Nuno Russo valoriza as organizações de produtores no seminário CONFAGRI

Organizações de Produtores são elemento estruturante da melhoria da posição dos agricultores na cadeia alimentar

O Secretário de Estado da Agricultura e Desenvolvimento Rural, Nuno Russo, esteve hoje presente no Seminário “CONFAGRI” – Novo Regime de Reconhecimento de Organizações de Produtores e Respetivas Associações -, que se realizou em Lisboa. Recorde-se que a recente publicação da nova legislação nacional, que estabelece as regras nacionais complementares de reconhecimento de Organizações de Produtores e respetivas Associações, resulta da alteração da legislação de base da União Europeia nesta matéria.

“Ao longo da última década houve uma transformação evidente no funcionamento dos mercados, nomeadamente com a criação da Organização Comum dos Mercados e a consagração das Organizações de Produtores, posteriormente valorizadas com a reforma da Política Agrícola Comum (PAC) como um elemento estruturante da melhoria da posição dos agricultores na cadeia alimentar”, afirmou Nuno Russo durante a sua intervenção, adiantando que “a concentração da produção, a criação de economias de escala e de sustentação do poder negocial foi, e é, uma mais valia inquestionável, e  implica grande capacidade de integração, cumprimento integral das regras e espírito inovador”.

“As Organizações de Produtores são as estruturas privilegiadas para melhorar a posição dos agricultores na cadeia agroalimentar, promovendo a organização da produção e da sua oferta, e contribuindo para a procura de novos mercados, incluindo mercados externos”, reiterou o Secretário de Estado.

Segundo o Programa do XXII Governo é importante o restabelecimento “do equilíbrio nas cadeias de valor agrícolas, pecuárias e silvo-industriais”, uma vez que “a tradicional dispersão a montante e a concentração a jusante do setor agrícola, pecuário e florestal conduzem a poderes negociais assimétricos, sendo essencial para a estabilização dos rendimentos assegurar relações equilibradas entre os vários operadores na cadeia alimentar”.

Neste sentido, Nuno Russo garante que “é prioritário estabelecermos regulamentação de boas práticas e impeditiva de manobras comerciais desleais, estimular a criação de novas organizações e promover a concentração da oferta e o reforço da posição dos produtores na cadeia de valor, incentivando as organizações da produção a desempenhar um papel consequente na sustentabilidade das unidades produtivas dos seus associados”. 

O membro do Governo salientou, no final do seu discurso, que é preciso dar continuidade da esta “trajetória da organização setorial é, portanto, fundamental, sendo necessária atuação articulada das fileiras, com destaque para o papel das Organizações de Produtores, com aumento da eficiência da produção e ligação aos restantes elos da cadeia – em particular a agroindústria -, de modo a alcançar objetivos de redução de custos de produção, garantia de capacidade negocial e de abastecimento do mercado e resiliência a condições menos favoráveis”.

Fonte: Gabinete Da Ministra da Agricultura, 19 dezembro 2019

Palhaços Visitadores procuram apoios e parceiros

Neste video podemos assistir à apresentação sumária do projeto Palhaços Visitadores. O vídeo mostra o trabalho de um grupo de artistas usam a linguagem do palhaço para chegar a idosos com foco na demência e os depoimentos dos profissionais que colaboram com o mesmo na Santa Casa da Misericórdia de São João da Madeira. Mais informações sobre o projeto em: www.palhacosvisitadores.pt

AGRI Nº8 apresenta dossiê sobre jovens em meio rural

A Revista em Revista | Carlos Ribeiro | Coordenador Editorial

Jovens em meio rural e desenvolvimento local comunitário são temas centrais da Revista AGRI nº 8 da série II

Nesta edição da AGRI Magazine fomos à procura de situações representativas do local no plano político e prático de tal forma que optámos pela publicação de documentos centrais que facilitam o acesso à informação sobre o DLBC e sobre o JER – Jovem Empresário Rural, tendo a par dessa abordagem mais formal realizado Reportagens que fornecem elementos mais dinâmicos sobre aldeias, associações e programas para jovens.

No DLBC, por ser tema fundamental do desenvolvimento rural e do desenvolvimento sustentável de uma forma mais global, redigimos um Editorial para incentivar o debate sobre o tema. Publicámos o Pacto para o Desenvolvimento Local 2030 que o movimento dos GAL subscreveu de forma empenhada e divulgamos várias posições, desde as declarações firmes da nova Ministra da Agricultura à opinião de um Gal muito peculiar nesta matéria, a associação de desenvolvimento local ADREPES.

O tema JER reforça esta abordagem do desenvolvimento local quer por via dos documentos de enquadramento quer ainda através de iniciativas de disseminação e de valorização desta nova abordagem integrada.

Arrouquelas, Açores, Covilhã, Mouraria são propostas de visita que fazemos para um contacto com a inovação e as causas, matéria sempre em foco na nossa Revista.

Anunciamos desde já a saída, muito em breve, quase em simultâneo com esta,  de uma edição especial sobre o INFORURAL, atendendo ao encerramento do ciclo de actividades do Programa e das suas iniciativas de informação e comunicação.

Stevan Dojcinovic barrado em Abu Dhabi

PRAÇA | baseado na Reuters

Agrava-se a nível global o ataque generalizado ao jornalismo independente na maior impunidade dos infractores e perante a apatia generalizada dos órgãos de comunicação social. 
Repórteres premiados, combativos e produtores de conteúdos relevantes estão a ser impedidos de exercer a sua profissão e praticar o seu dever de informar!

Stevan Dojcinovic, editor do webportal de Investigação PORTAK KRIK conhecido por seus trabalhos jornalísticos sobre corrupção e crime organizado viu negada a sua entrada em Abu Dhabi, onde deveria participar numa conferência da ONU sobre corrupção, depois de ser informado de que tinha sido incluído na lista negra por um país não identificado. Stevan Dojcinovic voou para Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes Unidos (EAU), na terça-feira e voltou para Belgrado na manhã de quarta-feira, depois de passar 12 horas no aeroporto.”Disseram-me que eu estava na lista negra de outro país”, disse Dojcinovic. “Dados os estreitos laços entre Emirados Árabes Unidos e Belgrado, eu não excluiria que a Sérvia tivesse algo a ver com isso”

Foto REUTERS /

O bom gigante

Helder Costa, dramaturgo

Coimbra, 1962. Eu estudava na faculdade de Direito, estava na Secção Internacional da Associação Académica, escrevia na “ Via Latina” dirigida pelo meu colega José Carlos de Vasconcelos, vivia na República Pra – Kys-tão e também estava no Citac, grupo de teatro. Acabo de descrever a vida de muitos estudantes dessa época, fugindo à monotonia do ensino e tentando colaborar e enriquecer –se para  combater o regime fascista.

Entre esses muitos que se juntavam apareceu José Mário Branco, jovem do Porto que terminava o Liceu. Foi apanhado por uma razia da Pide e esteve preso em Peniche. Quando saiu , recusando a guerra Colonial, apanhou o combóio para Paris. Foi dos primeiros a praticar esse acto de recusa, seguido por muitos milhares de portugueses. Eu escapei dessa prisão porque não pertencia ao PCP, mas fui escolhido pela “prestimosa” instituição para ser o jovem estudante que iria reabrir a Companhia Disciplinar de Penamacor. Passados uns meses, o Bcg descobriu –me uma mancha num pulmão e fiquei isento do serviço militar. Deus, às vezes , não dorme.

Em Lisboa, continuei com a actividade Associativa, e com alguns amigos organizamos redes de apoio e fuga para refractários e desertores. A luta contra a guerra colonial era uma chave fundamental dessa juventude. Por se perceber que era uma guerra inútil que só existia para manter um regime moribundo, e porque os estudantes oriundos da Colónias – e nossos camaradas de luta – , tinham desaparecido para irem lutar pelos seus países. Entretanto, reorganizei o Cénico de Direito e começámos a ir ao Festival Mundial de Teatro Universitário em Nancy. Eu aproveitava para passar por Paris e uma vez o José Mário disse –me que estava a ficar interessado em trabalhar no campo Cultural e fundamentalmente na  Música.

Em 1967 fui obrigado a apanhar o tal combóio para Paris, no dia seguinte fui à “ Joie de Lire”, livraria de Maspero – ponto de encontro de revolucionários,  e encontrei o Zé Mário que me levou para sua casa, onde estive um mês e ouvi o início de “O soldadinho” e assisti a um concerto das suas canções em Francês na festa do “ L ‘Humanité”.

O seu trabalho musical nunca mais parou e participou em muitas sessões que eu fazia ao fim de semana em bairros de lata e foyers com o meu grupo “ Teatro Operário”. A amizade e a fraternidade foi –se desenvolvendo, e a seguir ao 25 de Abril os laços tornaram –se mais sólidos e eficazes. Tive a sorte de ser convidado para participar como dramaturgo e assistente de encenação no 1º espectáculo montado a seguir à data libertadora : “ Liberdade , Liberdade”.É evidente que teria de convidar o José Mário Branco para música, canções, e direcção do conjunto musical. Entretanto, ele tinha terminado o seu casamento e eu apresentei –lhe a Manuela de Freitas, minha amiga desde o Cénico e já actriz na Comuna. Foi um encontro feliz afectiva, artística e profissionalmente. E ele deu mais um salto em frente fazendo música e canções originais para “ A mãe” de Brecht, em vez de recorrer ao Kurt Weil.

No desenvolvimento das lutas políticas pós – 25 de Abril, eu abandonei a luta partidária e dediquei –me ao trabalho teatral na Barraca. Mas convidaram –me para dirigir a FAPIR – Frente da Artistas populares e intelectuais Revolucionários” que eu aceitei com a colaboração  do Zé Mário, Manuela, Raul Calado, Domingos e outros. Publicamos 2 revistas – O Boletim, dirigido por Jorge Serrão e “Resposta” por Luís Tavares, e entre outras iniciativas o Zé Mário fez o Festival Popular 25 de Abril no Porto em 1977. Em Lisboa, fizemos um Carnaval durante 4 dias na Fac de Letras, e principalmente o Dia mundial do Teatro- 27 de Março 1978 – com um desfile de 18 grupos de teatro em camionetas de caixa aberta para mostrar cenas e cenários — pela Avenida da Liberdade.

O percurso profissional do Zé Mário foi fascinante e transformou –o num nome Maior  da Cultura e Música Portuguesa e Internacional. Sempre capaz de correr com prazer atrás de riscos e invenções. Por isso, convidei –o a fazer canções e música para “ Gulliver”, minha adaptação de Swift. Foram 10 obras primas de que depois ele fez um disco. Onde estão “ Do que um homem é capaz” , e “Amor gigante” ,de que ele falou inventando uma bela metáfora : “para mim , a menina gigante era a Música, e como é que eu, um liliput, a podia enfrentar?”. Pois o que se pode dizer é que a Música/ menina Gigante teve muita sorte em lhe aparecer pela frente um Gigante, um Bom Gigante.

O Zé Mário teve sempre uma curiosa inquietação e mal –estar por não ser militante político mais activo. Por isso esteve na Udp, depois no Bloco e ainda tentou o “ Mudar de vida”. Sempre me convidou e pressionou para eu o acompanhar nessas tentativas, e eu sempre invoquei a minha falta de paciência para repetir intermináveis reuniões sobre tácticas e estratégias partidárias. E assumi que, nesse campo, só lutaria pela unidade das esquerdas. E disse –lhe muito seriamente que ele tinha de perceber que uma canção ou um concerto dele tinham muito mais efeito e importância que algumas tentativas políticas. 

E subitamente, veio a notícia horrível. Tu tinhas nos deixado. Um ataque brusco…coração?

Dor, raiva, sentimento de injustiça, porquê? Pobre Manuela, pobre família, pobres amigos.

Essa perplexidade, essas lágrimas correram em milhares de pessoas, o povo anónimo seguiu-te e cantou –te. Finalmente, Portugal mereceu – te.

Um beijo, querido irmão.

Teu Hélder

Foto TeleS

O ” Jornal de letras” convidou -me para escrever sobre o José Mário Branco. Decidi recordar factos que desenharam o nosso percurso cultural e político, para oferecer mais conhecimento sobre esses “anos de chumbo”, de luta e de esperança Utópica ( para continuar a andar, citando Galeano). Helder Costa

O MURO de BERLIM

Helder Costa , dramaturgo


Agora que estamos em grandes comemorações da queda do muro de Berlim, recordei uma entrevista enorme que dei ao jornal “O Diário” no dia 17 de Fevereiro de 1990…
Entre várias coisas, desmistificando a campanha Norte – Americana que a década de 1990 seria de Paz…!!!, disse
” A década de 90 será de guerra e não de Paz. Com a chegada do Leste a Oeste, o conflito é inevitável. Talvez o Ocidente tenha de criar um novo muro de Berlim para evitar infiltrações. O que não será mau, na medida em que, daqui a dez anos pode -se vender , a bom preço, bocados do muro com grafitis do Yves Saint- Laurent”
Tenho dito.

Foto do muro: Reuters/BBC

Paulo Freire e o neoliberalismo

Carlos Ribeiro | Caixa de Mitos

Numa nota breve e acutilante, sobre a base política ou mesmo ideológica na qual devem assentar as orientações estratégicas da Educação no Brasil, Renato Polli tem o mérito de colocar em alternativa e de forma muito simples os dois caminhos existentes para o efeito: o neoliberalismo e o humanismo transformador freiriano. Polli assume uma posição clara, favorável ao segundo e alerta para as posições ambíguas ou conciliatórias que acabam por servir voluntária ou involuntariamente o primeiro.

Neoliberalismo na educação

O tema interessa ao Brasil e a todos nós. Ou seja, as questões que se colocam no Brasil nesta matéria são globais e prendem-se com o desenvolvimento sustentável e humano que só vingará se derrotar precisamente a vaga neoliberal que procura tornar irreversível o domínio do capitalismo selvagem.

No fundo a questão central radica em optar entre uma abordagem neoliberal que coloca unilateralmente a educação ao serviço das empresas, das organizações competitivas e dos negócios e uma abordagem oposta que não menospreza a necessidade das empresas e dos actores económicos e sociais realizarem as suas actividades com eficácia e eficiência, mas enfatiza o primado da educação como direito social e humano fundamental.  Neste registo a educação deve favorecer e impulsionar  a emancipação das pessoas e dos povos e facilitar projectos de vida dignos que sejam o suporte da vida que cada um pode escolher e quer viver.

No meio nem sempre está a virtude

A crítica às posições ambíguas e conciliatórias é absolutamente indispensável. A sua roupagem vai bem para além da mobilização sistemática do conceito milagroso da inovação, teremos que aqui listar, entre outros, os seus clones neoliberais mais notórios como a empregabilidade, o empreendedorismo e o empowerment.

O  argumentário linear de Polli coloca-nos no entanto algumas questões que justificarão uma reflexão mais fina caso a nossa preocupação seja a de não deitarmos fora a criança com a água do banho. Isto vem a propósito da utilização com o mesmo  sentido do conceito de competência e de skill, um processo de fusão que tem feito o seu caminho de forma particularmente acrítica e pacífica nos meios do omnipresente Long Life Learning.

Competência, para que te quero?

Valerá pois a pena interrogar-nos se o conceito de competência leboterfiano, como processo combinatório, inventivo,  criativo e co-construído na acção, em circunstâncias e contextos específicos, se é útil para o desenvolvimento pessoal e para as dinâmicas transformadoras do sujeito ou se no fundo ele encobre uma encomenda por parte dos empregadores de aperfeiçoamento e enriquecimento das meras habilidades visando uma participação mais qualificada e mais produtiva na competitividade da sociedade do conhecimento. 

A relação com a acção definida por Le Boterf, que a própria Educação Transformadora também destaca e valoriza no processo dialéctico, acção, reflexão, acção leva-nos a crer que a desvalorização do conceito de competência pode fragilizar a apropriação ou conscientização por parte dos adultos em situações de aprendizagem.

Esta averiguação, pelo menos num domínio muito preciso de intervenção com os aprendentes em processos de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências, surge-me como particularmente relevante uma vez que existe uma clara relação de prepotência e de autoritarismo nos sistemas de RVCC quando se pretende Reconhecer exteriormente ao sujeito as competências quando só o próprio  e apenas ele o pode intrinsecamente fazer. Desta forma a clarificação e separação categórica do reconhecimento do processo de validação poderá salvar a competência pelo valor dinâmico que é possível ser-lhe atribuído.

Direitos e capabilidades

Noutro plano que se relaciona com a abordagem freiriana dos direitos nos processos de aprendizagem, aqui a nossa interrogação prende-se com a necessidade de estabelecer um vínculo imperativo entre a existência formal dos direitos e as condições efectivas para os exercer. Sendo assim, sob pena das aprendizagens se situarem num campo relativamente abstracto, valerá a pena completar esta dimensão central da Educação Transformadora com o conceito de capabilidades que Amartya Senn desenvolveu de forma particularmente útil ao instituir uma nova relação cidadã que emerge da consciência e da luta pelas condições concretas para que os direitos surjam como viáveis e praticáveis.

Competências e capabilidades duas referências, dois conceitos que nos interpelam na construção de processos educativos que devem estar ao serviço do desenvolvimento humano e das comunidades em clara demarcação e até confronto com as opções neoliberiais, na educação e na socidade no seu conjunto.

Transcrição de Renato Polli:

“No Brasil temos dois projetos políticos disputando hegemonia no campo da educação. Por um lado o discurso das competências e habilidades, que serviu às causas neoliberais nos anos 90 e ainda faz água, com seus conceitos de eficiência, mérito, resultados, mensuração avaliativista quantitativista, etc. Por outro, a Educação como Direito e o Direito à Educação, inspirado em Paulo Freire, Saviani, Frigoto, Arroyo, defendendo uma educação humanizadora, centrada nos direitos humanos, como formação integral e numa perspectiva critico-emancipatória. Alguns ingênuos acham possível conciliar os dois projetos. E pior, usam o termo “Inovação”, típico do primeiro projeto citado, para desviar o foco de um debate teórico consistente sobre o que é educar. Uma pena.”

A Propósito do INSUCESSO ESCOLAR

Lucília Salgado, Presidente do Conselho Executivo da APCEP

As minhas declarações (algumas!) ao “Publico” de hoje, 3-11-2019 (p. 2 e 4).
(…) O diagnóstico está feito:
o insucesso escolar “é maciço” (um dos mais elevados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico), “é selectivo” (afecta, sobretudo, alunos oriundos de famílias com baixas qualificações, piores condições económicas e/ou contextos migratórios), “é precoce” (acontece
nos primeiros anos), “é cumulativo” (quem repete uma vez tem
tendência a voltar a repetir).
(…) A prevenção do insucesso deve começar logo na
creche, no jardim-de-infância, no pré escolar. Um dos maiores motivos do insucesso é a iliteracia familiar. As crianças que crescem em famílias minadas pelo analfabetismo e pela iliteracia não têm tantas condições para aprender como as outras. Os livros não fazem parte do seu quotidiano.
Nunca ninguém lhes leu histórias.
Bom seria cada criança fazer do livro o seu brinquedo favorito, estabelecer “uma relação afectiva com a leitura e com a escrita” desde cedo. “Isso é muito pouco trabalhado”, lamenta. O 1.º ciclo também tem de se esforçar para tornar a leitura e a escrita mais naturais. “A escrita é um exercício de comunicação e tem de ser encarado como tal”, sustenta. Porque não escrever ao pai, à mãe, ao irmão ou à avó ou a colegas? Ou recolher, ler, copiar a letra de uma canção?

Uma Réstia de Temor

Helder Costa, dramaturgo

A Barraca tem o prazer de convidar V.Exa para a estreia do espectáculo 

Uma Réstia de Temor – variação sobre Édipo

de Sam Shepard, encenação de Rita Lello

NO PRÓXIMO DIA 14 DE NOVEMBRO

QUINTA-FEIRA ÀS 21h30

na sala 1 do TeatroCinearte

CONFIRME A SUA PRESENÇA

bilheteira@abarraca.com | 213 965 360 | 913 341 687

Coletânea Homens e Ofícios de Mariano Gago relançada pela Ulmeiro

Lucilia Salgado, professora-investigadora, APCEP – Associação Portuguesa para a Cultura e a Educação Permanente

Mais conhecido na área da Ciência e em funções políticas a atividade de Educação de Adultos, numa perspetiva de educação permanente, é menos evidente na obra de Mariano Gago.

O seu trabalho com portugueses emigrantes em Paris, depois continuado na Universidade Operária em Grenève encontra-se bem elucidado na coletânea de textos Homens e Ofícios, concebida para atividades de educação de adultos com baixas qualificações escolares.

Após uma primeira edição com apoio da UNESCO (1978) seguiram-se uma segunda e terceira (1982) realizadas em Portugal e financiadas pela Direção Geral da Educação de Adultos. A Editora Ulmeiro, propõe agora, uma quarta edição deste “manual de fichas para exploração temática” que dê continuidade à atividade educadora desenvolvida por Mariano Gago na emigração no sentido de “estimular a produção de material próprio por associações culturais, grupos de bairro, escolas, quer em Portugal quer na emigração (…)”. É assim uma proposta de Literacia no campo da Educação de Adultos que a Editora Ulmeiro e a APCEP agora apresentam.