REDE EPALE – A Literacia tem sentido, quando é sentida

Foi no Centro de Congressos de Lisboa, à Junqueira, que no passado dia 12 de Setembro a literacia teve honras de tema central num encontro que a Fundação AIP e a ANQEP – Agência para a Qualificação e Ensino Profissional organizaram para celebrar o Dia Internacional da Literacia. Na sessão, principalmente participada por profissionais da educação e da formação, foram apresentados os oito embaixadores da EPALE , a plataforma electrónica para a educação de adultos na Europa.

A história de um treinador analfabeto, que orientou anos a fio equipas vencedoras no futebol americano e que geriu de forma particularmente habilidosa e competente essa lacuna na relação com terceiros, surgiu como um grito de alerta pela voz de Rui Seguro, embaixador EPALE e dirigente da associação direito de aprender, que valorizou a abordagem do tema mais pelo lado da vida dos adultos e dos cidadãos e não principalmente a partir das referências estatísticas, sempre controversas.

A vida quotidiana e local com piscadelas de olho, a adegas no Alentejo, a visitas simuladas a eventos e a iniciativas em aldeias de um futuro imaginário, multiculturais, solidárias e com Clubes Saber+, a aprendizagens colaborativas no uso das tecnologias envolvendo as diversas gerações, a campanhas políticas a nível europeu para uma educação de adultos mais forte e mais valorizada, acabou por constituir o essencial da Mesa Redonda que Ana Cláudia Valente, vogal do Conselho Diretivo da ANQEP, moderou. Esta parte do programa contou com a participação de Bravo Nico, Etelberto Costa, Susana Oliveira, Rui Seguro e Carlos Ribeiro, todos Embaixadores EPALE.

A literacia andou ainda por outras andanças com André Magrinho da Fundação AIP que projectou a sua relação com a indústria 4.0 e ainda com Marçal Grilo que na sua qualidade de presidente do Conselho Estratégico da Futurália alertou para a dimensão estrutural da educação nos seus pilares essenciais, o conhecimento, os comportamentos e as atitudes e finalmente os valores.

A literacia num mundo em mudança, um tema sempre em aberto que exige uma grande proximidade às populações locais e necessariamente à inovação social tendo em conta os imperativos do desenvolvimento sustentável.

Carlos Ribeiro/ CR/18set117_epale

REDE EPALE – HISTÓRIAS PARA CONTAR “O andarilho dos afetos”

Alfabetizar é um retornar das letras à casa do afeto.

O andarilho marca a sua passada ritmada, a dificuldade em andar não a impede de vir semana após semana à oficina de alfabetização Letras Prá Vida. A sua participação na oficina é tão rica em histórias e lenga lengas, ditas de memória e escritas nas páginas do caderno, sessão após sessão. Sabe escrever, mas a sua vinda para a Oficina é antes demais um ato de resistência à rotina dos dias na sua atual casa, um lar de idosos. Sabe – diz – tratam-me bem, não tenho razão de queixa, são todos muito queridos no lar. Mas meus amores, os dias são todos iguais, as mesmas coisas feitas da mesma maneira, dia após dia, semana após semana, mês após mês, ano após ano. Vir aqui à oficina é arejar a cabeça, aprender coisas novas e é uma alegria para mim. Vocês são uns amores, fazem-me muito bem. A alfabetização também é um ato de resistência à rotina dos dias.

Porque não me esqueço do que aconteceu

Porque envelhecer deveria ser a arte de aprender a morrer, enfim a morte física faz parte do nosso percurso, aprender a lidar com a morte só é possível com muito amor.

Que lição tiro dessa experiência

Alfabetizar também é uma forma de resistência à burocratização dos dias

 

História contada por Vera Carvalho, animadora de processos de alfabetização na Oficina Letras Prá Vida

 

REDE EPALE – HISTÓRIAS PARA CONTAR “Saudades do mar”

Estávamos em Junho de 2017 num dia que foi especial para todos os participantes da Oficina de Alfabetização Letras Prá Vida. Fomos à praia concretizar um desejo manifestado por muitos adultos no início da Oficina. Não foi bem uma bela manhã de sol, mas não deixámos de aproveitá-la! A Dona Deolinda e eu resolvemos meter os pés na areia e caminhar até à água. Ao chegarmos junto ao mar sentimos o seu cheiro e apreciámos e revisitámos as memórias que este nos trazia. Então, conversámos sobre sentir saudades do mar. A minha saudade de viver perto do mar na cidade de Natal no Brasil, de onde venho, e as saudades da Dona Deolinda, na sua infância, junto ao mar na Figueira da Foz. Relembrámos e comparámos as brincadeiras que fazíamos na praia, o que comíamos e o estar em família e olha, tínhamos tanto em comum! Sorrimos! De saída, tal como na infância, levámos um pouco de areia nos pés para a casa.

Tatiana Andrade

Animadora de processos de albabetização

Vila Nova de Poiares – Oficina de Alfabetização Letras Prá Vida

REDE INFORURAL – AS FEIRAS DE TROCAS

A Troca a tod@s é uma iniciativa de sensibilização para a economia solidária com experiência de moeda social. Uma iniciativa da Coolabora e de muitas outras organizações locais que reúne regularmente na Covilhã os que querem fazer propostas de produtos e serviços com aqueles que têm necessiades e também estão disponíveis para apoiar a iniciativa económica dos outros.

A Caixa de Mitos participou na animação de uma das actividads levadas a efeito no âmbito do INFORURAL um projecto da CNJ – Confederação Nacional dos Jobens Agricultores e do Desenvolvimento Rural que a Caixa está a dinamizar a nível nacional.
Mais iniciativas destas tornam-se indispensáveis para provocar rupturas com o consumeirismo e favorecer o laço social em detrimento das lógicas invidualistas e tecnocráticas de promoção da inclusão social. Se muitos dos milhões que são gastos no apoio a entidades e a estruturas para promover a denominada “Procura activa de Emprego”, com sessões sobre CVs, sobre como pintar as unhas para agradar ao empregador e como rastejar de forma elegante nas entrevistas de emprego, fossem utilizados em iniciativas deste tipo, com a promoção de redes de contacto, de interacção social, de perspetivas partilhadas e colaborativas sobre como começar, ficaríamos todos a ganhar. As feiras de trocas se tivessem outro tipo de apoio poderiam transformar-se numa nova plataforma de partilha de produtos, serviços e de soluções facilitadoras de inclusão e coesão social. Num ambiente de solidariedade!
REDE EPALE – Histórias para contar “O nome do filho”

Na  Oficina Letras Prá Vida, em Condeixa-a-Nova. Em 2015. História contada por Dina Soeiro.

“O Sr. Mário escreveu pela primeira vez o nome do filho. Emocionou-se. Estava ansioso por chegar a casa e mostrar ao seu filho. Chegou na sessão seguinte, feliz porque o seu filho ficou muito orgulhoso!

Alguns participantes gostam de mostrar o que fazem nas oficinas aos seus filhos e/ou netos. Gostam de escrever em casa, muitas vezes com ajuda, promovendo a aprendizagem intergeracional, e trazer para os animadores da sessão corrigirem e, claro, poderem elogiar o seu esforço e resultado”.

Dina Soeiro não se esquece desta situação: porque o Sr. Mário e o filho também não se vão esquecer desse feito importante e significativo para eles.

Que lição tiro dessa experiência: A importância do significado afectivo das palavras geradoras.

REDE LIKE – WHAT KIND OF CAPITALS FOR CULTURE?
LE RENDEZ-VOUS DE AARHUS
14-15 SEPT /2017

Notre séminaire de deux jours sur les Capitales Européennes de la Culture approche ! LIKE croit plus que jamais au concept actuel des Capitales Européennes de la Culture, mais notre réseau est également intéressé par les manières d’en élargir les impacts positifs au reste des territoires européens. Pour cela, il est nécessaire de développer une évaluation critique des CECs, et de réfléchir aux façons de favoriser la coopération et le partage de connaissances entre tous les candidats – heureux, malheureux, passés, présents et futurs. Notre but et celui de nos délégations européennes est de donner plus de sens encore à ces Capitales !

Rejoignez-nous ! Seules quelques places restent disponibles donc n’hésitez pas à vous mettre en contact avec l’équipe de LIKE pour obtenir davantage d’information.

JE M’INSCRIS
 A L’AFFICHE 

Présentation de Aarhus 2017
Organisation, stratégie, documentation et héritage
Rina Valeur Simonsen, Cheffe de la stratégie et des opérations / Aarhus 2017

Programme de Aarhus CEC 2017
Trine Bang, Coordinatrice du programme, Aarhus 2017

Keynote
Comment la Commission Européenne travaille-t-elle avec les villes et régions européennes sur
les questions culturelles, et quelles sont les perspectives futures pour ces relations? »

Sylvain Pasqua, Chef d’équipe – Coordination des Capitales Européennes de la Culture, DGEAC, Commission Européenne

/Workshop 1

« Repenser les objectifs des CECs : quelles sont les bénéfices attendus lorsqu’une ville s’engage dans la compétition ? »
Animé par Dinah Clark, Manager du Programme pour Leeds2023 (UK)

/Workshop 2
« Repenser l’échelle et la portée des CECs : une ville, une région, un pays, l’UE ? »
Animé par Lene Oester, Manager régionale pour Aarhus 2017 (Danemark)

Quelques uns de nos grands témoins :
Harald Petermichl, Directeur du Département de la Culture, Municipalité de Feldkirch (Autriche)
Andrei Ando, Directeur de la communication et de la stratégie, Département d’Arad (Roumanie)

Programme culturel Aarhus CEC 2017
UP! presenté par ProKK
Association of Professional Artists and Artisans

Des artistes basés à Aarhus et Hambourg ont créé et développé des œuvres spécifiquement pour les espaces publiques d’Aarhus. Certaines œuvres sont exposées au niveau de la rue ; d’autres, un peu plus dans les airs sur les toits de la ville, ses balcons, ses terrasses, ses cages d’escaliers, ses lampadaires, ses fenêtres… nous encourageant à lever les yeux en marchant dans la ville.
The Chalk Factory par Mikhail Karikis
Première mondiale pour cette nouvelle installation audiovisuelle de Mikhail Karikis – The Chalk Factory (“L’Usine de Craie”). The Chalk Factory traite de l’histoire culturelle du handicap, à travers l’histoire d’une usine de craie japonaise et d’une révolte ouvrière. L’œuvre s’accompagne de conférences et d’intervention. Elle est présentée à l’Espace O, lieu temporaire d’exposition sur la mer.

This Red Door – UP! Edition
Open participatory dinner

/Workshop 3
“Repenser l’échec : comment surmonter la déception?”
Animé par Rarita Zbranca, Directrice des programmes, Centre Culturel de Cluj (Roumanie)

/Workshop 4
“Repenser la compétition : devrions-nous viser l’incitation, ou l’inclusion?”
Animé par Graziella Vella, Coordinatrice de la recherche, Fondation Vallette 2018 (Malta)

Quelques uns de nos grands témoins :
Davor Buinjac, Conseiller politiques culturelles, Ville de Ljubljana (Slovénie)

Visite de Godsbanen & Exhibition IN&AT + Institute for X
Godsbanen rassemble sur un ancienne gare de fret des dizaines d’opérateurs culturels, vivier et pilier de l’animation culturelle d’Aarhus. A deux pas de là, l’Institut for X concentre, dans une petite dizaine de pavillons, collectifs d’artistes et associations de la société civile. Nous visiterons les deux lieux pour mieux comprendre les relations qu’ils entretiennent.

/Workshop 5
“Repenser le lien entre les CECs, les citoyens et l’Europe: comment les CECs peuvent-elles se positionner dans un contexte de crise de légitimité de l’UE?”
Animé par Imanol Galdos, Directeur Assistant de Donostia Kultura (Espagne)

REDE EPALE – Histórias para contar | O Livro da 3ª Classe

Aconteceu em 2016-17 em Condeixa-a-Nova com os participantes e dinamizadores da Oficina Letras Prá Vida.

No primeiro dia, disse-me que estava ali para aprender o que ficou pelo caminho quando não chegou a fazer 3.ª classe. Perguntou-me se íamos trabalhar com livros escolares. Respondi-lhe que não e justifiquei de forma breve, dizendo que os livros escolares para crianças não seriam adequados. Mostrou-me então umas folhas, soltas, que denunciavam terem sido manipuladas muitas vezes. Eram fotocópias do seu livro da 3.ª classe. Faltavam algumas páginas, mas ela queria terminar de estudar o livro, em criança não teve oportunidade. Perguntou-me se arranjava maneira de encadernar aquelas folhas, para que não se perdessem ou estragassem. Disse-lhe que iria resolver isso. Procurei uma reedição recente desses livros, aparentemente esgotada em todo o lado. Deixei pedidos em várias livrarias. Durante meses, nada! Na manhã do último dia das nossas oficinas, ligam-me a dizer que tinham conseguido o livro da terceira classe. Não almocei nesse dia para o ir buscar, mas valeu bem a pena, quando vi a cara dela se iluminar ao receber o livro.

Agradeceu-me feliz. Na edição seguinte da oficina, lá estava ela, motivada.

Porque não me esqueço do que aconteceu:

Porque esta senhora voltou para a edição seguinte.

Que lição tiro dessa experiência:

Devemos promover um processo andragógico a partir dos objectivos que a/o aprendente tem.

História escrita por Dina Soeiro

REDE EPALE – IV Encontro Internacional de Alfabetização e Educação de Jovens e Adultos

O ALFAeEJA é um Encontro de realização permanente em nível internacional, o qual emerge do programa de pós-graduação em Educação de Jovens e Adultos (MPEJA) da Universidade Estadual da Bahia (Salvador), cidade em que foram realizados os dois primeiros eventos do Encontro Internacional de Alfabetização e Educação de Jovens e Adultos nos anos de 2014 e 2015. Esses dois eventos reuniram professores/pesquisadores (de vários estados do Brasil e de diversos países) que estudam e pesquisam a Educação e Alfabetização de Jovens e Adultos. Os pesquisadores proponentes fazem parte de Redes de Pesquisa e veem publicando sobre estas temáticas.

O evento faz uma articulação importante com as escolas de educação básica, tanto em âmbito estadual como municipal, envolvendo professores e gestores das escolas públicas. Articula-se também com a Graduação e Pós-Graduação, uma vez que dele inclui a participação de aproximadamente 30 alunos na condição de Monitores que dão contribuição na organização e divulgação do referido evento.

Em 2016, o evento passou a ter uma característica itinerante e o III ALFAeEJA foi realizado em Florianópolis, organizado pela Universidade Federal de Santa Catarina, sob a responsabilidade do grupo EPEJA – Estudos e Pesquisas em Educação de Jovens e Adultos, PET Pedagogia e PPGE-UFSC.

Em 2017, a quarta edição do Encontro Internacional de Alfabetização e Educação de Jovens e Adultos (ALFAeEJA) acontecerá entre os dias 06 a 9 de novembro. O encontro parte para a efetivação do processo de sua internacionalização e acontecerá pela primeira vez em um país do exterior – Portugal – e é organizado pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB, instituição que organizou e realizou os dois primeiros encontros) e em parceria com a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC – Florianópolis, que realizou o III Encontro em 2016). Nessa perspectiva, o encontro contará com atividades no Brasil e em Portugal.

Nos dois meses ao evento em Portugal, no Brasil contaremos com a realização de dois momentos distintos, um na Bahia (UNEB) e outro em Santa Catarina (UFSC) para atender o processo de internacionalização e para os acadêmicos que não possam se locomover a Portugal e fazer a pré-abertura do mesmo.

Em Portugal, o evento acontecerá nos dias 6 e 7 de novembro na Universidade de Braga e terá seu encerramento no dia 09 de novembro de 2017 na Universidade de Coimbra.

(fonte website: https://easychair.org/cfp/4ALFAEEJA2017?target=content;action=published#CFP:2)