A segunda oportunidade para o sistema escolar

EVENTOS | E2OPORTUGAL

Realiza-se em finais de abril o IV Encontro Nacional de Iniciativas e Escolas de segunda oportunidade em Vila Nova de Gaia.

Esta dinâmica que é carregada às costas por um grupo de inovadores em educação e por resistentes como a Escola de Segunda Oportunidade de Matosinhos, liderada por Luis Mesquita, está em processo de crescimento e de afirmação na sociedade portuguesa constituindo uma das mais importantes linhas de inovação e desenvolvimento numa área cuja última marca significativa foi o RVCC no início do século.

O conceito de segunda oportunidade que transporta um elevado potencial se for bem interpretado e fugir à estigmatizarão da “recuperação” ou à lógica punitiva do aviso “vê lá se agora não falhas” isto se o foco for o jovem que estabeleceu uma relação negativa com o sistema escolar, pode servir de alavanca para um processo transformador se o foco for o próprio sistema escolar e a sua relação com os jovens.

Ou seja, a segunda oportunidade ser em primeiro lugar para o sistema escolar. O que falhou no passado em termos de relação, de metodologias, de processos de aprendizagem, poderá ter uma segunda oportunidade para se fazer bem melhor que no passado.

Espera-se então que este subsistema não de deixe acantonar numa bolha de “experiências maravilhosas e criativas” e que se transforme num agente de contágio necessariamente agressivo.

Porque contaminar é preciso, viver não é preciso!

Reproduzimos aqui o convite da E2O Portugal pela mão do Luis Mesquita.

Caros amigo(a)s e parceiro(a)s,

E2O Portugal – Rede Nacional de Iniciativas e Escolas de Segunda Oportunidade e a Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia organizam o IV Encontro Nacional de Iniciativas e Escolas de Segunda Oportunidade, no próximo dia 29 de Abril, na Assembleia Municipal de Vila Nova de Gaia. O Encontro Nacional, inicialmente planeado para Dezembro e adiado devido à pandemia, manterá no essencial o mesmo programa, ou seja, um seminário, um Encontro de Jovens das 7 Escolas de Segunda Oportunidade (E2O) existentes no país, e a Assembleia Geral da organização, para eleição dos primeiros órgãos sociais.

Após a sua constituição legal, em Setembro do ano passado, a E2O Portugal realiza o seu IV Encontro Nacional, desta vez em Vila Nova de Gaia, numa fase de grande entusiasmo e mobilização da política e sistema nacional de escolas de segunda oportunidade. Após a publicação, em 2019, do despacho que criou o Programa “Segunda Oportunidade”, são hoje já sete as E2O da rede nacional (Matosinhos, Valongo, Gaia, Samora Correia, Tomar, Sintra e Lisboa) e várias outras iniciativas estão em curso por todo o país (no Marco de Canaveses, em Espinho, na Trofa, na Maia, em Gondomar, em Aveiro, Vila Real e em vários outros locais).

O Encontro Nacional reunirá instituições (E2Os, escolas, CPCJ, autarquias, ONG e outras) e profissionais (docentes, educadores sociais, técnicos de serviço social, psicólogos, artistas e outros) ativos no campo da Educação de Segunda Oportunidade em Portugal e dará um contributo decisivo para implantar no país uma política pública para a redução do abandono precoce, das baixas qualificações e da exclusão social de jovens, como garantia do efetivo direito à educação de todas e de todos os jovens.

No dia 29 de Abril, seria FANTÁSTICO encontrar-vos, presencialmente, a partir das 09:30, no auditório da Assembleia Municipal de V. N. de Gaia.

Inscrevam-se até ao dia 28 de Abril, através do formulário.

Em anexo, envio o cartaz e o programa.

Com amizade,

Luis Mesquita

Presidente da E2O Portugal

BRAVO CNE! A seguir que sejam os adultos!

EDUCAÇÃO | Conselho Nacional da Educação

Joaquim Azevedo e Luís Capucha foram os Conselheiros / Relatores que apresentaram no Conselho Nacional da Educação o projeto de Recomendação “Perspetivar o futuro do Ensino Profissional” cuja versão final foi aprovada na sessão plenária de 15 de dezembro passado. 

Trata-se de uma visão audaz e de futuro para o Ensino Profissional em Portugal. Não tivesse Joaquim Azevedo sido o fundador do novo ciclo do ensino profissional pós-25 de Abril, com a criação do GETAP e com uma liderança clarividente na Secretaria de Estado que impulsionou os seus primeiros anos e não fosse Luís Capucha um dos sociólogos mais consistentes na análise e projeção dos sistemas educativos, numa perspetiva inclusiva, e ter sido Presidente da Agência Nacional para a Qualificação. 

A Recomendação assenta em várias referências de natureza histórica, educativa e política e procura colocar o tema num patamar de mudança que vai bem para além da “procura de melhorias”.  Assume-se na proposta uma visão de mudança profunda e radical e para além da abordagem crítica ao atual sistema de financiamento pelos fundos europeus clarifica-se que o ensino profissional não deve ter por objetivo central a preparação doas alunos para postas de trabalho específicos. 

Os focos 

“Neste novo contexto, passadas já duas décadas do século XXI, este tipo de educação profissional deve ser reequacionado à luz de uma qualificação da sua missão, que pode ser declinada em torno destes focos:  

Pedagogia, assegurando uma qualificação de qualidade e com elevado sucesso, gerindo o currículo de um modo mais profissional, autónomo e flexível;  

Cidadania, promovendo a participação ativa dos alunos, na escola e na comunidade, a sua capacidade de emancipação e empreendimento e o seu bem-estar;  

Territorialização, garantindo respostas educativas atualizadas e articuladas entre os parceiros socioeconómicos e educativos de cada comunidade local;  

Empregabilidade, fornecendo uma qualificação técnica que seja não só adequada às necessidades e potencialidades das organizações sociais e das empresas, como com estas coconstruída;  

Sustentabilidade, investindo numa educação crítica e construtiva face à sociedade atual, em particular face à crise climática e ambiental;  

Inovação social, permitindo que os jovens saiam da escola preparados para os desafios da transformação digital e que as escolas promovam a digitalização como ferramenta de promoção da igualdade de oportunidades e da justiça social”. 

As competências a desenvolver 

“O leque de competências a desenvolver terá de responder, nos nossos dias, aos novos desafios, ou seja, fomentar, além da magna competência de saber pensar e ser competente, a capacidade de construção de uma identidade pessoal e de um projeto de vida, a capacidade de distanciamento crítico, mormente face aos media e aos “ecrãs”, a capacidade de resolução de problemas complexos e a capacidade criativa, a capacidade de comunicação e de cooperação com outros e a capacidade de discernimento e de tomada de decisão.  

Para que esta intencionalidade educativa impregne o quotidiano escolar e todas as atividades de ensino e aprendizagem, será necessário proceder a uma ampla revisão curricular, em equipa pedagógica, enriquecendo as “aprendizagens essenciais”, as “ações estratégicas” e as modalidades e instrumentos de avaliação de cada curso”. 

Muitas das bases de desenvolvimento propostas aplicam-se a outros setores etários que não os mais jovens o que constituirá matéria de futuras abordagens. 

O balanço do regresso parcial às aulas

O EDULOG DA SEMANA | 18-22 de maio 2020 | elaborado pela Fundação Belmiro de Azevedo | Foto Rodrigo Antunes LUSA

Previsões para o próximo ano letivo
O ano letivo de 2020/2021 pode não começar em setembro, mas em outubro ou novembro. Quando arrancarem as aulas, serão num misto de ensino presencial e à distância. Numa entrevista à Rádio Renascença, o ministro da educação avança cenários para o próximo ano letivo. Neste ensino misto, serão necessários mais professores? Tiago Brandão Rodrigues não sabe quantos, mas deixa uma garantia: “Se no próximo ano precisarmos de um corpo docente robusto ele existirá”. Na forja está ainda um novo programa tecnológico, para dotar as escolas de recursos e os alunos de conetividade.

Para 300 foi fácil, para 1200 logo se verá
Lugares marcados para garantir as distâncias de segurança. Regras para cumprir, mesmo nos intervalos. Papéis nas paredes, portas e no chão a indicar os percursos. Medições da temperatura, máscara e álcool-gel. A somar: uma grande estranheza por não se poderem tocar. Foi o cenário que os alunos do 11.º e do 12.º anos encontraram no regresso às aulas na Escola Secundária de João da Silva Correia, em São João da Madeira. A reportagem é do Jornal de Notícias.

Na Escola Secundária Frei Gonçalo Azevedo, em Cascais, o Expresso encontrou alunos saudosos do ensino presencial. “A matéria explicada pelos professores não tem nada a ver com as aulas em casa”, admite uma aluna. “É mais fácil perceber assim e podemos tirar logo as dúvidas”, reforça uma outra. Ainda assim, houve quem preferisse continuar em casa. David Sousa, diretor do agrupamento, admite que foi fácil reorganizar os horários e preparar tudo para 300 alunos. O que o preocupa é o próximo ano letivo, em que terá de repetir a proeza para 1200.

A Associação Nacional de Dirigentes Escolares diz que entre 75% e 80% dos estudantes dos 11.º e 12.º anos de escolaridade que tinham de voltar esta segunda-feira às escolas fizeram-no. O primeiro balanço do regresso às aulas feito à Lusa.

O primeiro-ministro António Costa está convencido de que estas semanas de regresso parcial à escola não são apenas importantes para concluir este ano letivo, mas “sobretudo para treinar o próximo”. As escolas abriram com auditórios e pavilhões transformados em salas de aula. Assim, garantem a distância de segurança entre os alunos. Recorrendo a estes espaços, os diretores evitam reduzir a carga horária ou desdobrar turmas, o que implicaria ter de contratar novos professores e quebrar a continuidade pedagógica, lê-se no Jornal de Notícias.

Demasiado cedo?
88% das creches reabriram esta segunda-feira, mas em média com quatro a seis crianças, confirmou à agência Lusa a presidente da Associação de Creches e de Pequenos Estabelecimentos de Ensino Particular, Susana Batista. 12% das creches não receberam qualquer criança porque os pais “não quiseram arriscar já esta semana com receio [da pandemia de covid-19], mas mesmo assim houve uma abertura administrativa”. Dados com base no inquérito realizado junto dos seus associados.

A maioria dos portugueses considera “muito” ou “algo arriscado” o regresso das crianças e jovens ao ensino presencial, mesmo com as medidas de segurança estabelecidas. É o que mostra uma sondagem realizada pelo ISCTE e ICS para o Expresso e a SIC. Dos 622 inquiridos, 72% e 62% afirmam que é demasiado cedo para abrir creches e pré-escolar a 18 de maio e 1 de junho, respetivamente. 58% consideram que os alunos do 11.º e do 12.º anos também não deviam regressar à escola. 81% estão de acordo com a decisão do Governo em manter os restantes alunos em casa.

Os receios dos pais em relação aos riscos de contágio são naturais, mas os benefícios sobrepõem-se, diz o pedopsiquiatra Pedro Strecht. A psicóloga Inês Almeida Ramos considera que regressar às creches e jardins de infância é, sobretudo, benéfico para as crianças que não têm irmãos e estiveram só com os pais nestes dois últimos meses. Resta saber se as condições em que vão reabrir estes estabelecimentos não põem em causa o que de melhor têm para oferecer às crianças. Questões que se leem no Expresso.

A presidente da Federação Portuguesa para a Deficiência Mental diz que as escolas de Ensino Especial e os Centros de Recursos para a Inclusão não têm condições para abrir este mês. E que os alunos com necessidades especiais só devem regressar à escola no próximo ano letivo. “A escola inclusiva está muito longe de ser a realidade que todos queremos e, neste momento, piorou porque a maior parte destes jovens com múltiplas problemáticas não podem usufruir das tecnologias e por exemplo da telescola”, explica Helena Albuquerque à TSF.

Competências no pós-covid
O ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, diz que as instituições têm de ser capazes de usar a pandemia como “oportunidade para inovar”. Declarações feitas no lançamento do Skills 4 pós-Covid – Competências para o futuro, que decorreu terça-feira na Reitoria da Universidade do Porto. A iniciativa pretende identificar constrangimentos e oportunidades que a pandemia introduziu nas atividades de ensino superior e na sua relação com a ciência e mercado de trabalho.

Notícias de outros mundos da educação
83% dos professores brasileiros dizem não estar preparados para ensinar online, revela o estudo Sentimento e percepção dos professores brasileiros nos diferentes estágios do coronavírus no Brasil do Instituto Península, que inquiriu 7.734 docentes do ensino público e privado, entre 13 de abril e 14 de maio, e vai continuar a fazê-lo até ao fim da crise. Os professores admitem estar “ansiosos” e “nada realizados” com o trabalho no momento atual. Quase 90% relatam nunca ter tido experiência com ensino à distância e 55% dizem não ter formação para lecionar assim. Detalhes no portal Terra.

Em França, passou uma semana desde a reabertura de cerca de 40 mil escolas do pré-escolar e 1.º ciclo. No entanto, muitas voltaram a fechar devido ao registo de novos casos de covid-19. Desde o dia 11 de maio, foram identificados 70 infetados, informou o ministro da educação francês, Jean-Michel Blanque, considerando ser uma evolução “inevitável”, mas também “um exemplo” do rigoroso protocolo sanitário seguido pelos estabelecimentos de ensino. A notícia lê-se no jornal luso-luxemburguês Contacto.

Que lições pode retirar o Reino Unido da estratégia dinamarquesa para a reabertura das escolas? O plano foi negociado ao pormenor entre o vice-presidente do Sindicato de Professores Dinamarquês, o ministro da Educação, as autoridades de saúde e outros sindicatos de professores, escreve o The Guardian. O objetivo: garantir que todos ficassem satisfeitos com as medidas de segurança adotadas para o “regresso ordenado” dos mais novos a 15 de abril. Até agora, a abertura das escolas não teve impacto negativo, diz o Governo dinamarquês.

Aguero, do Manchester City, na equipa de professores da telescola da BBC

O EDULOG DA SEMANA | FUNDAÇÃO BELMIRO DE AZEVEDO | 24 de Abril 2020

Como correm as aulas à distância? 
Os professores de educação especial dizem que não existe “plano específico” para apoiar os alunos com necessidades educativas especiais. Existem, ainda assim, propostas concretas dos pais que sugerem que algumas escolas possam acolher neste período alunos com dificuldades e patologias mais severas, tal como se faz para os filhos dos profissionais considerados essenciais. “Isso ajudava-os a manter rotinas de socialização que são muito importantes para eles”, argumenta uma mãe ao jornal Público.

O Centro de Economia da Educação da Nova SBE inquiriu mais de 1500 professores do ensino básico e secundário sobre a transição para o ensino à distância. 77% dos professores dizem não estar a usar os recursos do Ministério da Educação; cerca de 19% dizem não estar a recolher qualquer instrumento de avaliação, a maioria (71%) está a fazê-lo através dos trabalhos de casa. O Jornal Económico mostra os resultados destes inquéritos realizados entre 25 de março e 8 de abril.

A nova telescola estreou-se na segunda-feira com uma aula de Português. Por estes dias, cerca de 850 mil alunos podem assistir às aulas na televisão, divididas em sessões de 30 minutos. Na RTP2 passam os conteúdos para o pré-escolar; na RTP Memória, as aulas dirigem-se ao ensino básico. O Jornal de Notícias assistiu à estreia em direto da casa de uma das muitas famílias que cumprem o isolamento social com os filhos.

Riscos online
A divulgação de várias aulas lecionadas através da plataforma Zoom – por um youtuber, entretanto identificado – resultou de “comportamentos humanos mal-intencionados” e não de uma falha no sistema, garante o Centro Nacional de Cibersegurança. Ao Jornal de Notícias fonte da Polícia Judiciária explicou que, à partida, “não haverá crime”, uma vez que os autores da intromissão possuíam a identificação e a palavra-passe das reuniões. A Federação Nacional dos Professores denuncia que “há alunos a receber dinheiro em troca de passwords”.

Aulas virtuais e conversas mediadas por ecrãs. Enquanto a vida das crianças e dos jovens acontece mais na Internet, a UNICEF alerta para os riscos desta nova exposição: o aumento de contactos de predadores sexuais, acesso a desinformação online e comportamento de risco entre adolescentes. Por outro lado, diz a organização, é importante garantir aos jovens a possibilidade de conversar em privado com os amigos. O debate sobre a mediação parental no Público.

Previsões para maio, junho e setembro
A maioria dos alunos portugueses poderá retomar as aulas presenciais em setembro. Os alunos do 11.º e 12.º anos talvez regressem em maio, com aulas a começar mais tarde para não se cruzarem com outras pessoas nos transportes públicos. Será um total de 22 disciplinas presenciais, lecionadas em horários desencontrados. As crianças dos zero aos três anos poderão voltar às creches em maio, já as do pré-escolar, em junho. O uso de máscara comunitária será obrigatório nas escolas e transportes públicos. Expectativas do primeiro-ministro, António Costa, em entrevista ao Expresso, na edição de 18 de abril.

Os professores que voltem a lecionar de forma presencial vão poder deixar os filhos em escolas de acolhimento. No passado domingo, o Governo incluiu novas profissões na portaria que define quais as crianças que podem ser acolhidas nas escolas devido à profissão dos pais, escreve o jornal Público. A medida não se aplica quando um dos membros do agregado familiar poder cuidar dos filhos.

As matrículas no pré-escolar e ensino básico decorrem entre o dia 4 de maio e 30 de junho e devem ser feitas pela internet. Detalhes sobre o calendário escolar constam no Decreto-Lei nº 14-G/2020, publicado em Diário da República.

Avaliação e propinas 
Na Universidade do Porto, cada unidade orgânica da instituição terá autonomia para decidir que atividades se mantêm à distância ou presencialmente e quais os métodos de avaliação no segundo semestre. A reitoria recomenda que a época de conclusão do ciclo de estudos se mantenha em setembro, ainda que possa ser razoável o adiamento justificado da entrega das dissertações de mestrado até à primeira semana de novembro, noticia a Lusa.  

As universidades estão a garantir o ensino à distância a todos os alunos, por isso não haverá suspensão no pagamento das propinas, diz o presidente do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas, António Fontainhas Fernandes, admitindo um reajustamento da propina em caso de falhas. Há alunos e professores a viver em zonas de difícil acesso à Internet, mas as operadoras já foram contactadas para reforçar os dados. Haverá ainda um reforço na ação social, avança o Jornal de Negócios.

Nos politécnicos só um número “residual” de estudantes retomará as aulas presenciais em junho: os que estão no último ano do curso e os que têm cadeiras “práticas”, sobretudo as laboratoriais. As turmas serão divididas em turnos e haverá circuitos nos corredores para reduzir o contacto. Cada instituição é responsável por avaliar o total de estudantes que terão mesmo que retomar as aulas, explica o presidente do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos, Pedro Dominguinhos, ao jornal Público.

Atualidade de outros mundos educativos
Mitigar o impacto da pandemia covid-19 no ensino pré-escolar, básico e secundário público custará 5 mil milhões de euros em Espanha. O valor inclui escolas de verão (250 milhões), programas de reforço (3 milhões), extensões no número de horas de ensino no próximo ano (1.675 milhões) e planos de empréstimos para dispositivos tecnológicos a estudantes que não os possuem (entre 125 e 250 milhões). Os cálculos são da Fundação Cotec e leem-se no El País. O estudo alerta ainda que se 75% dos professores do ensino privado dominam as ferramentas online, no público a percentagem cai para 45%.

A educação à distância no terceiro período é “impraticável”, diz o presidente do Sindicato Nacional dos Professores cabo-verdianos. “Mesmo os países muito mais desenvolvidos não conseguem chegar a todos os alunos, pior será em Cabo Verde, que não tem as mínimas condições”, sustentou Nicolau Furtado à agência Lusa, considerando que este sistema não terá resultado nenhum, que é uma “brincadeira” do Ministério da Educação apenas “para animar a malta”. Para Furtado, o melhor será esperar pela normalização da situação da pandemia no país.

Em Macau, os alunos do ensino secundário regressam à escola nos dias 04 e 11 de maio, depois de mais de dois meses sem aulas devido à pandemia. A medição da temperatura ao entrar nos estabelecimentos de ensino e o uso de máscara serão obrigatórios para os mais de 25 mil alunos. Passar de ano será mais flexível, o mesmo sucede com a justificação de faltas. Pré-escolar e ensino básico e especial continuam com as aulas suspensas. Decisões do governo do território para ler na Lusa.

Na Alemanha, a vida escolar retoma alguma normalidade. A Reuters captou imagens dos preparativos nos estabelecimentos de ensino para o regresso dos alunos às aulas presenciais. A chanceler federal Angela Merkel tinha já avisado que haveria “muito trabalho logístico” com a criação de novos conceitos de organização dentro das escolas e novos planos de transporte. Tudo para garantir os cuidados necessários de distanciamento entre alunos e professores. Notícia da Deutsche Welle.

O jogador de futebol Sergio Aguero, do Manchester City, juntou-se à equipa de 200 professores da telescola da BBC e vai ensinar as crianças a contar em espanhol, escreve o The Guardian. O canal britânico está a disponibilizar conteúdos educativos para crianças e jovens (dos três a maiores de 16 anos), enquanto as escolas se mantêm fechadas devido ao covid-19, e contratou várias estrelas do desporto, da televisão e da música para se tornarem professores do Bitesize Daily.