OPINIÃO | O Lixo
Por Helder Costa, dramaturgo
O Lixo, aquela coisa desagradável, feia, ordinária e repelente, causador de doenças e epidemias, invade – desde sempre – os nossos dias.
Péssimas condições de vida, saúde e habitação ajudam ao seu aparecimento e desenvolvimento.
Mas a questão fundamental é que somos nós quem cria esse lixo.
Mais grave ainda, é que existem o Lixo físico e o mental.
O que é o Lixo mental? é um desânimo que se acumula, que nos paralisa e faz com que a nossa auto -confiança nos abandone. Porque olhamos à nossa volta, e vemos crescer incompetências, crimes e impunidades.
Os exemplos são diários e permanentes. Falando do nosso Presidente, não, não sejam ingénuos , não é o Marcelo, chama –se Trump, dono e senhor da guerras, dos roubos e falências, um genocida que apela à morte de gente que reage contra o racismo e contra a miséria a que são reduzidos milhões. Um exemplo grave do Lixo mental? Estão a sair vários Livros que denunciam os crimes, as mentiras e a manipulação do sujeito…
Ao mesmo tempo, as suas sondagens sobem!
O que é que isto prova? Que os milhões de fanáticos que o apoiam ou não sabem, ou não querem ler. Porque têm medo de “ abrir os olhos” e mudar de opinião. O grande manipulador tem milhões para corromper e comprar votos, e já provou que está disposto a tudo para boicotar as eleições.
Quando chegamos a este ponto …em que o Lixo avançou e te submergiu…
Que fazer, senão intensificar a luta, acreditando na força das ideias?
Eu sei que o problema é grave – HOJE, infelizmente Mundial, com culpas acrescidas para a nossa Europa – de quem se fala da grande herança cultural.
Há realmente motivos para querer defender essa herança – o brilhante século XVI com Da Vinci, Durer, Maquiavel , Erasmo, Thomas More, e tantos outros que ajudaram a criar um novo mundo longe das trevas inquisitórias da Idade Média e do fundamentalismo Islâmico. Pagando com perseguições, exclusão social e a morte
Mas no século XIX comentando essa época , alguém elogiou “ essa gente com a plenitude e força de caracter que os faziam homens completos. Mas acrescentou…” Os sábios de gabinete são excepção. Ou se trata de gente de segunda e terceira ordem, ou de filisteus prudentes que não querem queimar os dedos —Engels – “ Dialéctica da Natureza”