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JÚRI PARA QUE TE QUERO | O Júri invertido

PRAÇA DAS REDES | 16 de fevereiro 2021 | Comunidade de Prática EPALE – INFONET

CONSTRUIR AS BASES DO “JÚRI INVERTIDO” um desafio à nossa inteligência coletiva.

Carlos Ribeiro, 16 de fevereiro 2021

O objetivo da iniciativa “Júri para que te quero”, que se desenvolve no quadro de uma  Comunidade de Prática agregadora de profissionais da educação-formação que também atuam no campo do reconhecimento, validação e certificação de competências, consiste antes de mais em incentivar melhorias no dispositivo em favor do adulto que se envolve num processo RVCC.

A figura do Júri é ela própria ambígua porque no RVCC o conceito dominante é o da validação e não o da avaliação. A etapa final do processo assenta, no entanto, neste quadro avaliativo que o Júri representa para atribuir valor à certificação.

Os clientes do júri

Ou seja, são utilizadas figuras da Avaliação Convencional (está implícito no cenário e na operação propriamente dita da Sessão do Júri uma lógica de exame) para satisfazer vários “clientes”:

  • o sistema RVCC, credibilizando-o no quadro de um paradigma avaliativo principalmente escolar;
  • o adulto participante no processo, que vê confirmado o valor do seu certificado através da “prova” podendo reivindicar a noção de equivalência sem quaisquer reservas;
  • e finalmente o dispositivo certificador que se credibiliza, no plano do serviço prestado, através desta realização, que conta geralmente com a presença de instituições do território.

Outras missões

Outras missões podem ser atribuídas a esta figura de consenso:

  • servir para a avaliação da qualidade do processo e não principalmente para avaliar o adulto;
  • servir para celebrar, uma espécie de Happy End em final de percurso (sim porque já se conhece o resultado do jogo, antes de ele começar);
  • servir para dar a conhecer disponibilidades de contratação profissional para adultos à procura de emprego;
  • servir……para inúmeras outras estratégias que serão certamente muito legítimas e interessantes.

Mas o que podemos assumir é que o dispositivo ENCERRA uma dinâmica, um ciclo, um processo.

Encerrar ou abrir

O que poderíamos admitir, nesta reflexão coletiva, seria a inversão da lógica do JÚRI para a ABERTURA de uma nova relação com a educação permanente e a aprendizagem ao longo da vida servindo para planear ações futuras, articular com instituições e pessoas iniciativas da fase seguinte e comprometer interlocutores com apoios e disponibilidade para acompanhamento futuro.

No fundo colocar o ADULTO no centro do seu futuro, reforçando o seu poder de AGIR em detrimento de uma relação de julgamento e de encerramento vitorioso de ciclo que só o beneficia parcialmente.

Geocaching da certificação

Imaginemos o júri como um conjunto de atividades, um roteiro, uma espécie se GEOCACHING DA CERTIFICAÇÃO fora da “sala de aulas” com pivôs da comunidade disponíveis para acolher, acompanhar (comandante dos bombeiros, dirigente de empresa, farmacêutico local, diretor desportivo, atleta prestigiada, autarca, bibliotecário, diretor do teatro, …..) e no final o adulto capitalizar esta operação em favor das suas prioridades futuras.

O júri abriria portas para o futuro e lançaria sementes para um Território Aprendente, ou seja com o envolvimento da comunidade na construção de competências coletivas

O que ainda poderá ser um JÚRI INVERTIDO….eis a questão.

Carlos Ribeiro | Caixa de Mitos | Animador da Comunidade de Prática EPALE-INFONET Educação de adultos

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