FEIRA DE S.PEDRO ABRIU PORTAS COM CORDEIRO

Carlos Ribeiro | Caixa de Mitos, texto e fotos

Foi uma sessão com muitos anúncios relacionados com futuros investimentos e com mudanças significativas no concelho de Torres Vedras (linha do Oeste, IC11, Hospital do Oeste…), tendo o Presidente da Câmara Carlos Bernardes apresentado ainda várias iniciativas com destaque para o Congresso Europeu do Enoturismo a decorrer na cidade.

Duarte Cordeiro, Secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, reforçou a ideia de uma modernização em curso, no concelho e no país no seu conjunto e adiantou que o Governo conta com Torres Vedras para esta perspectiva modernizadora.

Presentes no recinto no qual decorreu a sessão de inauguração da Feira de S. Pedro instituições locais e empresários fazendo jus a uma actividade que já conta com 726 anos de existência

A estreia de Babel, no Teatro A Barraca

Carlos Pereira Martins

Se fosse possivel  parar  a vida  tal qual a vivemos, com tudo  o que tem dentro, com tudo  o que a vida é  e a colocá-la  numa foto, num plano estático e horizontal como  uma radiografia ou  um negativo fotográfico, e de seguida trazê-la para um palco  para ser vista, talvez mesmo contemplada, e se fosse igualmente possivel  parar a representação desta peça, Babel, e com essa imagem e com tudo  o que esta peça tem dentro, com tudo  o que esta peça é, fazer  exactamente mesmo, colocá-la ao lado da imagem parada da vida,  então Babel seria a Vida e a Vida seria Babel.
Helder Mateus da Costa conseguiu com esta peça colocar em palco a VIDA, a vida que hoje viemos, não lhe faltando nada dos inumeros conteúdos que a vida actual ganhou.
Tem lá tudo, a  politica,  o social,  o religioso,  o economico, o drama e a comédia que temperam a vida realmente vivida. E tem  tudo  iso  muito bem embrulhado em musica e cantigas que semeiam alegria e riso no espírito de quem ouve e vê a peça.De “Sebastião come tudo, come tudo”  a John Lennon, passando  pelo Avé, a Internacional, Grandola e até o Hino do MFA, a musica toma um papel  importante.
Babel  está polvihada de risos e alegria.
Tem  a ansia  da humanidade em poder subir aos céus, se aproximar do poder e do saber, e a ira de quem o detém, não lho permitindo.E, por isso mesmo, Babel  ficou  comprometida, a Torre que se ergueria até aos céus ! Deus não deixou  e dividiu os homens para continuar a reinar. Afinal a tecnica vem já de há muito e configura saber divino.

Tem o  passado historico  e o presente.  Tem  Portugal que meteu mãos á obra e  fez pontes entre o ocidente e o oriente.Um grande puzzle  com  a multiplicidade de tudo o que variadas culturas encerram e a dificuldade de entre si se entenderem com linguagens diferentes e também variadas, mas que os portugueses foram aproximando e possibilitando leituras e entendimento.
Babel passa, nesta representação, por Washington e pelo Vaticano, pelo Japão e por Fatima mas também por Moscovo. Babel passa por todo o sitio onde a Vida tal como a temos vivido tem sido escrita. Relembra as tréguas e a guilhotina, deixa perceber a tirania e a falta de solidariedade, abre a janela para se perceber   a catastrofe do clima e o drama de quem é refugiado.
Babel atemoriza quando mostra o caricato e os perigos de lideranças que são actuais e a semelhança de figuras passadas com protagonistas que bem conhecemos. Veio á cena Rasputin  que se acreditou que seja parente de um conhecido interprete dos dias de hoje, neste mundo de familias, de mafias e de salteadores.

Babel é-nos apresentada a cada passo  por uma  jovem que ainda há pouco tempo deixava promessas de grandes voos na  equipa junior. Teresa Mello Sampayo que brilhou com a Pessimista brilha agora num projecto bem mais arrojado onde toma a condução dos espectadores do inicio ao fim da peça, interpreta, canta e encanta. E, ainda para mais, a sorte parece que por vezes se concentra em grandes doses, é bonita, alegre e simpatica   que  se farta ! 
Não terei dito tudo sobre Babel, isso seria impossivel mas o essencial terá sido abordado.
Essencial será deixar um convite para que partilhem  o texto.
Essencial ainda será  organizar autocarros de todo o país, que é pequeno e as distancias não são longas,  para que muitos mais tenham a possibilidade de assistir a este pedaço de vida, tal qual a temos vivido, com as tontarias, os alucinados, os temores mas  também com as alegrias e o riso  natural  que   tão completa representação  dos tempos que vivemos proporciona.
Babel  será, a meu ver,  uma obra prima de Helder Mateus da CostaQue só é possivel  pela  cumplicidade, o saber  e participação de Maria do Céu Guerra.Mas também de Adérito Lopes, da Patricia Frazão, do Carlos Sebastião, da Rita Soares, do João Maria Pinto, da Sónia Barradas, do Samuel Moura, da Teresa Mello Sampaio, do Sergio Moras, da Anita Ribeiro, da Clara Cunha, da Mar Ribeiro e do Francisco Gonçalves.

A todos eles, muitos parabéns e muito obrigado por serem tão bons!

Carlos Pereira Martins (Consumidor-militante  do que de muito bom se faz no meu país) | Publicado no blog Sociedade Civil Europa

A leste

José Alberto Rio Fernandes, geógrafo, professor catedrático UP, Presidente da Associação Portuguesa de Geografia

O aumento das condições de mobilidade tornou o mundo mais acessível. Contudo, há ainda no Norte quem nunca tenha ido ao Algarve e muitos no Grande Porto que não conhecem Miranda do Douro, ou Melgaço. Mas, o que é mais surpreendente, para mim pelo menos, é verificar que muitos não conhecem boa parte do concelho onde moram. No Porto, por exemplo, quantos já não terão estado em Londres e Paris e, todavia, não sabem onde fica na sua cidade o lugar da Granja, nem o nome de mais que uma ou duas ruas situadas a leste da VCI? Muitos!

Há um evidente efeito de barreira que se estabelece com o caminho de ferro e a Via de Cintura Interna. Há ainda, para quem mora a Oeste, a perceção de limite associada ao declive a leste da estação que leva até a que se pense que o espaço irrigado pelo Tinto e pelo Torto já não é Porto. Mas é!

Diz-se que o que não sabemos que existe, é como se não existisse! Ora, apesar de alguns esforços políticos e bons trabalhos de jornalismo, o extremo oriental permanece desconhecido da larga maioria. Deve ser isso que, no lugar da Granja não há passeios, se veja lixo nas bermas e se acumulem as silvas e canas a tapar o Rio Torto e a ponte sob a qual passa. Seria isto possível na Boavista, na Ribeira, ou na Foz? Não!

Deve ser por isso também que, quando se fala de habitação, haja referências ao turismo e ao imobiliário, mas se fale tão pouco da falta de condições de habitabilidade das casas na Granja, em Pego Negro, ou Pinheiro de Campanhã, e nem sequer se lembre as pessoas que vivem em barracas do lado “de lá” da Circunvalação, junto ao Bairro do Cerco do Porto. Que esquecida que anda a limpeza, entre parques e descarbonização, e que esquecido que anda o direito à habitação, entre negócios e prémios do imobiliário. Sobretudo a leste: do desenvolvimento!

Crónica publicada no JN, transcrita com autorização do autor

Dois portugueses na liderança da educação de adultos na Europa

Carlos Ribeiro – Caixa de Mitos

Foi Etelberto Costa, activista bem conhecido de todos aqueles que se envolvem em processos de inovação na educação, que nos deu a notícia, “Ontem foi um dia histórico para a Educação e Formação de Adultos em Portugal. Na Assembleia Geral da LLLplatform – Plataforma Europeia para a Aprendizagem ao Longo da Vida, em Bruxelas, houve eleições e, pela primeira vez, Portugal assume a Presidência (LUís Costa – EfVET/Anespo) e uma Vice-presidência (Susana Oliveira – EAEA/EPATV).

Luis Costa que representa a ANESPO- Associação Nacional das Escolas Profissionais na estrutura europeia da Formação Profissional, o Fórum Europeu para a Formação Profissional foi eleito presidente da Plataforma Europeia que reúne as diversas instituições europeias sectoriais numa função de lobby e de promoção de políticas europeias numa base integrada.

Por sua vez Susana Oliveira, que representa a EPATV – Escola Profissional Terra Verde na AEEA – Associação Europeia para a Educação de Adultos desempenhando neste momento a função de Vice-Presidente daquela associação europeia, foi agora eleita para Vice-Presidente da Plataforma Europeia para a Aprendizagem ao Longo da Vida.

Etelberto Costa na sua comunicação aos seus pares portugueses da Educação de Adultos demonstrou um grande entusiasmo com esta eleição de dois compatriotas para as funções de topo de uma instituição de importância maior nas lides europeias, nos seguintes termos, “Esta é uma oportunidade e deve ser motivo para todos/as darmos apoio e colaborar e cooperar com eles nos seus desígnios para a missão espinhosa que têm pela frente, no início do período de transição entre QCA- Quadros Comunitários de Apoio. Por mim terei sempre presente no dia a dia o que posso fazer mais para os ajudar nessa missão. E desejo que todos/as o considerem também.
Os MEPs (deputados europeus) têm dedicado muito pouco tempo a esta causa, apesar de Portugal ser o país da UE com maior debilidade nos índices. A plataforma LLLP tem uma abrangência de propósito tratando a ALV – Aprendizagem ao Longo da Vida como ela deve ser: “do berço até ao túmulo”. E vai iniciar-se um novo ciclo politico em Portugal em que a necessidade absoluta de passar das palavras aos atos, se exige! Mas também na Europa e eles serão os Cavaleiros Portugueses para o fazerem! Um abraço de saudação de um LongLife Learner para o Luís e a Susana. Mantenham o Bom Trabalho e continuem a prestigiar-nos!”

Nos próximos dias teremos certamente mais novidades sobre as vertentes programáticas deste novo ciclo da Plataforma e certamente será uma boa ocasião para serem divulgadas novas perspectivas para a Educação de Adultos na Europa.

Luis Costa e Susana Oliveira

UTAD alerta para os riscos de escassez de água

Escassez de água poderá ser o maior flagelo deste século em Portugal

Investigador da UTAD lança alertas sobre a situação em Portugal.

As alterações climáticas, com a consequente escassez de chuva, estão a ter efeitos particularmente graves em Portugal. Há medidas urgentes que se impõem, seja ao nível da gestão da água, seja ao nível das práticas agrícolas, sob pena de o país ficar em condições comparáveis ao Norte de África. Este é o alerta do professor e investigador da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, João Santos, especialista em Ciências Geofísicas.

Quando percorremos o país e vemos a quantidade de fontes e fontanários secos, quer nas aldeias e vilas, quer na beira das estradas, e se juntarmos a isso os rios, ribeiras e lagos que secaram nos últimos 50 anos, logo se percebe como a quantidade de água tem diminuído assustadoramente.

“Este ano está a ser particularmente grave, pois a precipitação durante a primavera ficou muito abaixo da média, não é expectável que chova muito mais no verão, e, chegando ao outono, que água disponível iremos ter?”, alertou o investigador, chamando a atenção para o caso especial da agricultura que depende muito das chuvas da primavera.

“Se as alterações climáticas – observou João Santos – produzissem efeitos apenas ao nível do aumento das temperaturas, desde que continuasse a chover ou passasse a chover mais, como acontece nos países do centro e norte da Europa, que vão ter climas mais quentes, mas mais chuvosos, não se colocaria o problema com esta premência, pois, havendo água, em último recurso até poderíamos ter culturas alternativas, oriundas de regiões subtropicais e tropicais. O problema é que, se o nosso clima se vai tornar não só mais quente, mas também mais seco, semelhante ao que temos hoje no Norte de África, não haverá muitas alternativas, e isso é uma ameaça muito séria que temos de ter já em conta.”

Há, por isso, que tomar medidas urgentes. “No caso da viticultura – diz o investigador –, há necessidade de começar a planear medidas de adaptação, que passam por uma seleção mais criteriosa das castas que cultivamos, quando possível através de uma seleção de clones menos exigentes em água, que suportem melhor o stress hídrico e o stress térmico, mas também pela seleção do próprio microclima onde vamos implantar as vinhas novas. Por outro lado, terá de se analisar até que ponto vai ser viável ter vinha em zonas como, por exemplo, a margem esquerda do Guadiana, que são zonas já hoje com elevada aridez, onde daqui a 50 anos poderá ser impossível ter viticultura, a não ser que se regue a vinha de forma sistemática. Aqui colocam-se várias questões: onde está essa água para a rega? O Alqueva será suficiente? Será economicamente viável?”

Outras medidas urgentes passam por “repensar a gestão da pouca água que temos, começando por controlar muito bem os consumos públicos e provados de água, que são com frequência exagerados”, mas também repensar a questão das hidroelétricas. “Portugal não é um país com grande futuro em termos de produção hidroelétrica, devendo apostar-se mais na fotovoltaica” – defende o investigador. – Há depois os fogos rurais que consomem imensa água em Portugal. Vimos no ano passado o problema da cidade de Viseu, que ficou sem água para as pessoas consumirem porque se gastou quase toda a água disponível no combate aos incêndios. Também a gestão da água na agricultura terá de ser repensada. “Não podemos ter uma rega de abundância, mas uma rega planeada com recurso a tecnologias de precisão. Globalmente, teremos de repensar uma nova sociedade em que haja muito menos desperdício de água, por exemplo em regas de relvados, hortas e jardins, na consciência de que no futuro vamos ter cada vez menos água”.

Para mais informações contatar:

Rosa Rebelo | Assessoria Comunicação UTAD

Telem: 932 148 809 | rorebelo@utad.pt

EcoVida, consumo responsável na Covilhã

“O projecto EcoVida nasce com o objectivo principal de promover a produção e o consumo responsável e sustentável, dando visibilidade às respostas já existentes no Concelho da Covilhã a que os consumidores podem recorrer e sensibilizando consumidores, produtores e comerciantes para os benefícios decorrentes deste modelo de consumo de base local onde são privilegiados os produtos locais, a produção biológica, a venda a granel e/ou com utilização de embalagens mais ecológicas, contribuindo assim para aumentar a sua resiliência face aos efeitos nefastos do consumo massificado para o meio ambiente, para a saúde das pessoas e para a economia local” afirmações da Márcia Luz

O projecto estabelece uma relação directa com o Movimento Lixo Zero que preconiza:

Desperdício Zero: é simples mas exige sair do piloto automático, reflectir e dizer mais vezes “NÃO”, o que nem sempre é fácil tendo em conta a sociedade de consumo em que vivemos. Assenta num conjunto de práticas (5 Rs), exactamente por esta ordem:
1 – RECUSAR: tudo aquilo que não precisamos
2 – REDUZIR: aquilo que precisamos MESMO
3 – REUTILIZAR: tudo aquilo que temos que usar e que não podemos recusar nem reduzir, ou seja, prolongar a vida útil dos objectos, adquirir em 2ª mão
4 – RECICLAR: tudo o que não conseguimos recusar, reduzir e reutilizar
5 – ROT (decompor): aquilo que sobra (restos de comida, cascas de frutas e vegetais…)

E no final de tudo isto? 
Tudo o que não pode ser separado para ser reciclado nem pode ser colocado na compostagem, guardo num frasco. Assim tenho consciência do lixo que ainda produzo: etiquetas interiores de roupa, cerdas de escovas de dentes, lentes de contacto e autocolantes.

Como começar? Através do guia “Desperdício Zero” 

Com base em registos do projecto e da Coolabora