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Aguero, do Manchester City, na equipa de professores da telescola da BBC

O EDULOG DA SEMANA | FUNDAÇÃO BELMIRO DE AZEVEDO | 24 de Abril 2020

Como correm as aulas à distância? 
Os professores de educação especial dizem que não existe “plano específico” para apoiar os alunos com necessidades educativas especiais. Existem, ainda assim, propostas concretas dos pais que sugerem que algumas escolas possam acolher neste período alunos com dificuldades e patologias mais severas, tal como se faz para os filhos dos profissionais considerados essenciais. “Isso ajudava-os a manter rotinas de socialização que são muito importantes para eles”, argumenta uma mãe ao jornal Público.

O Centro de Economia da Educação da Nova SBE inquiriu mais de 1500 professores do ensino básico e secundário sobre a transição para o ensino à distância. 77% dos professores dizem não estar a usar os recursos do Ministério da Educação; cerca de 19% dizem não estar a recolher qualquer instrumento de avaliação, a maioria (71%) está a fazê-lo através dos trabalhos de casa. O Jornal Económico mostra os resultados destes inquéritos realizados entre 25 de março e 8 de abril.

A nova telescola estreou-se na segunda-feira com uma aula de Português. Por estes dias, cerca de 850 mil alunos podem assistir às aulas na televisão, divididas em sessões de 30 minutos. Na RTP2 passam os conteúdos para o pré-escolar; na RTP Memória, as aulas dirigem-se ao ensino básico. O Jornal de Notícias assistiu à estreia em direto da casa de uma das muitas famílias que cumprem o isolamento social com os filhos.

Riscos online
A divulgação de várias aulas lecionadas através da plataforma Zoom – por um youtuber, entretanto identificado – resultou de “comportamentos humanos mal-intencionados” e não de uma falha no sistema, garante o Centro Nacional de Cibersegurança. Ao Jornal de Notícias fonte da Polícia Judiciária explicou que, à partida, “não haverá crime”, uma vez que os autores da intromissão possuíam a identificação e a palavra-passe das reuniões. A Federação Nacional dos Professores denuncia que “há alunos a receber dinheiro em troca de passwords”.

Aulas virtuais e conversas mediadas por ecrãs. Enquanto a vida das crianças e dos jovens acontece mais na Internet, a UNICEF alerta para os riscos desta nova exposição: o aumento de contactos de predadores sexuais, acesso a desinformação online e comportamento de risco entre adolescentes. Por outro lado, diz a organização, é importante garantir aos jovens a possibilidade de conversar em privado com os amigos. O debate sobre a mediação parental no Público.

Previsões para maio, junho e setembro
A maioria dos alunos portugueses poderá retomar as aulas presenciais em setembro. Os alunos do 11.º e 12.º anos talvez regressem em maio, com aulas a começar mais tarde para não se cruzarem com outras pessoas nos transportes públicos. Será um total de 22 disciplinas presenciais, lecionadas em horários desencontrados. As crianças dos zero aos três anos poderão voltar às creches em maio, já as do pré-escolar, em junho. O uso de máscara comunitária será obrigatório nas escolas e transportes públicos. Expectativas do primeiro-ministro, António Costa, em entrevista ao Expresso, na edição de 18 de abril.

Os professores que voltem a lecionar de forma presencial vão poder deixar os filhos em escolas de acolhimento. No passado domingo, o Governo incluiu novas profissões na portaria que define quais as crianças que podem ser acolhidas nas escolas devido à profissão dos pais, escreve o jornal Público. A medida não se aplica quando um dos membros do agregado familiar poder cuidar dos filhos.

As matrículas no pré-escolar e ensino básico decorrem entre o dia 4 de maio e 30 de junho e devem ser feitas pela internet. Detalhes sobre o calendário escolar constam no Decreto-Lei nº 14-G/2020, publicado em Diário da República.

Avaliação e propinas 
Na Universidade do Porto, cada unidade orgânica da instituição terá autonomia para decidir que atividades se mantêm à distância ou presencialmente e quais os métodos de avaliação no segundo semestre. A reitoria recomenda que a época de conclusão do ciclo de estudos se mantenha em setembro, ainda que possa ser razoável o adiamento justificado da entrega das dissertações de mestrado até à primeira semana de novembro, noticia a Lusa.  

As universidades estão a garantir o ensino à distância a todos os alunos, por isso não haverá suspensão no pagamento das propinas, diz o presidente do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas, António Fontainhas Fernandes, admitindo um reajustamento da propina em caso de falhas. Há alunos e professores a viver em zonas de difícil acesso à Internet, mas as operadoras já foram contactadas para reforçar os dados. Haverá ainda um reforço na ação social, avança o Jornal de Negócios.

Nos politécnicos só um número “residual” de estudantes retomará as aulas presenciais em junho: os que estão no último ano do curso e os que têm cadeiras “práticas”, sobretudo as laboratoriais. As turmas serão divididas em turnos e haverá circuitos nos corredores para reduzir o contacto. Cada instituição é responsável por avaliar o total de estudantes que terão mesmo que retomar as aulas, explica o presidente do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos, Pedro Dominguinhos, ao jornal Público.

Atualidade de outros mundos educativos
Mitigar o impacto da pandemia covid-19 no ensino pré-escolar, básico e secundário público custará 5 mil milhões de euros em Espanha. O valor inclui escolas de verão (250 milhões), programas de reforço (3 milhões), extensões no número de horas de ensino no próximo ano (1.675 milhões) e planos de empréstimos para dispositivos tecnológicos a estudantes que não os possuem (entre 125 e 250 milhões). Os cálculos são da Fundação Cotec e leem-se no El País. O estudo alerta ainda que se 75% dos professores do ensino privado dominam as ferramentas online, no público a percentagem cai para 45%.

A educação à distância no terceiro período é “impraticável”, diz o presidente do Sindicato Nacional dos Professores cabo-verdianos. “Mesmo os países muito mais desenvolvidos não conseguem chegar a todos os alunos, pior será em Cabo Verde, que não tem as mínimas condições”, sustentou Nicolau Furtado à agência Lusa, considerando que este sistema não terá resultado nenhum, que é uma “brincadeira” do Ministério da Educação apenas “para animar a malta”. Para Furtado, o melhor será esperar pela normalização da situação da pandemia no país.

Em Macau, os alunos do ensino secundário regressam à escola nos dias 04 e 11 de maio, depois de mais de dois meses sem aulas devido à pandemia. A medição da temperatura ao entrar nos estabelecimentos de ensino e o uso de máscara serão obrigatórios para os mais de 25 mil alunos. Passar de ano será mais flexível, o mesmo sucede com a justificação de faltas. Pré-escolar e ensino básico e especial continuam com as aulas suspensas. Decisões do governo do território para ler na Lusa.

Na Alemanha, a vida escolar retoma alguma normalidade. A Reuters captou imagens dos preparativos nos estabelecimentos de ensino para o regresso dos alunos às aulas presenciais. A chanceler federal Angela Merkel tinha já avisado que haveria “muito trabalho logístico” com a criação de novos conceitos de organização dentro das escolas e novos planos de transporte. Tudo para garantir os cuidados necessários de distanciamento entre alunos e professores. Notícia da Deutsche Welle.

O jogador de futebol Sergio Aguero, do Manchester City, juntou-se à equipa de 200 professores da telescola da BBC e vai ensinar as crianças a contar em espanhol, escreve o The Guardian. O canal britânico está a disponibilizar conteúdos educativos para crianças e jovens (dos três a maiores de 16 anos), enquanto as escolas se mantêm fechadas devido ao covid-19, e contratou várias estrelas do desporto, da televisão e da música para se tornarem professores do Bitesize Daily.

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