Dispositivos de educação de adultos fecharam. Mas nós não!
Carlos Ribeiro | Praça das Redes | Caixa de Mitos 1 de Abril de 2020
É justo que se valorizem os professores.
Arregaçaram as mangas e mesmo sem orientações precisas das instituições supervisoras avançaram para o essencial no primeiro dia do encerramento das escolas: manter o contacto com os alunos e abrir novos canais de comunicação e de interacção com as turmas.
Como afirma Ana Água no Publico de hoje “A educação tinha de permanecer viva, mesmo a respirar debaixo de água”.
Isso mesmo a educação. E não apenas as escolas.
Mãos à obra
Em todo o território nacional foram centenas de profissionais da educação de adultos, dos Centros Qualifica, da Rede Valorizar nos Açores, nas associações dinamizadoras de processos de alfabetização e de outras entidades que trabalham na proximidade com adultos que meteram mãos à obra. Contactos por mail, telefonemas, envios de documentos pelo WhatsApp, autobiografias partilhadas no Drive, primeiras reuniões no Skype, sessões alargadas de equipa no ZOOM. Aconteceu tudo e mais alguma coisa. Um turbilhão de iniciativas e tarefas que envolveram praticamente toda a gente.
Estes são apenas uns casos ao acaso
Nos Açores arrancam novas turmas, novos grupos em ilhas diferentes, que irão funcionar a distância. Em Tomar concretiza-se um primeiro júri de certificação recorrendo ao Zoom, em Torres Vedras no RVCC Pro já se partilham vídeos para validação de UCs , em Setúbal os adultos apoiam-se uns aos outros e valorizam a nova situação e em Vila Verde quem já passou no processo de validação e está a aguardar pelo júri afirma que é mais um desafio a vencer. Estes são apenas uns casos ao acaso. Mas a energia que ressalta destas experiências concretas só confirma o potencial humano e de desenvolvimento da educação de adultos.
Vírus da amizade
E querem saber mais? Imaginem um Clube de Velhos Amigos. Gente que se encontra para a boa conversa uma vez por semana e que tece ligações de aprendizagem com amizade e boa disposição. Pois neste contexto, em Vila Nova de Poiares o clube foi apanhado pelo Vírus da Amizade, ou seja, não desistiram de se encontrar e continuam através de meios de comunicação a distância a contactar com iniciativas de educação-formação.
A adaptação está a decorrer com grande mérito, mas também com inúmeras dificuldades. É mais uma batalha entre as inúmeras que o país está a travar.
Mas porra, digam alguma coisa desta gente que faz das tripas coração para que “A educação permaneça viva, mesmo a respirar debaixo de água”.
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