Ó João!

OPINIÃO |

por Carlos Ribeiro

Ó João! 

Agora é a tua vez.  

Ministro é ministro. Tem poder, para além de querer. 

Nos Copos Prá Viva, e compreende-se porque és uma pessoa afável, ninguém ousava fazer a pergunta: 

Então João, depois do que assististe e partilhastes por aqui, as políticas públicas para a Educação de Adultos vão levar uma reviravolta? 

E tu adiantavas, como podias, as respostas evasivas, as frases amigáveis sobre as muitas batalhas que estão pela frente, sobre os recursos limitados, a importância da certificação para as empresas contratarem, as exigências da OCDE de aumentarmos os níveis médios de qualificação, enfim, sobre a reviravolta, pouco ou nada. 

Cá entre nós pensávamos, o João é apenas Secretário. Ele deve pensar que a educação de adultos deve ter outro rumo e deixar de ter esta função de segunda linha que é Certificar, certificar e finalmente ….certificar, mas….

Os Secretários são autónomos até um certo ponto.

Mas os Ministros…. 

Ah! Os Ministros, esses sim podem. Mas têm que querer, é verdade! 

Ó João, muda lá o paradigma! 

O João de certeza que quer que a Educação de Adultos seja uma alavanca para a transformação social. Ele sabe que a escolarização dos processos de educação para adultos impede o desenvolvimento de competências e inviabiliza reais aprendizagens porque não se baseiam em princípios andragógicos que colocam no centro das atividades formativas a experiência e o desejo de resolução de problemas que os adultos transportam com eles e que são o principal capital para concretizar o seu “poder de agir”. Certificar na base de dinâmicas formativas transformadoras é um imperativo. Desenvolver dinâmicas formativas só para certificar é um desrespeito pelo adulto. 

Ó João, acaba lá com o precariado! 

O João de certeza que quer acabar com o financiamento precário dos Centros de Educação de Adultos – Centros Qualifica, etc – porque não é justo!  

Mas então estes centros não são estruturantes de TERRITÓRIOS APRENDENTES? É possível imaginar um município que só pensa educação em função das escolas, dos transportes escolares, da segurança rodoviária para os alunos, etc e que não constrói uma visão do desenvolvimento das competências e das qualificações de forma integrada no seu território? Compreende-se esta postura face a estruturas precárias e descartáveis.

Um financiamento de estruturas educativas em função do cumprimento de metas é razoável. Mas dentro de regras de jogo marcadas pela estabilidade mínima. Ver um financiamento reduzido ou ajustado, em função do cumprimento de determinados objetivos, não fere ninguém. As Unidades de Saúde Familiar também funcionam assim. E são da área delicadíssima da saúde. Mas são estruturas permanentes. Mas isso faz toda a diferença! 

Ó João! o RVCC não é pau para toda a colher! 

O ponto de partida são as competências desenvolvidas pelos adultos ao longo da vida. O centro do processo realizado nos Centros é a VALIDAÇÃO, ou seja, trata-se de uma relação entre um Referencial de Competências e a identificação de competências desenvolvidas na vida, na ação prática, realizada através de uma Metodologia que desenvolvemos em Portugal (sim, em Portugal desenvolvem-se coisas boas e criativas, não temos que ser finlandeses para ter soluções para a educação) que combina Balanço de Competências com Histórias de Vida. Esta combinação é muito exigente, mas é apaixonante. Como investigador irias gostar de viver uma experiência desta área do desenvolvimento educativo. Então porque não instalar um ACELERADOR PARA ANIMADORES DE EDUCAÇÃO DE ADULTOS (e não apenas para os adultos) para melhorarmos a qualidade dos Centros naquilo que é essencial? 

A verdade é quanto mais o RVCC é contaminado pela formação, menos potencial ele desenvolve no adulto de transformação social. Se o RVCC se posiciona nos problemas e nas situações de vida do adulto então a sua aproximação é espontânea porque têm a ver com as suas prioridades pessoas, familiares e profissionais imediatas. O risco que está a emergir com o “RVCC Pau para toda a colher” é que nem uma, nem outra. Quere-se tudo e fica-se com pouco, ou quase nada (em matéria de transformação social, claro).  

Ó João, juntos somos mais fortes! 

Isto é um slogan desportivo por excelência. Mas aplicado aos Centros de Educação de Adultos tem todo o sentido aqui e agora. O isolamento dos centros e a lógica punitiva dos sistemas de acompanhamento deve dar lugar a dinâmicas de rede de cooperação, de promoção da inteligência coletiva no sistema e de autoformação através de Comunidades de Prática e outras formas de auto-organização dos profissionais da educação de adultos. 

Ó João! não queremos acreditar que seja entendido centralmente que os modelos de gestão autocráticos sejam os mais adequados para cumprir os os objetivos de desenvolvimento na educação de adultos.  

Construir Comunidades Aprendentes implica cooperar e desenvolver parcerias em trabalho colaborativo. 

Bem Ó João, temos confiança em ti!  

Sabemos que vais ser Ministro a sério, e nós cá estamos para colaborar. 

Como cidadãos e como profissionais do desenvolvimento dos territórios. 

Carlos Ribeiro, 28 de março de 2022

OS MOINHOS PORTUGUESES ESTÃO DE VOLTA!

Rede Portuguesa de Moinhos

E EM FESTA!

Finalmente estamos de volta e  a preparar novamente  os Moinhos Abertos!

Mais um ano em que esperamos uma grande participação e repetir o êxito da nossa atividade conjunta e em que  pretendemos reeditar, pelo 14º ANO a iniciativa Moinhos Abertos de Portugal.

Nos anos pré-pandemia conseguimos em conjunto, ano a pós ano, mais de 350 moinhos abertos e mais de 30.000 visitantes por edição.

Pelos pedidos que nos chegam, em 2022, ultrapassaremos estes números.

 O que é o “Dia dos Moinhos Abertos”? 

O conceito desta atividade é extremamente simples: 

Fazer funcionar em simultâneo e abrir ao público para acesso livre tantos moinhos quantos for possível em todo o país! 

Quem pode participar na organização? 

Todos: Moinhos Abertos é uma iniciativa aberta e gratuita!

Esta é uma  iniciativa de alcance nacional e ampla divulgação com o único objetivo de chamar a atenção dos Portugueses para o inestimável valor patrimonial dos nossos moinhos tradicionais, por forma a motivar e coordenar vontades e esforços de proprietários, organizações associativas, autarquias locais, museus, investigadores, molinólogos, entusiastas e amigos dos moinhos.  Promovida desde 2007 pela Etnoideia esta iniciativa tem o apoio da TIMS, Sociedade Internacional de Molinologia sendo divulgada internacionalmente por todo o mundo. 

Este dia, além de chamar a atenção para os moinhos tradicionais portugueses poderá também servir para identificar problemas e oportunidades, germinar projetos e ideias, ou mesmo para levar a cabo pequenas beneficiações (limpezas, pinturas, consertos de coberturas, etc.) com a participação de ativistas e visitantes que o pretendam, preservando os moinhos e criando dinâmicas em torno deles. 

Por isso, apelamos à sua participação ativa, através do seu envolvimento pessoal e das organizações a que pertence ou com as quais se relaciona. 

Como otimizar os seus impactos? 

Você:

  • Mobilizando antecipadamente entusiastas, amigos dos moinhos, instituições e moinhos cujos proprietários e moleiros podem ser contactados por cada um de nós (contamos consigo também para o fazer).
  • Durante este dia, cada moinho deverá estar aberto e se possível a funcionar, sendo desejável a organização de algumas atividades como as sugeridas na ficha de programação em anexo, ou outras. 
  • Divulgando pelos seus contactos e redes sociais o Cartaz “Moinhos Abertos”, em anexo  e afixando-os nos moinhos e locais adequados (JPEG para impressão e afixação local);
  • Reencaminhando a informação da brochura e programa final logo que disponível para a sua rede de contactos. Acreditamos desta forma vir a alcançar uma ampla divulgação e impacto público. 

A organização:

  • Irá divulgar junto da comunicação social nacional e regional, redes sociais e mailing a todas as pessoas e organizações constantes dos nossos ficheiros. No site da Rede ficarão disponíveis todas aas informações e por correio eletrónico serão enviados materiais de divulgação para todas as Câmaras Municipais e para todas as Juntas de Freguesia do País. 
  • Irá paginar uma brochura ilustrada com informações sobre os moinhos, horários e como visitar ao longo de todo o ano que ficará disponível permanentemente online em www.moinhosdeportugal.org

Como participar na organização? 

Esta participação é livre, espontânea e aberta a todos pelo que pode participar na organização das seguintes formas:

·        Dinamização da abertura, nos dias 7 (Dia Nacional dos Moinhos, 5ª feira)  e/ou 9 e 10 de Abril (Sábado e Domingo), dos moinhos a que está ligado, se possível organizando atividades e animações e congregando moleiros, amigos, Juntas de Freguesia, Câmaras Municipais, Museus, etc. 

·        Convite a outros moinhos e pessoas para participar. 

·        Para isso terá que enviar até 4  de Março: 

  • Ficha de programação Excel com informações sobre os moinhos que vão estar abertos (ficha em anexo a preencher no ficheiro Excel com todos os moinhos, identificando um a um e enviando uma foto por cada moinho com o nome do moinho no nome do ficheiro. Esta ficha inclui todas as informações necessárias para a identificação dos moinhos e respetivo programa de atividades, organizadores, indicações úteis, etc). 

IMPORTANTE: NÃO SERÃO ACEITES OUTROS FORMATOS OU INFORMAÇÕES NÃO CONSTANTES NA FICHA DADO QUE ISSO PROVOCA PROBLEMAS NA PAGINAÇÃO). 

  • Declaração de consentimento ao abrigo do RGPD (Regulamento Geral de Proteção de Dados) depois de assinada e digitalizada. Um exemplar por cada indivíduo do qual constarem dados pessoais na ficha do moinho respetivo nos Moinhos Abertos 2019. 

ATENÇÃO: POR IMPERATIVOS LEGAIS NÃO PODERÃO SER ACEITES INSCRIÇÕES DE MOINHOS QUE CONTENHAM DADOS PESSOAIS SEM A RESPETIVA AUTIRIZAÇÃO DO INDIVIDUO A QUE REFEREM. QUAISQUER DADOS PESSOAIS QUE CONSTEM DA FICHA DE PROGRAMAÇÃO EXCEL SEM DECLARAÇÃO DE CONSENTIMENTO ASSINADA SERÃO APAGADOS NA BROCHURA FINAL PODENDO PREJUDICAR O CONTACTO COM OS ORGANIZADORES.

Antecipadamente grato pela sua contribuição para esta nova iniciativa, apresento os melhores cumprimentos, 

Jorge Miranda 

Rede Portuguesa de Moinhos