A dançarina que foge à polícia

@ Praça das Redes | 30 de julho 2020 | Clara Costa Oliveira | Histórias de Navegadores Confinados

Respirem fundo. Pode ser a respiração de yoga. E agora agarrem-se às cadeiras porque vão andar por terras baldias e caminhos de terra a velocidades pouco recomendáveis. Atrás, no encalço, vem a polícia que não liga a quem vai de muletas. Milagrosamente o Skype, o Messenger, o chat, os vídeos abrem as portas da escapatória para outra dimensão. Vamos atrás da Clara que nos transporta do campus da Universidade do Minho para a eira da aldeia das danças. CR | Praça das Redes

Clara Costa Correia

Trabalhar numa instituição é o meu hobby; faço-o por necessidade económica, mas também por gostar de dar aulas a adultos universitários, a única educação formal que exerço. As outras dimensões académicas deixei-as para os outros. A minha instituição foi a primeira a fechar no país aquando da pandemia, numa quinta feira, em fevereiro. No dia seguinte, com álcool, fui fazer algum do meu serviço comunitário: dar aulas de yoga e de danças circulares a população menos abonada financeiramente. Entre cada dança passámos as mãos por água antes de as darmos umas às outras. Na semana seguinte o espaço da junta da freguesia que utilizávamos fechou, até hoje.

Ficar em casa

A minha primeira preocupação foi minha mãe e meu marido, pessoas ditas de risco por causa da idade; minha mãe com 88 anos com bloqueio aórtico, assintomática, em grande perigo, mulher citadina, obrigada a viver na aldeia onde vivemos por impossibilidade motora em viver sozinha. Foi difícil convencer ambos que tinham que ficar em casa. Aprendi a negociar com ambos.

Caminhadas de muletas

Defini com minha mãe um percurso diário de caminhada na aldeia, ela com duas muletas acompanhada por mim; quando chovia, ia passear com ela de carro a uma vila ou a uma cidade, sem sairmos do carro. Mesmo quando não pudemos mudar de concelho, valeu-me conhecer caminhos de terra batida para fugir à polícia e conseguir passear com ela. A saúde mental deles, além da física, foi a minha prioridade.

Vídeos a horas estranhas

Minha segunda prioridade foram os meus alunos. Sem rede de wifi que me possibilitasse entrar na blackboard, comecei a utiliza vídeos em directo no facebook, no meu imenso quintal, quando tinha rede nacional suficiente. Fiz vídeos a horas estranhas, e à chuva, por vezes; fiz tutorias no meio das árvores via Messenger e Skype. Criei chat com uma turma e lecionava aulas desta forma com uma turma; com outra, valeu-me a representante da turma que se disponibilizou para colocar vídeos na net na plataforma; depois eu esclarecia dúvidas por mail ou por Messenger. A compreensão destas duas turmas e o esforço mútuo de adaptação foi notável, em confinamento com pais, filhos em tele escola, alguns em teletrabalho.

Geração do HIV

Ouvi desabafos, angústias e tentei acalmar. Falei-lhes da minha geração, da adaptação ao HIV, às medidas para controle internacional de terrorismo nas viagens, assegurei-lhes que íamos conseguir. Ensinei-lhes que era preciso respirar fundo, em respiração de yoga. Trabalhei a auto-estima de duas delas já medicadas para depressão. Pedi a ex-alunos vídeos de seu trabalho de terreno, dado uma das turmas ter uma dimensão prática que eles não podiam realizar por ordem do reitor, numa primeira fase, e por isolamento das próprias instituições, mais tarde (como instituições de apoio a idosos e bairros sociais).

Online com mais presenças

Amigos, foi o que mais me custou, a sua ausência física que continua, em grande parte. Percebi que tinha que tratar de mim e das pessoas de quem mais sentia falta, o grupo de danças e yoga.. Gravei danças passo a passo, fiz sessões de yoga e meditação, on line. De 12 pessoas que, no máximo, faziam essas ualas presenciais, alcancei por vezes mais de uma centena de pessoas de todo o mundo. Isso surpreendeu-me e animou-me.

A brasileira e a paz

 Uma brasileira deixou um comentário numa sessão de dança: «vejo as suas sessões por me dar paz». Fiquei boquiaberta, como alguém on line identificava algo que pessoas que me conhecem há 30 anos (na academia) não identificavam: sou uma pessoa de paz. Dei-me conta que ao dançar perdia as defesas. Pensei muito nisso. Sei que não as posso perder na academia, excepto com alunos. Expor-me foi sempre algo que fiz nas aulas, não sei leccionar de modo diferente. Mas isso assusta sempre algumas pessoas. On line, sem as conhecer, assustava bastantes. Disse-lhes que para mim era muito estranho expor-me a quem não conhecia, e que pedi desculpa se lhes parecia intrusiva, mas que era assim que sabia comunicar.

O balanço final é bom, quanto às aulas; acho que fomos todos perturbados uns pelos outros com a minha franqueza e exigência de aprendizagem, mas resultou.

O condutor de caminetes

@ Praça das Redes | 23 de julho 2020 | Histórias de Navegadores Confinados | Bravo Nico – S. Miguel de Machede | Évora

Há muito que as caminetes daquelas terras transportam artistas. Verdadeiros artistas sociais, como oportunamente Etienne Wenger e Beverly Trainer denominaram os agentes de desenvolvimento que, nos territórios, colocam a partilha, as redes e a cooperação no centro da sua ação. Mas em S. Miguel de Machede ainda há mais. Aqui a educação popular e comunitária é uma arte na qual todos participam, dos mais jovens aos de idade mais avançada. Por isso a caminete, gira, gira, sem parar.

A ESCOLA FOI A CASA | por Bravo Nico

Com o desenvolvimento da pandemia, de um momento para o outro, a Escola Comunitária de São Miguel de Machede teve que suspender a sua atividade presencial e, com isso, os nossos estudantes (quase todas senhoras) ficaram confinadas em suas casas e impedidas de continuarem a manter ativas as suas redes de socialização, tão importantes num contexto rural de baixa densidade como é o nosso território.

De um dia para o outro, a nossa Escola Comunitária, que tinha atividades educativas diárias, ficou encerrada, durante cerca de um mês, com as nossas colaboradoras e o grupo de voluntários em regime de trabalho a distância.

Escola Comunitária em Casa

No entanto, com todos estes constrangimentos, pensámos em como poderíamos contrariar a tendência instalada e pensámos em criar uma nova dinâmica. Criou-se a Escola Comunitária em Casa.

Em pouco mais de quinze dias, criámos um conjunto de atividades que tentaram colocar, no domicílio de cada um dos nossos estudantes, um ambiente estimulante de aprendizagem que mantivesse uma dinâmica de aprendizagem e permitisse a interação possível entre todos os participantes.

Jornais e desafios

Em primeiro lugar, começámos a produzir edições semanais do nosso jornal comunitário «O Menino da Bica», com entregas no domicílio, todas as quintas-feiras. As notícias foram sempre sobre o que ia acontecendo na nossa terra e sobre a situação sanitária. Depois, criámos uma rede social local, através da entrega, semanal, de atividades educativas em casa de cada participante, no âmbito das quais se encontrava a oportunidade de cada pessoa propor atividades a um/a colega. Esse desafio era entregue na semana seguinte na casa do colega e vice-versa. Desta forma, cada participante foi construindo um portefólio de atividades e um repositório de contactos e interações com os seus colegas. Tudo isto mediado por jovens voluntários que se organizaram e percorreram, semanalmente, as ruas da nossa freguesia.

Caminete do Artista Micaelense

Finalmente e para que as nossas Festas do Verão não ficassem, esquecidas, uma vez que não se podem realizar, criámos a «Caminete do Artista Micaelense», projeto que proporcionou a oportunidade de os jovens artistas da nossa terra organizarem um pequeno espetáculo ambulante que, em Julho, percorreu as ruas da nossa vila e que voltará ao terreno, em Setembro. As pessoas assistiram ao concerto, das suas janelas e portas ou sentadas ao fresco, na rua ou na praça.

Agora, vêm as férias do Verão, em Agosto. Depois, em Setembro/Outubro, logo veremos o que será a nossa vida, no pressuposto de que a Escola Comunitária seguirá o seu caminho.

LP –Ler o Mundo em Português

@ Praça das Redes | LP-Zero – Carlos Fragateiro

O Carlos Fragateiro apresenta-nos uma iniciativa, um projeto e um pedido de “cumplicidade militante”. A língua portuguesa no centro…torna-se irrecusável.

“Depois de alguns anos a trabalhar no projeto Ler o Mundo em Português conseguimos dar corpo a uma revista, LP – Ler o Mundo em Português, com que procuraremos dar visibilidade às potencialidades desta língua que é a nossa e mostrar como ela é um instrumento estratégico para se imaginar o (in)imaginável e se inventarem os futuros. 

A matriz do que nos propomos fazer está visível no LP ZERO que enviamos em anexo, sabendo que o projeto só será integralmente concretizado se formos capazes de dar voz aos diferentes olhares e formas de pensar em português que há pelo mundo.

Este projeto só será concretizado se garantirmos à partida a sua sobrevivência durante pelo menos um ano e para isso necessitamos duma rede de cúmplices/assinantes que não só nos traga os diferentes mundos que há nesta língua, mas também a autonomia financeira.

Por tudo isto lhe pedimos que leia o LP ZERO e, se sentir que o projeto é importante e lhe diz algo, faça a sua assinatura e mobilize pelo menos 5 amigas ou amigos seus para o fazerem também. A assinatura custa € 20, e tem a duração de um ano, a que correspondem 10 números da revista em pdf.

Contamos consigo.

Até já.

Carlos Fragateiro– “

Marias da Candelária

@ Praça das Redes | 20 julho 2020 | Histórias de Navegadores Confinados | com Maria Raimundo – Candelária, Açores

São muitas que andam, para cá e para lá, a puxar pela freguesia, sendo que aqui se dá voz à Raimunda. Os jovens da terra, agarram-se ao Terra Jovem e procuram outros rumos ligados ao desenvolvimento rural. No terreno agrícola experimentam e partilham, aprendem uns com os outros e constroem novas propostas de produção e de venda com olhos postos no agroalimentar e nas produções de escala maior como é o caso dos morangos.

Maria Raimunda avisa logo no início “Com a chegada da pandemia do COVID-19 tivemos que ficar em casa para não ficarmos contaminados e para prevenir a propagação da doença”.

Outros terrenos

E logo de seguida “No projeto Terra Jovem tivemos que fazer teletrabalho pois não podíamos ir trabalhar para o terreno”.

E a mudança de contexto forçou a uma nova operacionalização das atividades “Enquanto que estávamos em casa tivemos que fazer desafios”, ou seja, a comunicação entre os próprios jovens e até com a população local fazia-se agora em várias frentes sendo objetivo não-explicitado manter os contatos e as ligações ativas. Vários temas foram lançados “por exemplo os óleos essenciais para o corpo e para o cabelo e o desenvolvimento de talentos”.

Desafios para comunicar

Adianta ainda Maria “fizemos um desafio para ganhar um cabaz de uma frutaria e tivemos que tirar uma foto das paisagens da janela/ porta da nossa casa”. Enfim, confinados, mas envolvidos em inúmeras atividades locais.

“Tivemos a ideia de fazer caixas solidárias para colocar alimentos para pessoas que passavam necessidades durante a pandemia” conclui com o orgulho que a juventude da Candelária ostenta quando se trata de solidariedade social.

© fotos cedidas pot Maria Raimundo

Dragões lançam chamas no RVCC

@ Praça das Redes | 17 de julho | com Miguel Ângelo Soares Alves Lopes da Silva | Histórias de Navegadores Confinados

Miguel Ângelo realizou o seu processo RVCC – Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências no Centro Qualifica do Agrupamentos de Escolas Henriques Nogueira em Torres Vedras. A sua abordagem às competências esteve diretamente relacionada com um projeto: lançar a primeira pedra da Casa do Futebol Clube do Porto em Torres Vedras.

Miguel Ângelo não se deixou intimidar pelo rosnar do leão que se sente em cada rotunda e esquina da cidade. Fala em “nova esperança no concelho” e não hesita em validar a sua iniciativa com o argumento de ser “portista de alma e coração, agora presidente da casa do FC Porto, Dragões de Torres Vedras”, sendo seu fundador honorário.

Uma Casa com 200

“Esta casa que ainda está em formação rapidamente se tornou bastante falada, tanto no nosso concelho como noutros concelhos mais distantes”.O sucesso da iniciativa teve a ver com a capacidade de intervir nas Redes Sociais e em especial no “Facebook que na fase do lançamento contou de imediato com mais de 200 seguidores”.

Gente trabalhadora

Miguel Ângelo tem noção da importância do trabalho em equipa neste projeto e relata que “contamos igualmente com uma direção e assembleia geral sólida e bastante trabalhadora que está a formar os alicerces desta que irá ser a nova casa de Torres Vedras.

Estamos a preparar-nos para formar associação, para posteriormente termos sócios que nos ajudem a manter e construir novos objetivos e novas esperanças”.

COVID-19 provoca standby

Para finalizar os apontamentos sobre este projeto que é também um resultado da sua maior autonomia e da sua auto-estima reajustada pela positiva adianta “o momento em que nos encontramos não é o melhor, derivado ao Covid 19, muitas actividades ficam em standby, mas com a chama que todos trazem no coração e no orgulho que é pertencer a uma casa do FC do Porto, tudo se torna possível, basta acreditar”.

As convicções clubísticas e a noção de projeto acabaram por construir um sentido operacional para o RVCC que não quer apenas significar “possuir um certificado” .

Shin , a formosa navegadora

@ Praça das Redes | Histórias de Navegadores Confinados | Shin Izabella | CQ Henriques Nogueira, Torres Vedras

Olá sou Shin Izabela, participei em atividades de educação-formação no Centro Qualifica da Escola Henrique Nogueira onde conclui o meu 12º ano através do Processo RVCC.

Sou filha de pai chinês, mãe brasileira e casada com um português. Neste artigo você vai encontrar o meu testemunho sobre o meu percurso no RVCC. O meu percurso, inicialmente, foi de entusiasmo e de receio, pois não tinha a certeza se conseguiria finalizar este processo.

Por onde começar?

Com as mudanças de países do Brasil a Taiwan, de Taiwan ao Brasil, do Brasil a Portugal, contatei com culturas tão distintas que perguntei-me a mim própria, por onde iria começar. Sem falar do desafio de estudar e trabalhar num horário rotativo, ser mãe e dona de casa.

A educação que tive em Taiwan tem por base o Confucionismo, a doutrina oficial da China, que preserva a importância do princípio da ética, do respeito, da educação, do conhecimento, da bondade, da obediência, da responsabilidade e da justiça.

Estufar sem apoios

Depois encontro a educação no Brasil o Supletivo, com falta de meios nas escolas publicas. Tive que realizar os meus estudos de forma totalmente autónoma sem grandes apoios, mas com a total liberdade de poder me expressar e opinar.

O chá da Catarina

Em Portugal tive o privilégio de ter uma família que me apoiou de forma incondicional, foi com eles que aperfeiçoei a língua portuguesa, conheci a História de Portugal, país que teve uma grande importância na História da China. Por exemplo, foram os portugueses que descobriram Taiwan “A Ilha Formosa” e  foi a Rainha Catarina de Bragança que iniciou o consumo do chá, isto sem falar da ocupação do território de Macau.

A forma educacional de Taiwan e de Portugal não é muito diferente, onde preservam a responsabilidade, a importância da educação e do conhecimento, capacitar os profissionais com mais qualificação. Porém a maior dificuldade que encontrei foi sem dúvida a língua portuguesa, que para mim é a língua mais difícil no mundo pela sua complexidade de conjugações gramaticais.

Há muitas maneiras de estudar

Este processo reforçou ainda mais a vontade de concluir os estudos, vontade  que estava um pouco escondida. De facto, consegui compreender cada passo do processo de aprendizagem: há sempre maneira de estudar, aprender, evoluir, ensinar e compartilhar.

Na minha sessão de Júri, apesar de estar muito nervosa, senti-me confiante e consciente que tinha realizado o necessário para concluir o meu processo.

Um grande equipa

Mas sem dúvida alguma de que fiquei feliz e orgulhosa de mim mesma por ter conseguido atingir o meu objetivo, e para o alcançar tive um grande apoio da equipa e professores do Centro Qualifica da Escola Henrique Nogueira que foram incansáveis para me orientar em cada etapa do trabalho.

É necessário saber quanto é importante adquirir conhecimentos e qualificar as competências para um futuro com mais e melhores oportunidades.

A educação não tem idade, para estudar, nunca é tarde. Obrigada.

©Foto, cedida por Shin Izabella

Viajantes da amizade

@ Praça das Redes | Com texto e foto da ICreate – VN Poiares

Vera Carvalho e a ICreate fizeram um pequeno balanço da iniciativa do Clube dos Velhos Amigos que implementou neste período COVID-19, a par da Linha da Amizade, uma Plataforma de animação online e vários ateliês. Uma interrupção é anunciada mas com uma promessa de regresso depois das férias e de alguma reestruturação.

Segue o texto da ICreate sobre o tema:

A APP da iCreate e a Linha da Amizade “vão de férias” mas voltam…

Com o regresso às atividades presenciais que está programado para o dia 14 de Julho, e também porque nos meses de Verão será mais difícil assegurar a participação dos parceiros e da equipa, devido a férias, decidimos que durante os meses de Julho e Agosto, não serão desenvolvidas atividades na nossa plataforma online, assim como, a Linha da Amizade também só estará disponível até 30 de Junho de 2020. No entanto, os meses de Julho e Agosto serão cruciais para que a nossa equipa inicie o processo de reestruturação das atividades que surgiram no âmbito da Covid-19, como é o caso, da plataforma online e da Linha da Amizade, projetos aos quais pretendemos dar continuidade mas em moldes diferentes, a partir de Setembro.

Ambas as soluções visaram dar continuidade ao trabalho realizado em prol do envelhecimento saudável e participativo, no decorrer dos nossos ateliês presenciais do Clube dos Velhos Amigos, e de continuarmos a fazer companhia às pessoas que se encontravam em isolamento devido ao confinamento, lançámos a 13 de Abril a plataforma online app.icreatepoiares.pt e a Linha da Amizade através de 2 números gratuitos: 302 001 242 / 302 001 243, disponível de Segunda a Sexta-feira, das 10h00 às 18h00.

Durante 11 semanas (13 de Abril a 27 de Junho), foram disponibilizadas 132 sessões, que continuam online, devidamente organizadas por meses, para serem vistas e revistas sempre que os utilizadores assim o entenderem. Para além da nossa equipa, Alda Oliveira, Christobel de Cruz, Fátima Carvalho, Inês Silva e Vera Carvalho que esteve semanalmente presente na dinamização dos vários ateliês, consoante, a formação de cada elemento, contámos também com a participação dos seguintes parceiros, aos quais mais uma vez agradecemos a disponibilidade e empenho neste projeto:
– Centro Bebés e Barriguitas, representado pela fisioterapeuta Patrícia Castanheira;
– Cuide de si com Amor, representada por Elsa Borges;
– EPALE Infonet, representado por Carlos Ribeiro;
– Ginásio Holmes Place de Coimbra, representado pelo instrutor Diogo Andrade;
– Homeopata Vera Gamas;
– LMI, de Vila Nova de Poiares, representada por Miguel Santos;
– Plesse Cosmética Natural, representada pela farmacêutica Lurdes Graça;
– Psicóloga e Hipnoterapeuta Rita Silva;
– Professor de Cavaquinho, Álvaro Oliveira;
– Celeste Vieira através da colaboração mensal nas sessões de Mindfulness;
– Time4Family, representada pela animadora Dulce Janeiro.
De salutar também que para além da nossa equipa e dos parceiros mencionados, também alguns dos nossos Velhos Amigos participaram ativamente na elaboração de trabalhos, nomeadamente, em tricô, que foram divulgados através do Ateliê Lãs Solidárias, que decorria à Quarta-feira às 15h00.

Recebemos alguns feedbacks sobre a nossa plataforma, que nos deixaram muito felizes e realizados pelo trabalho que nos disponibilizámos a fazer, em tão pouco tempo, e numa vertente na qual nunca tínhamos trabalhado, isto é, em aulas online. Para além disso, através dos feedbacks que recebemos, e que partilhamos alguns, foi possível percebermos que estamos a alcançar um público diversificado, intergeracional e que nos acompanha de várias partes do país.

Por fim, é importante salientar que ao longo de cerca de 2 meses e meio de plataforma online, conseguimos alcançar 3500 visitantes, numa média de 50 visitantes/dia.

Assim, como o regresso às atividades presenciais impossibilitam a continuidade de um trabalho que envolve vários parceiros e voluntários, e apesar das sessões da APP e a disponibilidade da Linha da Amizade “irem de férias” garantimos que vamos voltar a estas soluções a partir de setembro, mas noutros moldes.

Agradecemos a todos os que viajaram connosco nesta aventura. Se vos fizer sentido, deixem o vosso comentário nesta publicação, sobre o trabalho que desenvolvemos através destes projectos durante estes dois meses.

Até já.

Na Covilhã, as alturas vão dar às estrelas.

@ Praça das Redes | 4 de Julho | Com Rosa Macedo, coordenadora do Centro Qualifica Campos Melo da Covilhã

Rosa da montanha. É uma planta rara também conhecida por sol-da-montanha que, sendo rosa, apresenta-se alaranjada. A rosa-da-montanha gosta de declives pronunciados. Na Covilhã, as alturas vão dar às estrelas, o sobe e desce é estrutural nos percursos e, ir a uma Tertúlia Literária, não é pera-doce.

Vem isto a propósito da sessão comemorativa do Dia Mundial das Bibliotecas que a Rosa Macedo, coordenadora do Centro Qualifica da Escola Secundária Campos Melo nos relatou desta forma “organizámos uma Tertúlia Literária e uma sessão comemorativa do dia Mundial das Bibliotecas, com adultos em processo RVCC, formandos do curso EFA – Tipo C, Formadores, Mediadores, Técnicos ORVC e Coordenadora do CQ”.

Maria da Luz

Mas o movimento por ali não se fica pela conversa nas bibliotecas “também participámos num evento para comemoração do dia Mundial do Livro, com o apoio da professora Maria da Luz, da equipa da Biblioteca escolar” reforçou Rosa Macedo.

“A equipa” adiantou a coordenadora serrana, segura e até orgulhosa “como resposta à pandemia COVID-19, encetou todos os esforços, no sentido de garantir a continuidade da sua atividade, promovendo a ALV – Aprendizagem ao Longo da Vida. Continuámos a apoiar, todos os adultos que pretendem aumentar as suas qualificações, mas agora à distância, pois sabemos que a qualificação é a chave para um maior crescimento económico”.

Orquestra

E para finalizar a sua apreciação “continuamos a exercer todas as atividades que viabilizam a continuidade das inscrições, do encaminhamento para formação qualificante ou para o desenvolvimento de processos RVCC. Durante este período também houve lugar a sessões de certificação, utilizando recursos online”.

A equipa Qualifica é também orquestra. E não é por acaso que surge o “Duke”, não o de copas ou o de Edimburgo, mas  o Ellington, o compositor que foi o  primeiro músico de jazz a entrar para a Academia Real de Música de Estocolmo e, foi honoris causa nas mais importantes universidades do mundo e funcionou sempre com o coletivo orquestra. Rosa ataca e conclui “como dizia Duke Ellington, os problemas são oportunidades para se mostrar o que se sabe e eu, adianta RisaMacedo acrescentaria, para melhorarmos as competências, enfrentando com êxito os novos desafios.

© foto Rosa Macedo editada