Eles inventam formas mirabolantes de gravar, de enviar, de anexar documentos
Carlos Ribeiro | Praça das redes | 23 de Março de 2020
A Escola Lima de Freitas, em Setúbal, encerrou como as outras. A quarentena tornou-se palavra de ordem no Centro Qualifica Arrábida e com a Equipa Tecnico-pedagógica em casa, rapidamente o arsenal de meios de comunicação foi mobilizado. Objectivo bem concreto: continuar a trabalhar.
Anqep informou
“A Equipa do Qualifica veio logo para casa. Trabalhamos com os candidatos por e-mail, whatsApp, telefone e outros. Já recebemos orientações da ANQEP sobre como desenvolver a formação à distância e, como a Agência já percebeu que dificilmente os trabalhos regressarão ao formato anterior este ano letivo, estão a organizar a possibilidade da certificação também à distância” palavra da Ana Cacho, TORV que tem sido a ligação às iniciativas da EPALE na vertente não-formal e informal.
No básico é difícil
“Este sistema não será para todos. Os candidatos do Básico, especialmente, na sua maioria, dificilmente conseguirão desenvolver a formação à distância. Para alguns a recepção de um simples e-mail é um autêntico drama, o envio de anexos uma tragédia. Podemos imaginar agora todo o processo em modo digital, sem termos tido tempo para os preparar, e de nos preparamos também com os respectivos materiais” adianta Ana as reservas que lhe surgem como evidentes atendendo à experiência existente neste domínio do uso das tecnologias digitais.
Inventar é preciso
“O acompanhamento das Narrativas Autobiográficas até está a correr bem, mesmo com candidatos (quase) info excluidos. Eles desformatam os documentos, eles “inventam” formas mirabolantes de gravar, de enviar, de anexar documentos mas vão conseguindo. Vamos ver se o “resto” também acontece” conclui com uma nota de esperança, ou seja combinando uma análise realista das condições concretas existentes e uma crença que a criatividade e o estado de espírito dos adultos participantes nos processos.