. Foi anunciado. Foi desejado. Foi liquidado. Não chegou a ver a luz do dia. Fora as ameaças, que foram muitas, não se passou nada.

Ideias iniciais de mudança

Nos planos de melhoria e de inovação do Quadro Comunitário de Programação 2013-2020 foi declarado solenemente que o modelo de intervenção Leader , até então reservado aos territórios rurais, seria ampliado, aprofundado e melhorado com um lema quase revolucionário: Todo o Poder às Comunidades Locais!

Tendo saído do quadro restricto do meio rural para também se instalar nas zonas costeiras e nas áreas urbanas do território nacional o DLBC prometia uma nova relação entre projectos locais e desenvolvimento comunitário. As parcerias teriam que ser lideradas por organizações não-estatais (a famosa regra dos 51%-49% nas parcerias público – privadas), os projectos teriam que ser sufragados (ou apresentados) pelas comunidades locais e os GAL – Grupos de Acção Local teriam que adoptar um novo perfil de entidades flexíveis, com menos custos fixos e com uma maior delegação do trabalho técnico nas entidades parceiras de base local.

Os GAL – Grupos de Acção local

Todos os GAL da fase anterior (Leader) foram extintos tendo sido realizados concursos em todo o país para territórios mais restrictos para reequilibrar (até 150.000 habitantes) a relação entre os fundos utilizados pelas organizações e as populações locais e os volumes financeiros mobilizados para alimentar grandes equipas técnicas (+-25% dos financiamentos) que realizavam a Assistência Técnica aos projectos locais.

Foram escritas milhares de páginas sobre Estratégias de Desenvolvimento Local e sobre modelos de Governança Local para dotar o processo de acreditação de entidades para a função de GAL, com bases credíveis e até científicas. No entanto, dramaticamente, a selecção dos Grupos de Acção Local foi um “vira o disco e toca o mesmo” e nas novas entidades acreditadas, nomeadamente nas áreas urbanas, até uma Tuna de uma Faculdade foi considerada apta para liderar o DLBC numa freguesia de Lisboa. Haja criatividade! e claro desaforo.

Os sistemas de apoio e animação territorial

A oportunidade de reformulação do sistema do apoio a projectos e de animação territorial foi completamente perdida. Mantém-se uma lógica “técnica” e “tecnocrática” (aie! os regulamentos, as declarações, as facturas pró-forma…os projectos rentáveis, etc.), hierárquica (as populações locais são chamadas para vir assistir….às sessões de informação e esclarecimento sobre a abertura dos concursos), competitiva (os projectos competem entre eles e  não são considerados numa relação multifundos com cruzamento aos interesses locais ou seja, a velha história das candidaturas a prevalecer soit disant para utilizar critérios de transparência…) e por fim dependente  porque totalmente dominada, directa ou indirectamente, pelas autarquias.

O desenvolvimento comunitário e a vontade das populações locais são utilizados nos discursos e nos documentos formais para pintar a manta da democracia e da participação, mas na realidade trata-se de “mais do mesmo” e com um reforço perigoso de uma nova legitimidade que advém da denominação “de base comunitária”  ( sendo que a expressão inglesa – CLLD – desenvolvimento local “liderado pelas comunidades” ainda é mais explícito sobre as relações de poder a instituir. Onde está a liderança das comunidades locais nos projectos até agora financiados no DLBC?

Mistificação

A actual mistificação cozinhada e consensualizada como DLBC arrasa ainda duas dinâmicas fundamentais: a inexistência de verdadeiras REDES colaborativas e a opção de privilegiar fundos e incentivos que tenham prioritariamente a ver com os negócios, com a competitividade da economia e do emprego (veja-se o famigerado SI2E – Sistema de Incentivos ao Empreendedorismo e ao Emprego) em detrimento de projectos que ataquem de uma forma integrada os problemas de desenvolvimento local e com uma clara orientação para o desenvolvimento sustentável.

Mas essa será a matéria que abordaremos num segundo artigo sobre este assunto .

Carlos Ribeiro, 28 de Outubro 2017

REDE KELVOA | CONCLUSÕES DAS QUINTAS JORNADAS DE PARIS – OUTUBRO 2017

Transformations du travail : impacts sur les parcours et l’accompagnement des personnes

Rencontre du Jeudi 12 octobre 2017 à PARIS

Quelles transformations du travail ?

Quand on cherche à faire une synthèse sur les transformations du travail, on est vite submergé par la masse des données à traiter. Le rapport du Conseil National du Numérique, dans son rapport de 2016 sur les nouvelles trajectoires le note en préambule.

Les catégories travail-emploi-numérique renvoient rapidement à une multiplicité d’échelles – de l’individu à l’organisation du monde – à une infinie littérature, à une diversité de disciplines et d’expertises, et à une actualité foisonnante d’idées, de débats, de postures, et de rapports. Puis de préciser, « Avant toute chose, il nous semble indispensable d’affirmer que la période que nous traversons est celle d’une évolution systémique, exceptionnelle et rarement connue dans l’histoire de l’humanité. En ce sens il ne s’agit pas d’une crise, mais d’une métamorphose : non d’un passage entre deux états, mais d’une installation dans l’inconnu. Quand la crise suppose de résoudre des enjeux qui peuvent être cruciaux, la métamorphose nécessite de modifier les conditions mêmes d’analyse de ces enjeux. »

Par ailleurs, et c’est sans doute la difficulté de l’exercice, ce foisonnement de travaux multiformes laisse perplexe car il amène assez vite à repérer une multiplicité de trajectoires possibles, des scénarios  plus ou moins élaborés mais surtout des controverses et des prises de position plus ou moins étayées. Qu’est ce qui est certain quand tout devient imprévisible ? Comment choisir alors même que les leçons du passé n’éclairent plus l’avenir ? La question est identique pour notre société que pour chacun d’entre nous. Alors on cherche à repérer des signaux faibles qui éclairent les tendances mais sans savoir si ce mouvement sera rapide ou lent, radical ou subtil.

Un paradigme de relations non linéaires

Le Conseil National du Numérique ajoute : « Il n’est plus possible de concevoir les trajectoires professionnelles individuelles de façon linéaire. La prospective n’a plus pour objet les mutations qui vont affecter la génération suivante : c’est à l’échelle d’une carrière que les paradigmes se transforment. C’est donc également au niveau individuel que se cristallisent ces mutations et leurs effets. ». Alors, face à ces mutations, il nous semble indispensable de croiser les regards, de clarifier les conséquences de ce « saut dans l’inconnu » et surtout d’en percevoir les impacts individuels et collectifs.

C’est donc bien d’une incertitude multiforme dont il s’agit : cycles économiques plus courts et grande dépendance par rapport à des facteurs hors contrôle ; passage d’un paradigme de stabilité, d’ordre et d’équilibre, de relations linéaires à un paradigme d’instabilité, de désordre, de diversité, de déséquilibre, de relations non linéaires ; la seule constante est le changement et l’imprévisibilité structure les processus d’évolution.

Or ces transformations ont plusieurs faces, en fonction d’où l’on porte le regard : opportunités stratégiques, développement de nouveaux métiers, « robotariat », « ubérisation » des services, précarisation.… et donnent lieu à des débats multiples sur ce qu’elles apportent et sur ce qu’elles transforment. Cela s’inscrit également dans un moment de notre histoire collective. On peut y voir la modification de la place du travail dans les vies.

Une économie du maître des données

Et constater une évolution des situations de travail elles-mêmes (plus de pression, logique d’efficience). On peut également observer l’évolution des formes de travail (multi activité, multi statut, Slashers, parcours hybrides…) et l’enjeu des revenus dans la conduite des transitions. Or, les impacts de ces changements ne sont pas nécessairement écrits. Ils supposent qu’on les interroge dans leur nature et leurs effets liés notamment à la place du numérique et aux impacts de trois évolutions récentes :

  •  l’internet et le développement de réseaux à haut débit ;
  • le Big Data, c’est-à-dire l’agglomération, par des plateformes internet, de masses gigantesques d’informations commerciales, personnelles, géographiques directement exploitables ;
  • l’extension fulgurante des appareils mobiles (téléphones mobiles, tablettes) permettant aux consommateurs, travailleurs, prestataires de services l’internet mobile à tout moment à tout endroit. (Frédéric Degryse).

Et le bouleversement des modèles d’affaires aussi : On passe d’une économie où c’était le maître des infrastructures qui créait (et captait) de la valeur, à une économie où c’est le maître des données qui crée (et capte) la valeur.

On peut mieux comprendre ces incertitudes et les leviers d’actions en analysant quelques critères en tension : régulation / libéralisation ; prévision / probabilité ; sécurisation / risque ; réel/ virtuel…Mais « La digitalisation ne va pas changer la place centrale que le travail occupe dans la construction des identités individuelles et collectives, ni la reconnaissance sociale que procure le travail. Cependant, la digitalisation bouleverse certains fondements du travail, notamment les liens de sociabilité qui s’y tissent et les repères de temps et de lieu qui lui donnent sa place particulière dans la vie en société. » notent Gérard Valenduc et Patricia Vendramin.

Des parcours professionnels inédits ?

Mais si le travail est transformé, tant dans son contenu que dans ses modalités, les vies professionnelles sont également considérablement affectées : multiplication des transitions ou des ruptures, non linéarité, imprévisibilité, risques de déclassement, vulnérabilités prenant des formes nouvelles et persistantes, renforcement de déterminismes sociaux…mais également variété, richesse, opportunités, développement permanent de compétences nouvelles….autant de conséquences d’une mondialisation des échanges qui accélère l’obsolescence rapide des repères individuels et collectifs et soumet chacun à des menaces nouvelles et permanentes. Ce qui implique la prise en compte de risques individuels et collectifs inédits et la nécessité de réfléchir à des nouveaux modes de protection.

Car, plus de transitions, c’est également…

  • Des négociations et transactions sans cesse renouvelées
  • Des arbitrages incessants entre les paramètres situationnels et les aspirations à une vie professionnelle mobilisatrice
  • Une difficile conciliation entre l’aspiration à une position sociale, le maintien d’éléments de sécurité personnels et familiaux et le besoin de « mettre du sien », de se réaliser dans son activité de travail
  • L’enjeu du développement des compétences et la place nouvelle qu’occupera la formation dans les années à venir, en lien notamment avec le développement du compte personnel de formation (CPF et aujourd’hui CPA).
  • L’importance des situations de travail comme leviers de réflexivité et d’apprentissage

Alors, quelle place du salariat ? Quelles formes de travail ? Quelles compétences nécessaires dans ces évolutions ? Quelle prévisibilité et quels processus de réajustements individuels et collectifs ? Autant de questions qui n’ont pas de réponse déjà écrites mais dont il s’agit de percevoir l’importance, et pour lesquelles notre agilité réflexive individuelle et collective sera indispensable.

Car ce qui se passera dépend aussi de nous.

Et notre collectif KELVOA y prendra sa part.

Sources

Conseil National du Numérique

Rapport Travail, emploi, numérique : les nouvelles trajectoires, janvier 2016

Le labo de l’Economie sociale et solidaire

Publication, Transformer l’empmoi, redonner du sens au travail, 2017

Conseil d’Orientation pour l’emploi

Rapport Automatisation, numérisation et emploi, Tome 1, 2016

Rapport Automatisation, numérisation et emploi, Tome 2, 2017

Publications ETUI

Le travail dans l’économie digitale – Gérard Valenduc et Patricia Vendramin (Fondation Travail-Université)

Les impacts sociaux de la digitalisation de l’économie, 2016, Christophe Degryse (ETUI)

Note de prospective : Façonner le mode du travail dans l’économie digitale, 2017, Christophe Degryse (ETUI)

France stratégie

Salarié ou indépendant : une question de métier

Vision prospective partagée des emplois et des compétences : la filière numérique

Imaginer l’avenir du travail : 4 types d’organisation

Compétences transférables et transversales

CNEFOP

Rapport sur le suivi de la mise en œuvre du CEP et du CPF / 2017

COPANEF

Rapport sur les évolutions du bilan de compétences, juillet 2017

 

 

REDE NEET | FÓRUM FINAL DO PROJECTO T´ICI NO CENTRO DE JUVENTUDE DE LISBOA

A Rede de Jovens para a Igualdade convida a jovens profissionais da área da juventude e pessoas interessadas a a participar no Fórum final do projeto Erasmus + “T’ICI: Explorando identidades para a convivência numa sociedade multicultural” Identidades e multiculturalidade na intervenção com jovens

30 de Outubro, 14h |Centro de Juventude de Lisboa, Moscavide

O Fórum “Identidades e multiculturalidade na intervenção com jovens” é um evento de apredizagem, formação e partilha no âmbito do projeto europeu “T’ICI – Explorando identidades para a convivência numa sociedade multicultural”, financiado pelo Programa Erasmus+, implementado em Portugal pela Rede de Jovens para a Igualdade em parceria com o Projeto +XL, da Associação de Solidariedade e Desenvolvimento do Laranjeiro.

O Fórum pretende dar a conhecer resultados do Projeto T’ICI, mostrar o trabalho feito pelos/as jovens envolvidos/as no projeto e capacitar técnicos/as de juventude para a utilização do Mosaico de Identidades, um toolkit de educação não formal que oferece ferramentas práticas para trabalhar as questões da identidade com jovens em contextos multiculturais.

A Rede de Jovens para a Igualdade convida a jovens profissionais da área da juventude e pessoas interessadas a juntar-se a nós neste dia. Este evento (e a formação) é gratuito mas sujeito a inscrição prévia.

Se tiveres interesse em participar, por favor, preenche o formulário de inscrição em: https://goo.gl/forms/U1y7yd3nhR0iLTBi2

Contamos convosco!!

PROGRAMA
14h Receção dos/as participantes
14h20 Apresentação do projeto T’ICI
14h40 Visualização documentário feito pelos/as jovens
15h Apresentação de resultados e debate
15h20 Apresentação Curtas-Metragens para uma Cidadania Multicultural
15h30 Visualização das curtas
16h Apresentaçãodo Mosaico de Identidades
16h05 Formação: dinámicas do Mosaico de Identidades
18h Encerramento

Rede de Jovens para a Igualdade

Informações:

marta.lopez.rede@gmail.com / geral@redejovens igualdade.org.pt

Tel.: 917 818 727

REDE EPALE – A Literacia tem sentido, quando é sentida

Foi no Centro de Congressos de Lisboa, à Junqueira, que no passado dia 12 de Setembro a literacia teve honras de tema central num encontro que a Fundação AIP e a ANQEP – Agência para a Qualificação e Ensino Profissional organizaram para celebrar o Dia Internacional da Literacia. Na sessão, principalmente participada por profissionais da educação e da formação, foram apresentados os oito embaixadores da EPALE , a plataforma electrónica para a educação de adultos na Europa.

A história de um treinador analfabeto, que orientou anos a fio equipas vencedoras no futebol americano e que geriu de forma particularmente habilidosa e competente essa lacuna na relação com terceiros, surgiu como um grito de alerta pela voz de Rui Seguro, embaixador EPALE e dirigente da associação direito de aprender, que valorizou a abordagem do tema mais pelo lado da vida dos adultos e dos cidadãos e não principalmente a partir das referências estatísticas, sempre controversas.

A vida quotidiana e local com piscadelas de olho, a adegas no Alentejo, a visitas simuladas a eventos e a iniciativas em aldeias de um futuro imaginário, multiculturais, solidárias e com Clubes Saber+, a aprendizagens colaborativas no uso das tecnologias envolvendo as diversas gerações, a campanhas políticas a nível europeu para uma educação de adultos mais forte e mais valorizada, acabou por constituir o essencial da Mesa Redonda que Ana Cláudia Valente, vogal do Conselho Diretivo da ANQEP, moderou. Esta parte do programa contou com a participação de Bravo Nico, Etelberto Costa, Susana Oliveira, Rui Seguro e Carlos Ribeiro, todos Embaixadores EPALE.

A literacia andou ainda por outras andanças com André Magrinho da Fundação AIP que projectou a sua relação com a indústria 4.0 e ainda com Marçal Grilo que na sua qualidade de presidente do Conselho Estratégico da Futurália alertou para a dimensão estrutural da educação nos seus pilares essenciais, o conhecimento, os comportamentos e as atitudes e finalmente os valores.

A literacia num mundo em mudança, um tema sempre em aberto que exige uma grande proximidade às populações locais e necessariamente à inovação social tendo em conta os imperativos do desenvolvimento sustentável.

Carlos Ribeiro/ CR/18set117_epale

REDE EPALE – HISTÓRIAS PARA CONTAR “O andarilho dos afetos”

Alfabetizar é um retornar das letras à casa do afeto.

O andarilho marca a sua passada ritmada, a dificuldade em andar não a impede de vir semana após semana à oficina de alfabetização Letras Prá Vida. A sua participação na oficina é tão rica em histórias e lenga lengas, ditas de memória e escritas nas páginas do caderno, sessão após sessão. Sabe escrever, mas a sua vinda para a Oficina é antes demais um ato de resistência à rotina dos dias na sua atual casa, um lar de idosos. Sabe – diz – tratam-me bem, não tenho razão de queixa, são todos muito queridos no lar. Mas meus amores, os dias são todos iguais, as mesmas coisas feitas da mesma maneira, dia após dia, semana após semana, mês após mês, ano após ano. Vir aqui à oficina é arejar a cabeça, aprender coisas novas e é uma alegria para mim. Vocês são uns amores, fazem-me muito bem. A alfabetização também é um ato de resistência à rotina dos dias.

Porque não me esqueço do que aconteceu

Porque envelhecer deveria ser a arte de aprender a morrer, enfim a morte física faz parte do nosso percurso, aprender a lidar com a morte só é possível com muito amor.

Que lição tiro dessa experiência

Alfabetizar também é uma forma de resistência à burocratização dos dias

 

História contada por Vera Carvalho, animadora de processos de alfabetização na Oficina Letras Prá Vida

 

REDE EPALE – HISTÓRIAS PARA CONTAR “Saudades do mar”

Estávamos em Junho de 2017 num dia que foi especial para todos os participantes da Oficina de Alfabetização Letras Prá Vida. Fomos à praia concretizar um desejo manifestado por muitos adultos no início da Oficina. Não foi bem uma bela manhã de sol, mas não deixámos de aproveitá-la! A Dona Deolinda e eu resolvemos meter os pés na areia e caminhar até à água. Ao chegarmos junto ao mar sentimos o seu cheiro e apreciámos e revisitámos as memórias que este nos trazia. Então, conversámos sobre sentir saudades do mar. A minha saudade de viver perto do mar na cidade de Natal no Brasil, de onde venho, e as saudades da Dona Deolinda, na sua infância, junto ao mar na Figueira da Foz. Relembrámos e comparámos as brincadeiras que fazíamos na praia, o que comíamos e o estar em família e olha, tínhamos tanto em comum! Sorrimos! De saída, tal como na infância, levámos um pouco de areia nos pés para a casa.

Tatiana Andrade

Animadora de processos de albabetização

Vila Nova de Poiares – Oficina de Alfabetização Letras Prá Vida

REDE INFORURAL – AS FEIRAS DE TROCAS

A Troca a tod@s é uma iniciativa de sensibilização para a economia solidária com experiência de moeda social. Uma iniciativa da Coolabora e de muitas outras organizações locais que reúne regularmente na Covilhã os que querem fazer propostas de produtos e serviços com aqueles que têm necessiades e também estão disponíveis para apoiar a iniciativa económica dos outros.

A Caixa de Mitos participou na animação de uma das actividads levadas a efeito no âmbito do INFORURAL um projecto da CNJ – Confederação Nacional dos Jobens Agricultores e do Desenvolvimento Rural que a Caixa está a dinamizar a nível nacional.
Mais iniciativas destas tornam-se indispensáveis para provocar rupturas com o consumeirismo e favorecer o laço social em detrimento das lógicas invidualistas e tecnocráticas de promoção da inclusão social. Se muitos dos milhões que são gastos no apoio a entidades e a estruturas para promover a denominada “Procura activa de Emprego”, com sessões sobre CVs, sobre como pintar as unhas para agradar ao empregador e como rastejar de forma elegante nas entrevistas de emprego, fossem utilizados em iniciativas deste tipo, com a promoção de redes de contacto, de interacção social, de perspetivas partilhadas e colaborativas sobre como começar, ficaríamos todos a ganhar. As feiras de trocas se tivessem outro tipo de apoio poderiam transformar-se numa nova plataforma de partilha de produtos, serviços e de soluções facilitadoras de inclusão e coesão social. Num ambiente de solidariedade!
REDE EPALE – Histórias para contar “O nome do filho”

Na  Oficina Letras Prá Vida, em Condeixa-a-Nova. Em 2015. História contada por Dina Soeiro.

“O Sr. Mário escreveu pela primeira vez o nome do filho. Emocionou-se. Estava ansioso por chegar a casa e mostrar ao seu filho. Chegou na sessão seguinte, feliz porque o seu filho ficou muito orgulhoso!

Alguns participantes gostam de mostrar o que fazem nas oficinas aos seus filhos e/ou netos. Gostam de escrever em casa, muitas vezes com ajuda, promovendo a aprendizagem intergeracional, e trazer para os animadores da sessão corrigirem e, claro, poderem elogiar o seu esforço e resultado”.

Dina Soeiro não se esquece desta situação: porque o Sr. Mário e o filho também não se vão esquecer desse feito importante e significativo para eles.

Que lição tiro dessa experiência: A importância do significado afectivo das palavras geradoras.