Abrantes quer ir mais longe na sustentabilidade territorial
Carlos Ribeiro / A Praça das Redes – 7 de Abril de 2019
Depois de um enquadramento relativamente prolongado e de um debate que terminou fora de horas, estabeleceu-se um consenso em torno de uma ideia – força: este encontro no Sr. Chiado , realizado no passado dia 6 de Abril, no âmbito da Oficina Inforural de Abrantes, constitui-se como um ponto de partida para iniciativas futuras que deverão ter por tema central o desenvolvimento sustentável do concelho.
Um cenário mais amplo e mais estratégico é útil para abordar com outra perspectiva temas mais específicos que, se forem tratados isoladamente, podem afunilar as abordagens e limitar o campo das opções.
Foi por isso útil o quadro de referências que o Inforural introduziu na sessão sobretudo colocando em cima da mesa o tema da sustentabilidade e das suas variáveis fundamentais; a economia local, o ambiente, o social, o sistema de governança, a investigação- acção e as redes cooperativas.
Por outro lado a Tagus – Associação para o Desenvolvimento Integrado do Ribatejo Interior através da sua Directora Executiva Conceição Pereira adiantou as diversas iniciativas e programas em curso que o GAL – Grupo de Acção Local promove e enquadra tecnicamente e que se dirigem aos actores económicos locais, sobretudo aos que se encontram na fileira da pequena produção agrícola e na comercialização dos produtos através de circuitos curtos (veja-se o caso do PROVE), abrindo horizontes para os apoios disponíveis e para a tipologia de projectos que se enquadram na EDL – Estratégia de Desenvolvimento Local.
Vale a pena pesquisar no site desta instituição todos os programas que estão a decorrer ou em fase de avaliação de candidaturas e ainda as iniciativas de animação territorial como é o caso dos mercados itinerantes.
Os que presenciaram a sessão tiveram oportunidade de apresentar dúvidas e de colocar questões que foram sendo abordadas de forma aberta quer pelos membros da mesa quer ainda pelos outros participantes.
Alguns temas de interesse local como a recuperação da feira franca e a requalificação do antigo mercado, assim como a pesquisa de novas funções para o espaço no qual decorre semanalmente a venda de produtos hortícolas e frutícolas, foram muito dissecados e desenvolvidos pelo lado do diagnóstico mas também em termos de proposta e das vias para implementar as soluções preconizadas.
Outros temas como o êxodo rural e as condições de instalação de novos residentes em territórios do chamado interior; o empreendedorismo local; as formas para viabilizar pequenas actividades económicas, com rendimento imediato para as famílias mais desfavorecidas, e a cobertura legal necessária para a sua viabilização; o comércio local e as tendências de evolução a curto, médio e longo prazo , estes e outros temas foram debatidos com uma grande abertura, verificando-se na sala uma grande diversidade de opiniões, aliás nem sempre convergentes.
No final da sessão foi dada nota num sentido favorável à continuidade deste tipo de encontros para que se cumpra, como referiu um dos presentes, a velha afirmação “da discussão nasce a luz”.