Racionalidades e dinâmicas em espaço rural, escritos em homenagem a Fernando Baptista

A publicação de um livro com 462 páginas, com 29 autores e 24 artigos, científicos na maior dos casos, mas também de natureza mais personalizada e humana (sobre acontecimentos vividos pelos próprios) marcou a homenagem a Fernando Oliveira Baptista realizada no ISA. No evento presenciado por mais de uma centena de convidados foi destacada a importância que o professor catedrático teve nas vidas e nos percursos profissionais de muitos dos presentes.

Trabalhei (Carlos Ribeiro) com Oliveira Baptista, no ISA, numa Equipa de Estudo sobre Dinâmicas rurais e políticas públicas, tendo uma função de co-coordenador com o professor, com o a missão de apoiar a reformulação das metodologias tradicionais ou tidas por convencionais que dominavam naquele período o sistema científico e técnico de produção de estudos territoriais.

Fernando Baptista estabeleceu ma regra que não sofreu quaisquer contestação:  o ponto de partida de toda a actividade de estudo seria o contacto directo com os territórios em análise. Fixado o quadro de intervenção mínimo, a abertura face a novas propostas de investigação-acção foi surpreendente. Infelizmente não foi possível fazer o percurso do estudo até ao final com a equipa estabelecida, mas ficou a aprendizagem em muitos domínios e sobretudo um sentimento de amizade que perdura, para além dos estudos e do trabalho de investigação

Carlos Ribeiro, 30 de maio de 2108

 

 

Reconhecimento, emoção e festa na homenagem a Oliveira Baptista no ISA

Oliveira Baptista criou uma dinâmica de escola em torno do seu pensamento e do seu modo de agir tão peculiar. Ou seja, fez escola. Há uma autêntica COMUNIDADE de influenciados e de seguidores que vão para além do ISA- Instituto Superior de Agronomia onde foi prestada uma homenagem sentida e recheada de surpresas. Houve discursos, testemunhos, música, apresentação do livro de homenagem e cante alentejano. No final um moscatel galego fez as honras do beberete que juntou em boa cavaqueira amigos, colegas,alunos e figuras públicas e do movimento associativo ligado ao desenvolvimento local e rural.

A obra e as características pessoais de Fernando Oliveira Baptista foram abordadas de forma rigorosa mas também muito afectiva e descontraída, O humor dos intervenientes fez jus ao reputado humor do homenageado que não deixou de trazer à conversa na sua intervenção final a prática do futebol numa idade que faz inveja a todo e qualquer desportista.

Ferando Rosas, Joaquim Pais de Brito, Maria João Canadas, João Lima Santos; Francisco Avillez, Orlando Rodrigus e muitos outros recordaram as referências teóricas centrais do professor catedrático (a transição rural; a economia de resistência, as novas categorias de análise, o rural de baixa densidade, etc) e histórias vividas logo a seguir ao 25 de Abril quando o homenageado exerceu o cargo de Ministro, para muitos o ministro da reforma agrária (única e curta, nas palavras de Fernando Rosas). Joaquim Pais de Brito o antropólogo rendido à economia e à sociologia rural depois do seu regresso de Paris depois do 25 de Abril, relatou cenas inesquecíveis que remeteram para “barrigadas de riso numa aldeia” a “sindicatos de contrabandistas a pedirem apoio para a respectiva formalização”.

Fernado Baptista por sua vez reafirmou que “não de seve simplificar o essencial”, a ética e os valores não podem ser ajustados a versões simplificadas e alertou para os posicionamentos desajustados daqueles que passam a vida a imaginar o futuro em vez de imaginarem os meios para o mudar!

Se há algo que foi confirmado nesta homenagem no belíssimo Pavilhão das Exposições do ISA foi a força e o valor científico e afectivo do conceito de COMUNIDADE.

Carlos Ribeiro, 30 de maio de 2018 – Ajuda/Isa

       

    

 

 

 

 

 

 

  

Brasil, de completamente imprevisível, o cenário passou a ser completamente inacreditável.

Essa greve dos caminhoneiros já entra para a história como a mais onerosa para o país. Nunca uma greve custou tanto em tão pouco tempo. E isso é fácil de explicar: um governo amador que mal consegue fazer a gestão básica dos modais públicos do país, não conseguiria mesmo administrar uma crise de verdade, com os agentes que escapam ao núcleo das chantagens comezinhas de Brasília.

As imagens de milhões de litros de leite sendo derramados por falta de transporte são muito fortes. Esse tipo de representação visual entra com muita força no imaginário popular. A primeira criatura a perceber isso atende pelo nome de Rede Globo. Ela sabe que a situação escapou ao controle e corre para obter o domínio simbólico deste princípio de catarse social.

Globo, a posse da narrativa simbólica

Este é o negócio principal da Rede Globo. Não é novela, não é futebol, não é reality show: é a posse da narrativa simbólica que organiza a vida social do país. Imagens adicionais chocantes como filas quilométricas de carros para abastecimento, supermercados vazios e racionados, caos no trânsito, desabastecimento generalizado, são a matéria-prima de um jornalismo que produz muita receita pressionando e protegendo governos, num morde-e-assopra visceral e chantagista.

O problema é que esse volume de imagens não é mais exclusividade desta ‘senhora’ de 55 anos que domina a receita publicitária no país. Elas ganham as redes e seguem um curso no limite do imponderável. A Globo, no mínimo, tem que lutar mais por essa propriedade visual.

Noves fora, a greve de caminhoneiros é um produto sensacional. Fosse no governo Dilma, já teríamos um milhão de manifestoches invadindo a Avenida Paulista com suas selfies insuportáveis ao ao lado de policiais, caminhoneiros e frentistas de postos de gasolina.

Criminosos, em geral, se respeitam

‘Pena’ que o governo de agora é o governo Temer. Com Temer, a Globo não sabe muito bem como proceder. Criminosos, em geral, se respeitam. A rigor, a Globo está acumulando energia para as eleições. Sabe que o candidato ideal ainda não apareceu e teme que ele não apareça nunca.

Mas o mais interessante dessa história toda é que o mercado entendeu o nível de submundo intelectual que habita o governo que ele patrocina com docilidade e esmero. Sem meias palavras: investidores ficaram de queixo caído com a desorganização do governo na gestão da política de preços da Petrobras, estopim evidente da greve.

Quando o investidor fica desconfiado, parceiro, é melhor pegar o banquinho e cair fora. Ainda mais em um governo que depende do investidor como o cachorrinho feliz depende do rabo. Eles estão chocados com a incompetência do governo. O valor dos prejuízos que essa greve imporá ao sistema é de difícil precisão. Mas é da ordem de um dígito gordo do PIB e isso já é consenso.

A paralisação de produção de veículos é o termômetro da catástrofe. Não tenho memória de um anúncio desse tipo, nem no regime militar, nem no governo Sarney, nem no desastroso segundo mandato de FHC, a referência histórica mais recente de catástrofe gerencial.

A realidade tomou um novo e desconhecido rumo

Investidores usaram uma palavra forte para a situação política do governo Temer: esfacelamento. Quando palavras assim aparecem de maneira espontânea, é porque realmente a realidade tomou um novo e desconhecido rumo.

A essa altura, o mercado, que pode ser tudo nesse mundo mas não é bobo, já deve estar fazendo contas. Deve estar lembrando de como Lula gerenciava crises desse tipo: com muita conversa e muita lábia – e relativa transparência.

Esse sentimento – do mercado – é muito perigoso para o golpe. E entendo que seja esse o cálculo que Lula faz e ninguém entende: mais cedo ou mais tarde, os investidores irão querer alguém com cérebro de volta ao poder.

Essa agenda de desinvestimento – que nome horrível –, de venda de ativos, de política suicida de preços é algo que corrói o próprio sistema por dentro. O mercado, por assim dizer e num espasmo de lucidez relativa, vai entendendo que sem um governo forte, a movimentação do capital não acontece.

O mercado é como o inconsciente

É meio paradoxal, mas o mercado é como o inconsciente: não tem vínculos morais com absolutamente nada, muito menos com princípios teóricos do neoliberalismo. O mercado quer dinheiro em movimento, fenômeno sem o qual não existe o lucro nem o acúmulo desse lucro.

Uma greve de caminhoneiros no Brasil tem a representação perfeita para esse dilema: é o transporte de riquezas que ficou estancado e em meros cinco dias arrasou a economia do país, com prejuízos incalculáveis.

Afora as coincidências terríveis (o nome do líder dos caminhoneiros é Dilmar, um piloto de Fórmula Truck) e as improvisações grotescas, essa greve marca o momento mais dramático do governo Temer. Nem o escândalo da JBS gerou tanta tensão e tanta insegurança na cúpula golpista Temer-Padilha-Moreira.

O desfecho ainda não está definido

A performance de Pedro Parente, Rodrigo Maia, Eduardo Guardia e demais agentes da subserviência confusa também mereceu o prêmio Framboesa de Ouro. Poucas vezes vi um governo bater tanta cabeça – nem nos ‘áureos’ tempos de FHC.

O desfecho desse capítulo do golpe ainda não está definido. O problema central é que o movimento grevista não tem um líder. A palavra dos negociadores do movimento vale tanto quanto a palavra do governo: nada. Isso deixa a conjuntura relegada a uma deriva inédita: de completamente imprevisível, o cenário passou a ser completamente inacreditável.

Gustavo Conde, Crónica sobre a greve dos caminhoneiros

1936, o Ano da Morte de Ricardo Reis estreia a 31 de Maio na A Barraca

Estreia dia 31 de maio 21h30 no Teatro Cinearte A Barraca. Em cena até 29 de julho. De quinta a sábado as 21h30 e domingos às 17h00. Espectáculo de Hélder Mateus da Costa, a partir do romance de José Saramago

O Encontro inquieto do defunto Fernando Pessoa com o único heterónimo que lhe sobreviveu, em que crescem na Europa todos os fascismos. Um jogo assombroso entre o real e o fantástico.

Os protagonistas são Ricardo Reis o heterónimo clássico de Pessoa, Lídia a criada de hotel, Marcenda  a ingénua romântica  e Fernando Pessoa.

Pessoa – surge como um defunto livre, com humor surpreendente, ingénuo, infantil. Brincalhão, imita fantasmas, pássaros agressivos, perturba o sono de Ricardo, comemora com ele a célebre foto “Em flagrante delitro”.

E tem dúvidas sobre o seu velho sonho… Conseguirei ser um Camões da modernidade, nos novos tempos? E toda a sua obra, para quê? Fernando e Ricardo discorrem sobre Portugal e decidem sair dali… sentam-se numa mala de viagem, batel num mar encapelado, evocando a sina do português errante na sua mala de cartão, partilhando uma sugestão da Jangada de Pedra.

No final o espetáculo homenageia José Saramago com os actores do grupo em respeitosa fila pedindo-lhe autógrafos para O Ano da Morte de Ricardo Reis, e fazendo uma citação do Memorial do Convento, através da projeção da Passarola de Bartolomeu de Gusmão que cita a grande obra Memorial de Convento.

Texto de Hélder Mateus da Costa – A Barraca

Foto: Créditos A Barraca

Sinopse:

 

José Saramago, Prémio Nobel da Literatura

 José Saramago the Portuguese Nobel Literature Prize

The disquieting Encounter of the deceased Fernando Pessoa with the only Heteronym to have survived him, in a year during which all fascist regimes grew. An astounding game pitting the real and the imaginary.

A play by Hélder Mateus da Costa, based on the extraordinary novel by José Saramago.

The characters are Ricardo Reis, Lídia, Marcenda and Fernando Pessoa.

Ricardo Reis  The cultivator of the moment, of the day-by-day  carpe diem -, an available seducer and lover of the classics who rejects sudden social upheavals  “With the Republic the Monarchy continues, but without a king  a splendid contradiction, as Pessoa says to him”.

Lídia  classic symbol – a simple, direct, amoral figure that Saramago uses to define the masses: “the people are what I am, a maidservant with a revolutionary brother and who sleeps with a doctor that is against revolutions.”

Marcenda  an ill and unjustly disabled figure, recalling romantic damsels, perhaps from the 1800s

Pessoa – Emerges as an unfettered defunct, with a surprising, naive, childlike humour. Playful, he imitates ghosts and aggressive birds, disturbs Ricardo’s sleep, celebrates with him the famous photo “In flagrante delitro”.

And he has doubts about his old dream … can he become a Camoens of modernity, of these times? And all his work, for what? So says a love poem that embraces hundreds of pages he filled.

Fernando and Ricardo talk about Portugal and decide to leave… they sit in a suitcase in the middle of an overcast sea, evoking the image of the errant Portuguese with a cardboard suitcase, in a nod to The Stone Raft.

The show ends with an homage to José Saramago with the actors respectfully queueing for autographs for The Year of the Death of Ricardo Reis, with a citation from the novel Memorial of the Convent and with a screening of Passarola by Bartolomeu de Gusmão.

Hélder Mateus da Costa

 Ficha Artística e Técnica

Texto:José Saramago

Dramaturgia e Encenação:Hélder Mateus da Costa

Direcção de Arte:Maria do Céu Guerra

Elenco:

Adérito Lopes, Ruben  Garcia, Sónia Barradas, Rita Soares, João Maria Pinto, Samuel Moura, Sérgio Moras.

Iluminação e Vídeo:Paulo Vargues

Sonoplastia:Fernando Belo

Design Gráfico e Fotografia de Cartaz: Arnaldo Costeira

Fotografia:Luis Rocha – MEF

Relações Públicas e Produção:Inês Costa, Paula Coelho

Classificação etária M/12

Bilhete normal:15,00 €

Estudantes, Profissionais de Teatro, menores de 25 e Maiores de 65 anos: 10,00 €
Quinta-Feira: 10 € (Preço Único)

Informações e reservas:

bilheteira@abarraca.com | barraca@mail.telepac.pt | Telefone: 213 965 360 | 213 965 275 | 913 341 683 | 968 792 495

www.abarraca.com | Largo de Santos, 2  1200-808 Lisboa

Aprender na Rua

A Associação Portuguesa de Geógrafos organiza uns pequenos cursos a que chama “Aprender na Rua”. A sua terceira edição tratou da relação entre cidade e mar. Foi uma oportunidade para, em percursos a pé aos sábados de manhã, se ver fortalezas de defesa da costa (de Foz do Douro a Póvoa do Varzim); compreender a presença da pesca e o seu papel na urbanização do litoral; notar a enorme influência do comboio (em Espinho e Póvoa, sobretudo) e da industrialização e desindustrialização na evolução das cidades (como em Matosinhos); discutir as dinâmicas ligadas ao comércio e ao urbanismo (com a constituição de uma “rua central”, como ocorre com Senhora da Luz, Brito Capelo e Junqueira) e o predomínio da planta ortogonal no planeamento dos séculos XIX e XX (especialmente evidente em Espinho); considerar os efeitos do turismo desde há mais de 100 anos (com praias, casinos e restaurantes) e os sinais da recente gentrificação (residencial e funcional).

A última saída levou-nos à Afurada e Canidelo. A marina sobressai na ligação entre rio e mar, a par da regularização de ruas e criação de percursos pedonais, mas o que mais vale a pena apreciar é o velho lavadouro, a roupa a secar e a ribeira de Santarém (onde vi uma enguia), além da belíssima Baia de Sampaio. Aprecie também a aparente boa convivência entre residentes e visitantes, anunciando porventura um processo de mudança que atenta contra as rendas baratas, as lojas do “tem tudo” e o sossego dos que almoçam no passeio, ao lado da grelha. Talvez por isso – e pela brutalidade das construções que se adivinham em ambas margens –, senti já saudade do que vai desaparecer. Esperando, contudo, que o progresso chegue a todos, sobretudo quem lá mora há muito, e se evitem (ou minimizem) os efeitos duma transformação que não tem de ser descuidada.

Autor: José Alberto Rio Fernandes, 16 de maio 2018

 

Adequação dos saberes profissionais em seminário no Instituto de Educação em Lisboa

A articulação entre a formação profissional e as situações de trabalho é uma dimensão que tem merecido um crescente reconhecimento, nomeadamente no que remete para o papel preponderante que essa relação tem no desenvolvimento dos saberes e competências dos trabalhadores.

Frequentemente aliadas às demandas desenvolvimentistas de um cenário social e económico de exigências permanentemente renovadas, quanto à pertinência e adequação dos saberes profissionais, as opções formativas das empresas articulam-se com os processos complexos de mutação nos sistemas produtivos e organizacionais. Esta articulação inclui alguns dos temas a abordar neste seminário que conta com a participação de Sandra Pratas Rodrigues, que abordará o estudo realizado no âmbito da sua tese de doutoramento

São objetivos deste seminário: Refletir sobre o papel da formação profissional na organização do trabalho numa grande empresa multinacional; discutir a questão da relação entre a formação e o exercício do trabalho; debater o modelo produtivo e organizacional da empresa à luz dos desafios que lhes são colocados; proporcionar a troca de experiências referentes à temática através da dinamização de atividade(s) pedagógica(s) acerca das práticas formativas em contexto empresarial.

• Seminário dinamizado pelos alunos do Mestrado em Educação e Formação – Organização e Gestão da Formação (Catarina Freitas, Cheila Almeida, Inês Rodrigues, João Rigo, Fernanda Santos) •

Nota biográfica de Sandra Pratas Rodrigues

Professora Ajunta Convidada na Escola Superior de Ciências Empresariais do Instituto Politécnico e docente do Ensino Básico e Secundário, é licenciada em Línguas e Literaturas Modernas, variante de Estudos Portugueses, pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, da Universidade Nova de Lisboa (1995), é doutorada em Ciências da Educação, especialidade de Formação de Adultos (2016). Foi bolseira de investigação pela Fundação para a Ciência e Tecnologia entre 2011 e 2015.
O seu percurso profissional está ligado à Educação de Adultos desde 2000, tendo exercido funções na Agência Nacional de Educação e Formação de Adultos (ANEFA), na Direção Geral de Formação Vocacional (DGFV) e no Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP). Colaborou no desenvolvimento e implementação dos Cursos de Educação e Formação de Adultos e dos Processos de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências. Colaborou com a Agência Nacional para a Qualificação (ANQ) na construção dos Referenciais de Competências-Chave dos Níveis Básico e Secundário e é autora de diversos documentos de apoio à operacionalização de Cursos EFA. É autora de vários artigos científicos e capítulos de livros na área da Educação de Adultos, da Formação Profissional Contínua e da Formação de Adultos em Contexto de Trabalho.

Fonte : Informação APCEP

Foto : Revista APRENDER

 

O Animal

O Animal é daqueles putos broncos e estúpidos que faziam bullying , humilhavam e perseguiam os miúdos mais fracos, que gaguejavam ou eram deficientes.
O Animal teve uma adolescência exemplar com um célebre tutor intelectual, o ROY COHN, do MacCarthismo, inquisidor anti -comunista e advogado dos grandes chefes da Mafia.
E assim aprendeu que se negam sempre os erros, golpes e crimes, e que a resposta é SEMPRE exigir milionárias indemnizações ao Governo. Luta que ganhará sempre porque tem muito dinheiro para conseguir maravilhosas decisões dos tribunais.
Também aprendeu o truque das falências fraudulentas e dos empréstimos milionários que podem ficar incobráveis.
Quanto a mulheres, o Animal organizou concursos de beleza para ter carne acessível para prazer e troféus para exibição.
O Animal decidiu fazer política para aumentar a sua publicidade e conseguir mais negócios inesperadamente ( ou talvez não), ganhou a presidência, o concurso dos milhões.
Que o Animal aproveitou imediatamente para vendas de armas urbi et orbi para a sua gente de confiança – nazis e racistas.
O procedimento do Animal na relação com outros chefes de Estado é absolutamente indecoroso.
Enfim , o Animal é uma BESTA mas há muito boa gente que acha que ele é BESTIAL.

Helder Costa, 30 Abril2018